Aldina Duarte - Romance(s) (2015)
Romance(s) (2015)
1 Declaração de
intenções: Amor Em Dó Maior / 2 O
Encontro: As Duas Graças / 3 O
Namoro: lugares-Comuns / 4 O
Casamento: As Noivas / 5 A vida em
Comum: Fado do Lar / 6 Desacertos:
Dois Ponteiros / 7 A Suspeita: O
Recado / 8 A Traição: Fogo Posto / 9 A Despedida: A Maçã de Adão / 10 A Raiva: Labareda / 11 A Saudade: Sem Chão / 12 O Luto: Os Pontos nos II / 13 O Recomeço: Cessar-fogo / 14 Assinatura: Arte do Fado
Declaração de Intenções: Amor em Dó Maior
Passa o tempo e não apaga / A memória que a semente / Guarda
da mão que a plantou / Quem diz que o amor se acaba / Ou quer esconder o que
sente / Ou nunca na vida amou / Eu tive um amor tão grande / Que quando o
perdi, não nego / Já não quis amar ninguém / E, por mais que a razão mande /
Meu coração ficou cego / Aos encantos de quem vem / Quem nunca esconde o que
sente / Vai contar hoje essa história / De um amor que não vingou / Passa o
tempo, e a semente / Guarda consigo a memória / Da mão que um dia a plantou /
Quem nunca esconde o que sente / Não pode esquecer a história / Desse amor que
não vingou
Declaración de intenciones: Amor en Do Mayor
Pasa el tiempo y no borra / La memoria que la semilla /
Guarda de la mano que la plantó / Quien dice que el amor se acaba / O quiere
esconder lo que siente / O nunca en la vida amó / Yo tuve un amor tan grande /
Que cuando lo perdí, no lo niego / Ya no quise amar a nadie / Y, por más que la
razón mandé / Mi corazón se quedó ciego / A los encantos de quien viene / Quien
nunca esconde lo que siente / Hoy va a contar esa historia / De un amor que no
alcanzó / Pasa el tiempo, y la semilla / Guarda consigo la memoria / De la mano
que un día la plantó / Quien nunca esconde lo que siente / No puede olvidar la
historia / De ese amor que no alcanzó
O Encontro: As Duas Graças
Quando as duas raparigas / Cruzaram o seu caminho / Vinham
perdidas de riso / Entre a graça das amigas / Ele, que vinha sozinho / Ficou
bastante indeciso / Parou pra melhor as ver / E, nesse olhar reparando /
Pararam elas também / E, se uma era fogo a arder / Pois a outra, em lume brando
/ Queimava como ninguém / Loira uma, outra morena / Uma acendia desejos / Na
outra havia mistério / E, enquanto da mais pequena / Queria abraços e beijos /
Com a alta o caso era sério / Ao pé delas tarde fora / Dessas duas raparigas /
Foi só uma que escolheu / E quem se riu chora agora / Pois entre invejas e
brigas / Quase tudo se perdeu / E hoje chegou a hora / De vos contar as
intrigas / Porque a escolhida fui eu
El encuentro: Las dos gracias
Cuando las dos muchachas / Se cruzaron en su camino / Venían muertas de risa / Entre la gracia de las amigas / Él, que venía solo / Se quedó indeciso / Paró para verlas mejor / Y, reparando en esa mirada / Pararon ellas también / Y, si una era fuego ardiente / Pues la otra, a fuego lento / Quemaba como nadie / Rubia una, otra morena / Una encendía deseos / En la otra había misterio / Y, mientras de la más pequeña / Quería abrazos y besos / Con la alta el caso era serio / Junto a ellas toda la tarde / De esas dos muchachas / Sólo a una escogió / Y quien se rio llora ahora / Pues entre envidias y disputas / Casi todo se perdió / Y hoy llegó la hora / De contaros las intrigas / Pues las escogida fui yo
Lugares-Comuns: O Namoro
Nas linhas da minha mão / Leu que era ele o meu fado / E
embrulhou o coração / Num lenço de namorado / Veio esperar-me de fato / Depois
