António Zambujo - Rua da Emenda (2014)


RUA DA EMENDA

01_ Fatalidade / 02_ Valsa do Vai não Vás / 03_ Pica do 7 / 04_ Flinstones / 05_ Barata tonta / 06_ Valsa de um pavão ciumento / 07_ Canção de Brazzaville / 08_ Despassarado / 09_ Zamba del Olvido / 10_ Último desejo / 11_ Pantomineiro / 12_ O Tiro Pela Culatra / 13_ Valsa Lisérgica / 14_ La chanson de Prévert / 15_ Viver de ouvido

Fatalidade

Tu dizes que já passou / Que nada de nós sobrou / No baú do coração / E que a vida continua / Pois até a tua lua / Nasce noutra direção / Pões o Inverno na voz / Quando me dizes que nós / Passámos no calendário / Mas eu até acho graça / Falas do tempo que passa / E o olhar diz o contrário / Vens para dizer adeus / Mas não te esqueces dos teus / Brincos que pões para mim / Onde vais de vestidinho / E de sapato baixinho / Ninguém se despede assim / Eu finjo que até concordo / E que já nada recordo / Desta paixão sem saída / E ficamos abraçados / Como dois enamorados / Dizendo adeus toda a vida

Fatalidad

Tú dices que ya pasó / Que nada de nosotros sobró / En el baúl del corazón / Que la vida continúa / Pues hasta tu luna / Nace en otra dirección / Pones el invierno en la voz / Cuando me dices que nosotros / Pasamos en el calendario / Pero yo hasta le encuentro gracia / Hablas del tiempo que pasa / Y la mirada dice lo contrario / Vienes a decir adiós / Pero no te olvidas de los / Pendientes que te pones para mí / Dónde vas con el vestidito / Y los zapatos bajitos / Nadie se despide así / Yo hasta finjo estar de acuerdo / Y que ya nada recuerdo / De esta pasión sin salida / Y nos quedamos abrazados / Como dos enamorados / Diciendo adiós toda la vida

Valsa do vai não vas

Se queres ser melhor mulher / Embarca para uma ilha / Se algum rapaz por lá houver / Não é deserta a ilha / Se melhorares e ele te quiser / Não esqueças nessa ilha / Que eu não vou querer melhor mulher / Mulher vou querer-te minha / Se queres porém enriquecer / Emigra lá para fora / Se noutra terra o cofre encher / Foi bom tu estares lá fora / E se então alguém te pretender / Não te olvides lá fora / P'ra mim tu és rica mulher / Não tinhas de ir embora / Podes querer até te embelezar / Mas vais deixar-me tão triste / Não quero mais bela mulher / Mais bela não existe

Vals del ve y no vayas

Si quieres ser mejor mujer / Embarca hacia una isla / Si hubiera por allá un muchacho / La isla no está desierta / Si mejoraras y él te quisiera / No olvides en esa isla / Que yo no voy a querer mujer mejor / Mujer, voy a quererte mía / Si además quieres enriquecerte / Emigra fuera / Si en otra tierra inflaras tu cofre / Fue bueno que estuvieras fuera / Y si entonces alguien te pretende / No te olvides allí / Que para mí ya eres mujer rica / No tenías que irte / Puedes querer hasta embellecerte / Pero vas a dejarme tan triste / No quiero más bella mujer / Más bella no existe

Pica do 7

De manhã cedinho / Eu salto do ninho e vou p'rá paragem / De bandolete à espera do 7 / Mas não p'la viagem / Eu bem que não queria / Mas um certo dia vi-o passar / E o meu peito céptico / Por um pica de eléctrico voltou a sonhar / A cada repique / Que soa do clique d´aquele alicate / Num modo frenético / O peito céptico toca a rebate / Se o trem descarrila / O povo refila e eu fico num sino / Pois um mero trajecto / No meu caso concreto é já o destino / Ninguém acredita no estado em que fica o meu coração / Quando o 7 me apanha / Até acho que a senha me salta da mão / Pois na carreira desta vida vã / Mais nada me dá a pica que o pica do 7 me dá / Que triste fadário que itinerário tão infeliz / Cruzar meu horário com o de um funcionário de um trem da CARRIS / Se eu lhe perguntasse se tem livre passe para o peito de alguém / Vá-se lá saber talvez eu lhe oblitere o peito também

