Camané - Do amor e dos dias (2010)


Do amor e dos dias (2010)

1. Casa (Tentei fugir da mancha mais escura) / 2. Emboscadas / 3. Súplica / 4. Último recado / 5. O amor é o amor (Comentário 1) / 6. Porta Aberta / 7. Fado Livre / 8. Lúbrica / 9. Depois que um beijo me deste / 10. Ausência / 11. O amor é o amor (Comentário 2) / 12. Tanto me faz / 13. Piso térreo / 14. A guerra das rosas / 15. Porque me olhas assim / 16. E por vezes / 17. O amor é o amor (Comentário 3) / 18. A meu favor

Casa (Tentei fugir da mancha mais escura)

A meu favor / Tenho o verde secreto dos teus olhos / Algumas palavras de ódio / Algumas palavras de amor / O tapete que vai partir para o infinito / Esta noite ou uma noite qualquer / A meu favor / As paredes que insultam devagar / Certo refúgio acima do murmúrio / Que da vida corrente teime em vir / O barco escondido pela folhagem / O jardim onde a aventura recomeça

Casa (Intenté huir de la mancha más oscura)

A mi favor / Tengo el verde secreto de tus ojos / Algunas palabras de odio / Algunas palabras de amor / Una alfombra que va a partir hacia el infinito / Esta noche o una noche cualquiera / A mi favor / Las paredes que lentamente insultan / Cierto refugio encima del murmullo / Que de la vida corriente insiste en venir / El barco escondido entre el follaje / El jardín donde la aventura recomienza

Emboscadas

Foste como quem me armasse uma emboscada / Ao sentir-me desatento / Dando aquilo em que me dei / Foste como quem me urdisse uma cilada / Vi-me com tão pouca coisa / Depois do que tanto amei / Resgatei o teu sorriso / Quatro vezes foi preciso / Por não precisares de mim / E depois, quando dormias / Fiz de conta que fugias / E que eu não ficava assim / Nesta dor em que me vejo / Do nos ver quase no fim / Foste como quem lançasse as armadilhas / Que se lançam aos amantes / Quando amar foi coisa em vão / Foste como quem vestisse as mascarilhas / Dos embustes que se tramam / Ao cair da escuridão / Resgatei o teu carinho / Quatro vezes fiz o ninho / Num beiral do teu jardim / E depois, já em cuidado / Vi no espelho do passado / A tua imagem de mim / E esta dor em que me vejo / De nos ver quase no fim / Foste como quem cumprisse uma vingança / Que guardavas às escuras / Esperando a sua vez / Foste como quem me desse uma bonança / Fraquejando à tempestade / De tão frágil que se fez / Resgatei o teu ciúme / Quatro vezes deitei lume / Ao teu corpo de marfim / E depois, como uma espada / Pousei na terra queimada / O meu ramo de alecrim / E esta dor em que me vejo / De nos ver quase no fim / Foste como quem me armasse uma emboscada / Foste como quem me urdisse uma cilada

Emboscadas

Fuiste como quien me trama una emboscada / Al sentirme desatento / Dando aquello en que me di / Fuiste como quien me urde una celada / Me vi con tan poca cosa / Después de haber amado tanto / Rasgue tu sonrisa / Fueron precisas cuatro veces / Porque no me necesitabas / Y después, cuando dormías / Me hice la idea de que huías / Y que yo no me quedaba así / En este dolor en que me veo / de vernos casi en el fin / Fuiste como quien lanza las redes / Que se lanzan a los amantes / Cuando amar fue cosa vana / Fuiste como quien vestía los antifaces / De las mentiras que se traman / Al caer la oscuridad / Rasgué tu cariño / Cuatro veces hice el nido / En una baranda de tu jardín / Y después, ya con cautela / Vi en el espejo del pasado / Tu imagen de mí / Y este dolor en que me veo / De vernos casi en el fin / Fuiste como quien cumplía una venganza / Que ocultabas a oscuras / Esperando su turno / Fuiste como quien me diera la bonanza / Flaqueando en la tempestad / De tan frágil como se hace / Rescaté tu ceniza / Cuatro veces prendí fuego / A tu cuerpo de marfil / Y después, como una espada / Puse en la tierra quemada / Mi ramo de romero / Y este dolor en que me veo / De vernos casi en el fin / Fuiste como quien me trama una emboscada / Fuiste como quien me urde una celada