de mil telefonemas / E de mandar o retrato / Numa carta com poemas / Trouxe
bombons com licor / Deu-me perfume francês / Escreveu a palavra amor / Num
tronco de árvore, em inglês / Los lençois da sua cama / Bordou o meu pensamento
/ Com rosas veio um telegrama / A pedir-me em casamento / P'ra dar um nó nesse
laço / Comprou o anel de noivado / E tatuou no seu braço / Nossos nomes lado a
lado / Ai que lindo é o amor / Só quem não ama não sabe / Nunca vi nada melhor
/ Tomara que não se acabe / Nunca vi nada melhor / Deus queira que não se acabe
Lugares comunes: El enamoramiento
En las líneas de mi mano / Leo que él era mi fado / Y embrujó el corazón / En un pañuelo de enamorado / Vino a esperarme de traje / Después de mil llamadas por teléfono / Y de mandar el retrato / En una carta con poemas / Trajo bombones con licor / Me dio perfume francés / Escribió la palabra amor / En un tronco de árbol, en inglés / Las sábanas de su cama / Bordó mi pensamiento / Vino con rosas un telegrama / A pedirme matrimonio / Para hacer un nudo a ese lazo / Compró un anillo de compromiso / Y tatuó en su brazo / Nuestros dos nombres unidos / Ay, qué lindo es el amor / Sólo quien no ama no lo sabe / Nunca vi nada mejor / Ojalá que no se acabe / Nunca vi nada mejor / Dios quiera que no se acabe
O Casamento: As Noivas
Mal passo o adro da igreja / Vejo essa loira fatal / Nenhuma
noiva deseja / Casar-se ao pé da rival / Tento manter-me serena / Enquanto subo
ao altar / P'ra quê fazer uma cena / Se sou eu que vou casar? / Durante a
festa, bem o chamo / Meu noivo, sem encontrá-lo / Mas, assim que atiro o ramo /
Vejo uma loira apanhá-lo / Aperta-o junto do peito / Num gesto tão atrevido /
Que lhe faça bom proveito / E arranje logo um marido
O casamiento: Las novias
Apenas paso el atrio de la iglesia / Veo a esa rubia fatal / Ninguna novia desea / Casarse junto a la rival / Intento mantenerme serena / Mientras subo al altar / ¿Para qué hacer una escena / Si soy yo quien se va a casar? / Durante la fiesta, llamo muchas veces / A mi novio, sin encontrarlo / Pero, según tiro el ramo / Veo a una rubia cogerlo / Apretarlo contra el pecho / En un gesto tan atrevido / Que le aproveche bien / Y que atrape luego un marido
A Vida em Comum: Fada do Lar
Já fiz a sopa, passei a roupa, varri o chão / Dobrei
lençóis, estendi rissóis, comprei o pão / Lavei os pratos e os teus sapatos
estão a brilhar / Mudei a cama, quero ter fama de fada do lar / Vá, já são
horas; se demoras / Que vai ser do jantar? / E eu disse que sabia / Cuidar do
meu rapaz / Vá lá, são horas, nunca mais te vejo entrar / E logo hoje, que
tanto queria / Mostrar do que sou capaz / Já pus a mesa e a vela acesa, num
castiçal / Fiz pataniscas, temperei as iscas com alho e sal / Numa bandeja
trouxe a cerveja, vem lá brindar / Bem podes dizer que a tua mulher è a fada do
lar
La vida en común: Hada del hogar
Ya hice la sopa, planché la ropa, barrí el suelo / Doblé sábanas, hice empanadillas, compré el pan / Lavé los platos y tus zapatos están brillantes / Cambié la cama, quiero tener fama de hada del hogar / Venga, ya son horas; si te retrasas / ¿Qué va a ser de la cena? / Y yo dije que sabía / Cuidar de mi muchacho / Venga, ya son horas, nunca te veo entrar / Y justo hoy que tanto deseaba / Mostrar de lo que soy capaz / Ya puse la mesa y la vela encendida en un candelabro/ Hice croquetas, adobé el bacalao con ajo y sal / En una bandeja traje la cerveza, ven a brindar / Bien puedes decir que tu mujer es el hada del hogar