El revisor del 7

Por la mañana prontito / Yo salto del nido y voy a la parada / Con mi diadema a la espera del 7 / Pero no por el viaje / Aunque yo no quería / Un cierto día lo vi pasar / Y mi pecho escéptico / Por un revisor de tranvía volvió a soñar / A cada repique / Que suena del clic de aquel alicate / En modo frenético / El pecho escéptico toca a arrebato / Si el tren descarrila / Y la gente se agarra y yo me quedo en la campana / Pues un simple trayecto / En mi caso concreto / Es ya el destino / Nadie cree en qué estado queda mi corazón / Cuando me coge el 7 / Hasta creo que el billete me salta de la mano / Pues en la carrera de esta vida vacía / Nada más me da el clic que el revisor del 7 me da / Qué triste destino, qué itinerario tan infeliz / Cruzar mi horario con el de un operario de un tren de CARRIS / Si yo le preguntase si tiene pase libre para el pecho de alguien / Vete a saber, tal vez yo le picase el pecho también

Flinstones

Eu sei que cheguei tarde / Mas tenho uma explicação / Não passei na matilha / Não provei nem uma jola / Até colhi uma flor / Pra colher tua atenção / Eu juro que hoje não / Não pus o pé na argola / Trago marcas de batom / No casaco azul-marinho / Hoje foi dia da mãe / Passei lá para a beijar / Mas ela já não vê bem / Beijou-me o colarinho / Ela perguntou por ti / E acabei por me atrasar / Apanhei fila na ponte / Viste no telejornal? / Ainda te quis avisar / Mas dali não tinha rede / O destino às vezes faz / Partidas de Carnaval / Vá lá, tem pena de mim / Tenho fome e tenho sede / Eu sei que cheguei tarde / Estou meio-morto e com batom / Mas deixa-me explicar / O que foi essa hora morta / Não grites, por favor / Não faças subir o tom / Já está tudo a espreitar / Vá lá, Wilma, abre a porta

Flinstones

Yo sé que llegué tarde / Pero tengo una explicación / No fui con mi panda / No probé ni una caña y hasta cogí un a flor / Para llamar tu atención / Yo juro que hoy no / No caí en el cepo / Tengo marcas de carmín / En la chaqueta azul marino / Hoy fue el día de la madre / Y pasé por allí para besarla / Pero ella ya o ve bien / Y me beso en el cuello / Ella preguntó por ti / Y acabé llegando tarde / Pillé atasco en el puente / ¿Viste el telediario? / Aunque te quise avisar / Allí no había cobertura / El destino a veces hace / Jugadas de carnaval / Venga, ten piedad de mí / Tengo hambre y tengo sed / Yo sé que llegué tarde / Estoy medio muerto y con carmín / Pero déjame explicar / Lo que pasó en la madrugada / No grites, por favor / No hagas subir el tono / Ya todos están mirando / Vamos, Wilma, abre la puerta

Barata tonta

Sai de casa, vê as horas / Solta a roda do vestido / Fecha a porta de mansinho / Dos seus lábios como amoras / Espreita um sorriso atrevido / Põe o pé no mau caminho / Passa por mim, diz-me adeus / E, em passo bem apressado / Desaparece no escuro / Ai, por um beijo dos seus / Eu vendia o meu passado / E comprava o seu futuro / Olha quem chega tão tarde / (Falta pouco o Sol desponta) / Vem de sapatos na mão / 'inda tem quem a aguarde / Sou eu, a barata tonta / Às voltas com a paixão / Passa por mim, diz-me adeus / Vê as horas e boceja / (Há-de deitar-se vestida) / Ai, por um sonho dos seus / Em que fosse eu quem a beija / Dava toda a minha vida

Despistado

Sale de casa, mira la hora / Suelta el vuelo del vestido / Cierra la puerta cuidadosa / De sus labios como moras / Asoma una sonrisa atrevida / Pone el pie en mi camino / Pasa junto a mí, me dice adiós / Y, con paso bien apresurado / Desparece en lo oscuro / Ay, por un beso de los suyos / Yo vendería mi pasado / Y compraba su futuro / Mira quien llega tan tarde / (Falta poco para que el sol despunte) / Viene con los zapatos en la mano / Aunque tiene quien la espere / Soy yo, el despistado / A vueltas con la pasión / Pasa junto a mí, dice adiós / Mira la hora y bosteza / (Se acostará vestida) / Ay, por un sueño de los suyos / En el que fuese yo quien la besa / Daría toda mi vida

