Carminho - Portuguesa (2023)

Carminho - Portuguesa (2023)


1.- O quarto (fado Pagem) / 2.- As flores (fado Flores) / 3.- As fontes (fado Sophia) / 4.- Praias desertas / 5.- Marcha de Alcântara de 1969 / 6.- Fado é amor / 7.- Palma / 8.- Simplesmente ser / 9.- É preciso saber porque se é triste (fado Soneto) / 10.- Sentas-te a meu lado / 11.- Ficar / 12.- Pedra solta / 13.- Levo o meu barco no mar / 14.- Meu amor marinheiro

Neste quarto tão pequeno / Que eu pensava ser só meu, / Infiltra-se um tal veneno / Que é a solidão e eu. / Juntos não somos um todo, / É sufocante o vazio. / E eu já nem sei de que modo / Foi invadido plo frio. / Agora já somos três / Mas esses não fazem um, / Nem ao entrares tu me vês, / Este quarto é de nenhum. / Coração que se partiu, / Que está sem nada pra dar, / É este quarto vazio / Onde nem lá cabe o ar.

En este cuarto tan pequeño / Que pensaba que era sólo mío, / Se infiltra un veneno tal / Que es la soledad conmigo. / Juntos no somos un todo, / Es sofocante el vacío. / Y ya ni sé de qué modo / Fue invadido por el frío. / Ahora ya somos tres / Pero esos no hacen uno, / Ni al entrar tú me ves, / Este cuarto es de ninguno. / Corazón que se partió, / Que está sin nada que dar, / Es este cuarto vacío / Donde ni el aire cabe. 

As flores

Os vasos servem as flores / Como servem os amores / O tempo, a atenção / Viveria imóvel, parada / Em pouca terra, sarada / Pelo verdadeiro coração / Viveria imóvel, parada / Em pouca terra, sarada / Pelo verdadeiro coração / As folhas verdes tocando / Sabem esperar com encanto / Sol e chuva, vento Norte / Quero ter delas a paz / Ter paciência e ser capaz / De esperar a minha sorte / Quero ter delas a paz / Tеr paciência e ser capaz / De еsperar a minha sorte / Corram passos nos caminhos / E apressados vão sozinhos / Procurar um coração / Eu antes quero ficar / Com o tempo, eu sei esperar / Concorrer é que não.

Las flores

Los jarrones sirven a las flores / Como sirven los amores / El tiempo, la atención / Viviría inmóvil, parada / En poca tierra, sanada / Por el verdadero corazón / Viviría inmóvil, parada / En poca tierra, sagrada / Por el verdadero corazón / Las hojas verdes tocando / Saben esperar con encanto / Sol y lluvia, viento Norte / Quiero tener de ellas la paz / Tener paciencia y ser capaz / De esperar mi suerte / Corran pasos en los caminos / Y apresados van solitos / A buscar un corazón / Yo prefiero quedarme / Con el tiempo, sé esperar / Pero concurrir no.

As fontes

Um dia quebrarei todas as pontes / Que ligam o meu ser, vivo e total / À agitação do mundo do irreal / E calma subirei até às fontes; / À agitação do mundo do irreal / E calma subirei até às fontes / Irei até às fontes onde mora / A plenitude, o límpido esplendor / Que me foi prometido em cada hora / E na face incompleta do amor; / Que me foi prometido em cada hora / E na face incompleta do amor / Irei beber a luz e o amanhecer / Irei beber a voz dessa promessa / Que às vezes como um voo me atravessa / E nela cumprirei todo o meu ser.

Las fuentes

Un día quebraré todos los puentes / Que atan mi ser, vivo y total / A la agitación del mundo de lo irreal / Y calmada subiré hasta las fuentes; / A la agitación del mundo de lo irreal / Y calmada subiré hasta las fuentes / Iré hasta las fuentes donde mora / La plenitud, el límpido esplendor / Que me fue prometido en cada hora / En el rostro incompleto del amor; / Que me fue prometido en cada hora / En el rostro incompleto del amor / Iré a beber la luz y el amanecer / Iré a beber la voz de esa promesa / Que a veces como un vuelo me atraviesa / Y en ella cumpliré todo mi ser.

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