Dois Ponteiros: Desacertos
Andas tão outro estes dias / Que dou por mim a cismar / Que
vivo ao lado de um estranho / Se chego a rir, desconfias / Mas, se me dá p'ra
chorar / Nem queres saber o que tenho / Já não sei o que fazer / Se chego
tarde, protestas / Se venho cedo, não estás / Ai, quem me dera entender /
Porque o que agora contestas / Mais logo tanto te faz / Andas tão longe estes
dias / Que ainda agora pensei / Que fui eu que me perdi / Se não estou onde tu
querias / Basta dizeres-me onde errei / E volto a correr para ti / A mim não me
pesa a culpa / Mas, se culpada me crês / Eu confesso o que não fiz / E até te
peço desculpa / Mesmo não tendo de quê / Só p'ra te ver mais feliz
Dos punteros: Desaciertos
Estás tan distinto estos días / Que se me he metido en la cabeza / Que vivo al lado de un extraño / Si llego riendo, desconfías / Pero, si me da por llorar / Ni quieres saber qué me pasa / Ya no sé qué hacer / Si llego tarde, protestas / Si vengo pronto, no estás / Ay, ojalá pudiera entender / Porque lo que ahora contestas / Después te da igual / Estás tan lejos estos días / Que incluso ahora he pensado / Que he sido yo quien se ha perdido / Si no estoy donde tú querías / Basta que me digas dónde me equivoqué / Y vuelvo a correr hacia ti / A mí no me pesa la culpa / Pero, si culpable me crees / Yo confieso lo que no hice / Y hasta te pido disculpa / Aunque no tenga de qué / Sólo para verte más feliz
A Suspeita: O Recado
Mete o nariz a vizinha / Aonde não é chamada / Com um pé
dentro da cozinha / Dispara de uma rajada / Menina, tenha cuidado / Co' esse
rapaz de quem gosta / Ele anda todo embeiçado / E eu sei que há loura na costa
/ A maldita põe-o louco / Se a visse a arrastar-lhe a asa / Mas ele também lhe
dá troco / E já a trouxe cá pra casa / Como as duas são amigas / Custa-me vê-la
enganada / Eu até nem sou de intrigas / Mas fiquei tão revoltada / E agora, que
tudo sabe / Tome conta do que tem / Pra evitar que se acabe / Um amor que ia
tão bem / E assim como veio foi / Sem me deixar perguntar
La sospecha: El recado
Mete la nariz la vecina / Donde nadie la llama / Con un pie dentro de la cocina / Dispara en una ráfaga / Niña, tenga cuidado / Con ese hombre que le gusta / Él está completamente dominado / Y yo sé que hay rubia a la vista / La maldita lo vuelve loco / Si la viese cortejarlo / Pero él también le da pie / Y la ha traído ya a esta casa / Como las dos son amigas / Me cuesta verla engañada / Yo ni siquiera soy de intrigas / Pero me sentí tan indignada / Y ahora que lo sabe todo / Hágase cargo de lo que tiene / Para evitar que se acabe / Un amor que iba tan bien / Y tal como vino se fue / Sin dejarme preguntar
A Traição: Fogo Posto
Sei que foste ter com ela / Tantos foram os recados / Para
se encontrarem os dois / Eu vi da minha janela / Trocarem beijos e fados / E o
mais que veio depois / Dizem que ela tem a arte / De manter acesa a chama / Até
vir a madrugada / E eu nem quero imaginar-te / Deitado na sua cama / E eu toda
a noite acordada / Se voltares, não digas nada / Sobretudo o que não foi / Que
eu conheço o seu perfume / Hás-de encontrar-me calada / P' ra não gritar como
dói / A ferida do meu ciúme / Conta as lágrimas que correm / Como um rio pelo
meu rosto / Pousa nele a tua mão / Os grandes amores não morrem / E a traição é
fogo posto / A arder no meu coração
La traición: Fuego puesto