Súplica

Já quantas vezes / Te pedi que me esquecesses / Ou que ao menos não viesses / Não voltasses mais aqui / Pois tu não vês / Que o mau viver que tu me dês / Só pode ser por malvadez / E eu não espero mais de ti / Já quantas vezes / Te implorei por caridade / Que encobrisses a maldade / Que há-de ir sempre onde tu vais / Eu poderei ser um traidor / Fugir à lei do que é amor / Sofrer bem sei / Mas prender-me nunca mais / Ainda agora / Eu bem sei que tu não gostas / Vou pedir-te de mãos postas / Que me dês o que era meu / Vagas paixões, meus tristes ais / Mil tentações e pouco mais / Do que ilusões / Que o amor...esse morreu

Súplica

Cuántas veces ya / Te pedí que me olvidaras / O que al menos no vinieses / No volvieses más aquí / Pues tú no ves / Que el mal vivir que tú me des / Suele ser por crueldad / Y yo no espero más de ti / Cuántas veces ya / Te imploré por caridad / Que encubras la maldad / Que ha de ir siempre donde tú vas / Y puede que sea un traidor / Huir de la ley de lo que es el amor / Sufrir sé bien / Pero prenderme nunca más / Aún ahora / Yo sé bien que no te gusto / Voy a pedirte con las manos erguidas / Que me des lo que era mío / Vagas pasiones, mis tristes ays / Mil tentaciones y poco más / Que ilusiones / Que el amor... ese murió

Último recado

No dia em que me deixaste / Nada quis do que te dei / Tudo o que eu tinha levaste / Nem com a saudade fiquei / Se foi tão fácil esquecer-te / E ao pouco bem que me deste / Só me resta agradecer-te / Todo o mal que me fizeste / Aqui vai este recado / Gratidão a que me obrigas / Por tudo, muito obrigado / Por nada, espero que digas / Não penso que ele te fira / Nem qualquer bem te fará / De nada, nada se tira / A nada, nada se dá / / Mas fico mais descansado / Sem nenhum mal entendido / Já que fui mal empregado / Não sou mal agradecido / E serve pra confessar / Quanto fiquei a dever-te / Por nunca poder pagar / O que ganhei em perder-te

Último recado

En el día en que me dejaste / No quise nada de lo que te di / Todo lo que tenía te lo llevaste / Ni con la saudade me quedé / Si fue tan fácil olvidarte / Y al poco bien que me diste / Sólo me queda agradecerte / Todo el mal que me hiciste /Gratitud a la que me obligas / Por todo, muchas gracias / De nada, espero que digas / No pienso que eso te hiera / Ni que te haga ningún bien / De nada, nada se tira / A nada, nada se da / Pero me quedo más descansado / Sin ningún malentendido / Ya que fui mal empleado / No soy mal agradecido / Y sirve para confesarte / Cuanto te dejé a deber / Por no poder pagar nunca / Lo que gané en perderte

O amor é o amor (Comentário 1)

O amor é o amor - e depois?!

El amor es el amor (Comentario 1) 

El amor es el amor... ¡¿Y después?!

Porta aberta

Entraste em minha casa de mansinho / P'la porta que te abri de par em par / E juntos começámos um caminho / Que não sabemos bem onde vai dar / Ao peito levo a rosa que trazias / Tingida pelo sangue dos teus dedos / E agora, p'ra não ires de mãos vazias / Eu tenho de abrir mão dos meus segredos / Não sei por quanto tempo ficaremos / No espaço que inventámos p'ra nos ter / Não sei sequer ao certo o que sabemos / Mas sei que não preciso de saber / E um dia, à despedida, queira Deus / Que eu possa partir sem dizer nada / E tu possas dizer, em vez de adeus / Obrigada, meu amor, muito obrigada