Valsa de um Pavão Ciumento

Eu vi como ela o trata e pensei para mim / Se ele é tão bom, tem boca de pudim / Tem voz de santo e modos de pavão / Eu sei que a minha mãe nunca me fez assim / Andei na escola do princípio ao fim / Uns dias ia, outros também não / Já dei por mim, às vezes, a falar sozinho / Troco o Benfica por algum carinho / Se ela trocar pela minha paixão / Já vi que ele usa botas de polimento / E aqueles fatos a cem por cento / Isso diz tudo acerca de um qualquer / Eu sei como ela dança com o peito colado / Ninguém diz que tem o pé apertado / Se está nos braços desse Fred Astaire / Se alguém pensar que morro deste desconsolo / Eu vou para os Alunos de Apolo / E dou a vida por essa mulher / Perdão pelo mau jeito que dei, meu rapaz / És tão perfeito, tu és quase um ás / Mas eu guardei para o fim o melhor trunfo / Eu dei a ela mais do que a minha atenção / Abri a porta do meu coração / Ela escolheu, não foi nenhum triunfo / Amigo vais ver que um dia ainda vais ser feliz / Se tens dói-dói faz aquilo que eu fiz / Morre por ela e trata com um drunfo

Vals de un pavo perezoso

Yo vi como ella lo trata y pensé para mí / Si él es tan bueno, tiene boca de miel / Tiene voz de santo y formas de vanidoso / Yo sé que mi madre nunca me hizo así / Fui a la escuela del principio al fin / Unos días iba, otros tampoco / Ya me encontré a veces hablando solo / Cambio el Benfica por algún cariño / Si ella cambiara por mi pasión / Ya vi que él usa botas cuero / Y aquellas chaquetas del ciento por ciento /Eso lo dice todo acerca de un cualquiera / Yo sé cómo danza ella con el pecho pegado / Nadie diría que tiene el pie encogido / Si está en los brazos de ese Fred Astaire / Si alguien piensa que muero por este desconsuelo / Yo voy a los Alumnos de Apolo* / Y doy la vida por esa mujer / Perdón por el mal paso que di, muchacho / Eres tan perfecto, eres casi un as / Pero guardé para el final el mejor triunfo / Le di a ella algo más que mi atención / Abrí la puerta de mi corazón / Ella escogió, no fue ningún triunfo / Amigo, verás cómo un día vas a ser feliz / Si tienes pupa haz aquello que yo hice / Muere por ella y toma un somnífero

(Alunos de Apolo: Escuela de danza de Lisboa)

Canção de Brazzaville

Pois, me beijaste, depois partiste / Até a luz do Sol me anoitece / E o azul do mar parece triste / Durante um fulgor tudo foi meu / Coração traidor, bate e esquece / O céu dos dias, que me pertenceu / Não sei se inveje quem ama ou se lamente / O amor é uma espécie de loucura / Em que vemos bailar o firmamento / Dai-me Senhor, a paz do esquecimento / Pois, se vi a luz e a perdi / Sou mais cego agora do que dantes / E meu fado já não mora aqui / De que servem estrelas a brilhar no céu / Se não tiver na minha a tua mão / E o teu olhar não iluminar o meu? / Pois se a razão me diz esquece / Neste peito bate um coração / Que contra a razão faz e acontece / Não existe mentira havendo fé / A lua, perdida na imensidão / É quem no alto céu puxa as marés

Canción de Brazzaville

Pues me besaste, después partiste / Hasta la luz del sol me anochece / Y el azul del mar parece triste / Durante un fulgor todo fue mío / Corazón traidor, late y olvida / El cielo de los días, que me perteneció / No sé si envidie a quien ama o se lamente / El amor es una especie de locura / En que vamos a bailar al firmamento / Dame, Señor, la paz del olvido / Pues si vi la luz y la perdí / Soy ahora más ciego que antes / Y mi fado ya no mora aquí / ¿De qué sirven las estrellas brillando en el cielo / Si no tengo en la mía tu mano / Y tu mirada ya no ilumina la mía? / Pues si la razón me dice: olvida / En este pecho late un corazón / Que contra la razón hace y sucede / No existe mentira al haber fe / La luna, perdida en la inmensidad / Es quien desde el alto mar empuja las mareas