Sé qué tuviste algo con ella / Fueron tantos los mensajes / Para encontraros los dos / Os vi desde mi ventana / Cambiando besos y fados / Y lo que vino después / Dicen que ella tiene el arte / De mantener encendida la llama / Hasta que llega la madrugada / Yo no quiero ni imaginarte / Acostado en su cama / Y yo toda la noche despierta / Si vuelves, no digas nada / Sobre todo que no sucedió / Que yo conozco su perfume / Me encontrarás callada / Para no gritar cómo duele / La herida de mis celos / Cuenta las lágrimas que corren / Como un río por mi rostro / Posa tu mano en él / Los viejos amores no duelen / Y la traición es fuego puesto / Para que arda en mi corazón
A Despedida: A Maçã de Adão
Não são palavras vãs, a carta que te deixo / Dizendo que me
vou, pra nunca mais voltar / Ao morderes a maçã, tu perdeste o meu beijo / Já
abraços não dou, a carta há de chegar / Nem vou esperar por ti, as malas estão
à porta / Só me resta ir embora, a história chega ao fim / Se esqueceres que
existi, não julgues que me importa / O homem que és agora, já não presta para
mim / São tudo coisas minhas, aquelas que hoje levo / As mágoas e as penas não
tás posso deixar / Entre as ervas daninhas, se encontrares o meu trevo / Tem
três folhas apenas e só me deu azar
La despedida: La manzana de Adán
No son palabras vanas la carta que te dejo / Diciendo que me voy para no volver nunca más / Al morder la manzana, tú perdiste mi beso / Ya no doy abrazos, la carta ha de llegar / No voy a espera por ti, las maletas están en la puerta / Sólo me queda irme lejos, la historia ha llegado a su fin / Si olvidaras que existí, no creas que me importa / El hombre que eres ahora, ya no se ajusta a mí / Son todo cosas mías aquellas que ahora me llevo / Las amarguras y las penas no te las puedo dejar / Entre las malas hierbas, si encontrases mi trébol / Apenas tiene tres hojas y sólo me dio infelicidad
A Raiva: Labareda
Eu nunca fui de chorar / Quanto mais triste, mais canto / Se
ao baile te vir chegar / Com outra no meu lugar / Não hás-de ouvir o meu pranto
/ Dança com ela agarrado / Se julgas que me incomoda / Eu canto sozinha um fado
/ Antes um fado bailado / Que pôr o pé nessa roda / Se pensas que vou chorar /
Escreve o que te vou dizer / Hás-de me vir procurar / E eu hei-de estar a
cantar / P'ra outro homem qualquer
La rabia: Lengua de fuego
Yo nunca fui de llorar / Cuanto más triste, más canto / Si te viera llegar al baile / Con otra en mi lugar / No habrás de oír mi llanto / Danza agarrado de ella / Si crees que me incomoda / Yo canto solita un fado / Antes un fado bailado / Que poner un pie en esa pista / Si piensa que voy a llorar / Escribe lo que te voy a decir / Has de venirme a buscar / Y yo he de estar cantando / Para cualquier otro hombre
A Saudade: Sem Chão
No cais aguardam os barcos / Viagens que o mar lhes deve /
Meus dias no mar são parcos / Pois não tenho quem me leve / Por muito que a
tempestade / Tingisse as velas de perigo / Em terra só há saudade / Do tempo em
que ia contigo / Gemem os remos no lodo / Chorosos de não partir / Meus dias
sem mar são todos / Pois não tenho com quem ir / Por muito que a maré alta /
Deitasse os cascos ao fundo / Em terra só sinto a falta / De ir contigo ao fim
do mundo
La saudade: Sin suelo
En el puerto esperan los barcos / Viajes que el mar les debe / Mis días en el mar son parcos / Pues no tengo quien me lleve / Por mucho que la tempestad / Tiñese las velas de peligro / En tierra sólo hay saudade / Del tiempo en que iba contigo / Gimen los remos en el lodo / Llorosos de no partir / Mis días sin mar son todos / Pues no tengo con quien ir / Por mucho que la marea alta / Tumbase los cascos al fondo / En tierra sólo siento la falta / De ir contigo al fin del mundo