Porta aberta

Entraste en mi casa de puntillas / Por la puerta que te abrí de par en par / Y juntos comenzamos un camino / Que no sabemos bien dónde va a dar / Llevo en el pecho la rosa que traías / Teñida por la sangre de tus dedos / Y ahora, para que no te vayas de manos vacías / Tengo yo que abrir la mano de mis secretos / No sé por cuánto tiempo nos quedaremos / En el espacio que inventamos para tenernos / No sé si quiera con seguridad lo que sabemos / Pero sé que no necesito saberlo / Y un día, en la despedida, quiera Dios / Que pueda yo partir sin decir nada / Y tú puedas decir, en vez de adiós / Gracias, mi amor, muchas gracias

Fado livre

Não ser livre, não consigo / Por isso já decidi / Se não for livre contigo / Vejo-me livre de ti / Amo-te à minha maneira / Não sei se é crime ou castigo / Mas por muito que eu te queira / Não ser livre, não consigo / Deus me livre de trocar / A liberdade por ti / És livre de não gostar / Por isso já decidi / O risco de te perder / É preço de maior perigo / Deus te livre de eu te querer / Se não for livre contigo / Ao escolher a liberdade / Sabendo que te perdi / Sem me livrar da saudade / Vejo-me livre de ti / Não me livro da saudade / Mas fico livre de ti

Fado libre

No ser libre no lo consigo / Por eso ya decidí / Si no fuese libre contigo / Me veo libre de ti / Te amo a mi manera / No sé si es crimen o castigo / Pero por mucho que yo te quiera / No ser libre no lo consigo / Dios me libre de cambiar / La libertad por ti / Eres libre de que no te guste / Por eso ya he asumido / El riesgo de perderte / Es el precio del mayor peligro / Dios te libre de que yo te quiera / Si no fuese libre contigo / Al escoger la libertad / Sabiendo que te perdí / Sin librarme de la saudade / Me veo libre de ti / No me libro de la saudade / Pero me quedo libre de ti

Lúbrica

Mandaste-me dizer / No teu bilhete ardente / Que hás-de por mim morrer / Morrer muito contente / Lançaste no papel / As mais lascivas frases / A carta era um painel / De cenas de rapazes! / Ó cálida mulher / Teus dedos delicados / Traçaram do prazer / Os quadros depravados! / Contudo, um teu olhar / É muito mais fogoso / Que a febre epistolar / Do teu bilhete ansioso / Do teu rostinho oval / Os olhos tão nefandos / Traduzem menos mal / Os vícios execrandos / Teus olhos sensuais / Libidinosa Marta / Teus olhos dizem mais / Que a tua própria carta / As grandes comoções / Tu, neles, sempre espelhas / São lúbricas paixões / As vívidas centelhas... / Teus olhos imorais / Mulher, que me disecas / Teus olhos dizem mais / Que muitas bibliotecas!

Lúbrica

Me mandaste decir / En tu nota ardiente / Que has de morir por mí / Morir muy contento / Lanzaste al papel / Las frases más lascivas / La carta era un lienzo / Con escenas de muchachos / Oh, cálida mujer / Tus dedos delicados / Trazaron en el placer / Los cuadros depravados / Con todo, una mirada tuya / Es mucho más ardiente / Que la fiebre epistolar / De tu nota ansiada / De tu rostrito ovalado / Tus ojos nefandos / Traducen, menos mal / Los vicios abominables / Tus ojos sensuales / Libidinosa Marta / Tus ojos dicen más / Que tu propia carta / Las grandes conmociones / Tú en ellas siempre te reflejas / Son lúbricas pasiones / Las vívidas centellas... / Tus ojos inmorales / Mujer, que me disecas / Tus ojos dicen más / ¡Que muchas bibliotecas!

Depois que um beijo me deste

Outros amores já tiveste / Maiores talvez do que este / Mas uma coisa eu sei bem / Depois que um beijo me deste / Todos os outros esqueceste / E a quem os deste também / Um dia, p'ra me esquecer / Amarás outro qualquer / Mas teu mal não terá fim / Podes amar quem quiseres / Que em cada beijo que deres / Hás-de lembrar-te de mim / Aos outros a quem amares / É melhor beijos não dares / P'ra não sofreres o castigo / De em mim nem sequer pensares / Mas sentires, quando os beijares / Que os atraiçoas comigo