Despassarado

Eu sei / Que sou o rei das falsas esperanças / Que meço muito mal distâncias / Mas isso é só porque eu sou desorganizado / Eu sei / Que nunca cumpro o que prometo / Que falo muito e depois esqueço / Mas tu sabes como eu sou tão despassarado / Lamento / Mas só daquilo que eu não digo / É que me arrependo / Quero casar contigo! / Eu sei / Que achas isto um devaneio / Que nunca vais levar a sério / Mas também bate um coração num destrambelhado / Eu sei / Que tu só acreditas vendo / Pois fique 7 de Novembro / E tens aqui esta canção anel de noivado

Despistado

Yo sé / Que soy el rey de las falsas esperanzas / Que mido muy mal las distancias / Pero es sólo porque yo soy desorganizado / Yo sé / Que nunca cumplo lo que prometo / Que hablo mucho y después me olvido / Pero tú sabes cómo soy de despistado / Lamento / Pero sólo de aquello que yo no digo / Es de lo que me arrepiento / ¡Quiero casarme contigo! / Yo sé / Que esto te parece un devaneo / Que nunca vas a tomártelo en serio / Pero también late el corazón en un disparatado / Yo sé / Que tú sólo crees viendo / Pues que sea en un 7 de noviembre / Y tienes aquí esta canción como anillo de compromiso

Zamba del olvido

Olvídame / Esta zamba te lo pide / Te pide mi corazón / Que no me olvides / Que no me olvides / Deja el recuerdo caer / Como un fruto por su peso / Yo sé bien que no hay olvido / Que pueda más que tus besos / Yo digo que el tiempo borra / La huella de una mirada / Mi zamba dice: no hay huella / Que dure más en el alma

Último desejo

Nosso amor que eu não esqueço / E que teve o seu começo / Numa festa de São João / Morre hoje sem foguete / Sem retrato e sem bilhete / Sem luar, sem violão / Perto de você me calo / Tudo penso e nada falo / Tenho medo de chorar / Nunca mais quero o seu beijo / Mas meu último desejo / Você não pode negar / Se alguma pessoa amiga / Pedir que você lhe diga / Se você me quer ou não / Diga que você me adora / Que você lamenta e chora / A nossa separação / Às pessoas que eu detesto / Diga sempre que eu não presto / Que meu lar é o botequim / Que eu arruinei sua vida / Que eu não mereço a comida / Que você pagou pra mim

Último deseo

Nuestro amor que yo no olvido / Y que tuvo su comienzo / En una fiesta de san Juan / Muere hoy sin cohetes / Sin retrato y sin billete / Sin luz de luna ni guitarra / Cerca de ti me callo / Todo lo pienso y nada hablo / Tengo miedo de llorar / Nunca más quiero tu beso / Pero mi último deseo / No me lo puedes negar / Si alguna persona amiga / Puede pedirte que digas / Si me quieres o no / Di que me adoras / Que lamentas y lloras / Nuestra separación / A las personas que detesto / Diles siempre que no me rindo / Que mi hogar es un bar / Que yo arruiné tu vida / Que ni merezco la comida / Que pagaste para mí

Pantomineiro

A Rosa é bonita / Mas mais é a Rita / Que coisa tão bela / E as flores nela / Como à Gabriela / Vestem perfume / Que fica tão bem / Formosa é Anita / Esguia catita / Mas que caravela / Já a Daniela / Seu rosto revela / Sorrisos que assumem / Que a quero também / Falei com Amélia / Para ver Aurelia / Irmã de Florbela / Pois flor como ela / Só vira Manuela / Aflora ciúme / De rubro carmim / Quase não quis Odete / Que através de Elizabete / Mandou as lágrimas dela / Ao contar-lhe na viela / Que não seria ela / Quem ia cuidar de mim / Já beijei Joana / E a Mariana / Mas fui com cautela / Pois nessa ruela / Na mesma cancela / Num golpe de sorte / Marina me quer / Tal como a Firmina / Ana e Josefina / Querem ter a tutela / Mas sinto a cela / E o meu amor gela / Reanimo o norte / E fujo a correr / Sonhei com os dias / De todas as Marias / Virem à janela / E como uma aguarela / Verde e amarela / Num ondulado forte / De azul rosmaninho / De tanto querer / Tudo o que é mulher / Sei que no final / De não saber qual / Vivo assim o mal / De amar sozinho