O Luto: Os Pontos Nos II
Ouvi dizer que à morte te rendias / Que num febrão teu corpo
se apagava / Que essa mulher com quem então vivias / Incapaz de salvar-te, só
chorava / Eu quis calar a voz que me trazia / Notícia assim cruel e tão fatal /
Mas ainda ouvi, já ela não se ouvia / Chorar meu coração pelo teu mal / Se não
medi o passo que então dei / E vens agradecê-lo, já curado / Ao menos ouve
aquilo que calei / Quando pensei que a morte era o teu fado / Não foi por ti
que eu fui, não há maneira / De perdoar o tanto que sofri / Foi na mulher
chorando à cabeceira / Que, ao lamentar-te a sorte, eu me revi / Essa mulher
que tens p'rà vida inteira / Foi por ela que eu fui, e não por ti
El luto: Los puntos desnudos II
Oí decir que a la muerte te rendías / Que en intensa fiebre tu cuerpo se apagaba / Que esa mujer con quien entonces vivías / Incapaz de salvarte, sólo lloraba / Yo quise callar la voz que me traía / Noticia así, tan cruel y fatal / Pero aún oí, aunque ella no se oía / Llorar a mi corazón por tu mal / Si no medí el paso que entonces di / Y vienes a agradecerlo ya curado / Al menos escucha aquello que callé / Cuando pensé que la muerte era tu fado / No fue por ti por lo que me fui, no hay manera / De perdonar todo lo que sufrí / Fue en la mujer llorando a la cabecera / Que, al lamentar tu suerte, yo me reví / Esa mujer que tienes para toda la vida / Fue por ella por quien me fui, y no por ti
O Recomeço: Cessar Fogo
Ai, que amargura tão grande / Foi vê-la ali, qual assombro /
Essa amiga do passado / Que roubou o meu amante / E ainda levou o ombro / Em
que eu queria ter chorado / Falou-me de peito aberto / Vinha pedir-me perdão /
Contar que o tinha deixado / Depois de ter descoberto / Sem ter havido traição
/ Que ele nunca a tinha amado / Foram erros sobre enganos / Mas é a ti que ele
quer / Disse-me ela, arrependida / Se puderes esquecer os danos / Vai ter com
ele, mulher / Já esperou demais a vida / Amiga, estás perdoada / Respondi eu
com carinho / Mas, entre nós, ouve bem / Desse homem não quero nada / Deixá-lo
ficar sozinho / Quem tudo quer, nada tem
El recomienzo: Alto el fuego
Ai, qué amargura tan grande / Fue verla allí, cual aparición / Esa amiga del pasado / Que me robó a mi amante / Y además se llevó el hombro / En que yo quería haber llorado / Me habló abriendo el corazón / Vino a pedirme perdón / A contarme que lo había dejado / Después de haber descubierto / Sin que hubiese habido traición / Que él nunca la había amado / Fueron errores sobre engaños / Pero es a ti a quien él quiere / Me dijo ella arrepentida / Si pudieses olvidar los daños / Ve a hablar con él, mujer / Ya esperó de más la vida / Amiga, estás perdonada / Respondí yo con cariño / Pero, entre nosotras, escucha bien / De ese hombre no quiero nada / Deja que se quede solo / Quien todo lo quiere, nada tiene
Arte do Fado: Conclusão
Faz tudo parte da vida / Amar é ficar sozinho / Chorar é
lamber a ferida / Cegar e ver o caminho / Dê a vida o que nos der / Vão-se as
mágoas do passado / Quando podemos dizer / A nossa vida num fado
Arte del fado: Conclusión
Todo forma parte de la vida / Amar es quedarse solo / Llorar es lamerse la herida / Cegarse y ver el camino / Nos dé la vida lo que nos dé / Se van las amarguras del pasado / Cuando podemos decir / Nuestra vida en un fado