Pantomimero

Rosa es bonita / Pero más lo es Rita / Qué cosa tan bella / Y las flores en ella / Como a Gabriela / Le ponen perfume / Que queda tan bien / Hermosa es Anita / Erguida y elegante / Más que una carabela / Ya Daniela / Su rostro revela / Sonrisas que asumen / Que la quiero también / Hablé con Amélia / Para ver a Aurelia / Hermana de Florbela / Pues flor como ella / Sólo vi a Manuela / Afloran sus celos / De rojo carmín / Casi no quise a Odete / Que a través de Elizabete / Derramó las lágrimas de ella / Al contarle en la calle / Que no sería ella / Quien iba a cuidar de mí / Ya besé a Joana / Y a Marina / Pero fue con cautela / Pues en esa callejuela / En la misma cancela / En un golpe de suerte / Marina me quiere / Tal como Firmina / Ana y Josefina / Quieren tener la tutela / Pero siento la celda / Y mi amor se hiela / Retomo el norte / Y echo a correr / Soñé con los días / De todas las Marías / Que vienen a la ventana / Y como en una acuarela / Verde y amarilla / En un ondear fuerte / De azul lavanda / De tanto querer / Todo lo que es mujer / Sé que al final / Por no saber cuál / Vivo así este mal / De amar solito

O tiro pela culata

Mal a vi, fui seduzido / Pelo seu corpo lança-chama / E a perna bem torneada / E meti no meu sentido: / Se não a levo para a cama / Não sou homem, não sou nada / Pus um ar de matador / E assim, sem falinhas mansas / Convidei-a para jantar / Quase a vi ficar sem cor / Mas, quando eu perdia as esperanças / Aceitou sem hesitar / Pronto para a grande conquista / Barba feita, risca ao lado / Sapato novo e brilhante / Comprei rosas na florista / E cheguei adiantado / À porta do restaurante / Quase me caía o queixo / E até fiquei aturdido / Com o choque da surpresa: / Ela, ao chegar, deu-me um beijo / Apresentou-me o marido / E foi andando p'rá mesa

El tiro por la culata

Apenas la vi, fui seducido / Por su cuerpo lanzallamas / Y la pierna bien torneada / Y me metí en la cabeza: / Si no me la llevo a la cama / No soy hombre, no soy nada / Fingí aire de matador /Y así, sin retóricas / La invité a cenar / La vi casi quedarse sin color / pero, cuando yo perdía las esperanzas / Aceptó sin dudar / Preparado para la gran conquista / Barba afeitada, raya al lado / Zapatos nuevos y brillantes / Compré rosas a la florista / Y llegué antes de hora / A la puerta del restaurante / Por poco suelto un grito / Y hasta me quedé aturdido / Con el shock de la sorpresa: / Ella, al llegar, me dio un beso /  Me presentó al marido / Y se fue andando a la mesa

Valsa lisérgica

Luzes, sonhos, Deusas / Lendas, Sátiros, devires / Lembranças são dádivas / Loucos, santos, demos / Loas, sons, desejos

Vals lisérgico

Luces, sueños, diosas / Leyendas, sátiros, devenires / Los recuerdos son dones / Locos, santos, demonios / Loas, sueños, deseos

Viver de ouvido 

Eu só sei viver de ouvido / Não fui nunca de estudar / O que sei foi aprendido / Pelas artes de escutar / Eu só sei viver de ouvido / Nunca fui de erudições / Mas eu sei pôr em sentido / O bater dos corações / Não me queiras no papel / De escritor muito inspirado / Mas eu sei pôr na tua pele / Um poema arrepiado / Eu só sei viver de ouvido / Nunca leio as instruções / Mas sei ler o teu vestido / Sei abrir os teus botões 

Vivir de oído 

Yo sólo sé vivir de oído / No fui nunca de estudiar / Lo que sé fue aprendiendo / Por las artes de escuchar / Yo sólo sé vivir de oído / Nunca fui de erudiciones / Pero sé darle sentido / Al latir de los corazones / No me quieras en el papel / De escritor muy inspirado / Pero sé poner en tu piel / Un poema estremecido / Yo sólo sé vivir de oído / Nunca leo las instrucciones / Pero sé leer tu vestido / Sé abrirte los botones

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