Después que me diste un beso

Ya tuviste otros amores / Tal vez mayores que este / Pero sé bien una cosa / Después que me dieras un beso / Olvidaste a todos los otros / Y a quien se los diste también / Un día, para olvidarme / Amarás a cualquier otro / Pero tu mal no tendrá fin / Puedes amar a quien quieras / Que en cada beso que des / Habrás de acordarte de mí / A los otros a quien ames / Es mejor que no les des besos / Para que no sufras el castigo / de no pensar siquiera en mí / Pues sentirías al besarlos / Que los traicionas conmigo

Ausência

Partiste, é-me indiferente / Nem me lembro quando foi / És passado sem presente / Saudade que se não sente / E ferida que já não dói / Não há luz no teu andar / Nem cortinas nas vidraças / Só há silêncio e luar / Um cão vadio a passar / Na rua onde já não passas / Como outra coisa qualquer / No vazio do abandono / O que ficou por dizer / Ajuda-me a adormecer / Nas minhas noites sem sono / Largaste ao sabor do vento / O que guardavas na mão / Palavras e pensamento / Pedras soltas ao relento / Espalhadas pelo chão / Deixaste por despedida / A tua porta fechada / E agora, na minha vida / És uma taça partida / És só ausência e mais nada

Ausencia

Partiste, me es indiferente / Ni recuerdo cuando fue / Eres pasado sin presente / Saudade que si no se siente / Es herida que ya un duele / No hay luz en tu piso / Ni cortinas en las ventanas / Sólo hay silencio y luz de luna / Un perro vagabundo que pasa / En la calle por donde ya no pasas / Como otra cosa cualquiera / En el vacío del abandono / Lo que quedó por decir / me ayuda a adormecerme / En mis noches sin sueño / Dejaste al sabor del viento / Lo que guardabas en la mano / Palabras y pensamiento / Piedras sueltas al relente / Dispersadas por el suelo / Dejaste como despedida / Tu puerta cerrada / Y ahora, en mi vida / Eres una copa partida / Eres sólo ausencia y nada más

O amor é o amor (Comentário 2)

O amor é o amor - e depois?!

El amor es el amor (Comentário 2)

El amor es el amor... ¡¿Y después?!

Tanto me faz

Andas a dizer praí / Que morres por me não ver / Eu já não gosto de ti / Não me interessa nem saber / Nem que peças de joelhos / Que eu volte a dar-te o que dava / Não embarco em contos velhos / Era só o que faltava / Fartei-me de te avisar / Não vale a pena insistir / Voltar p'ra ti a chorar / Deixa-me rir / Quando se acaba o amor / Não se volta para trás / Sejas tu, seja quem for / Tanto me faz / Não te adianta querer / Que eu te procure ou te siga / Eu tenho mais que fazer / Não vou na tua cantiga / Dizes que te sentes só / Que choras ter-me perdido / Se esperas que eu tenha dó / Tira daí o sentido / Fartei-me de te avisar... / Que podemos ser felizes / Que já não estás magoada / Dar ouvidos ao que dizes / Não me faltava mais nada / Talvez tu tenhas razão / Talvez eu nunca te esqueça / Mas que eu te peça perdão / Nem te passe pla cabeça / Fartei-me de te avisar... / Não sei mais que te dizer / As coisas são mesmo assim / Mas se me queres convencer / Volta pra mim!

Lo mismo me da

Vas diciendo por ahí / Que te mueres por no verme / Tú ya no me gustas / No me interesa ni saber / Ni aunque lo pidas de rodillas / Que yo vuelva a darte lo que te daba / Ni me embarco en viejos asuntos / Era sólo lo que faltaba / Me harté de avistarte / No merece la pena insistir / Volver a llorar por ti / Déjame reír / Cuando se acaba el amor / No se vuelve hacia atrás / Seas tú, sea quien fuere / Lo mismo me da / No te adelantes queriendo / Que yo te busque o te siga / Yo tengo más por hacer / No voy con tu cantinela / Dices que te sientes sola / Que lloras el haberme perdido / Si esperas que sienta dolor / Aleja ese sentimiento / Me harté de avisarte... / Que podemos ser felices / Que ya no estás herida / Prestando oídos a lo que me dices / No me faltaba nada más / Tal vez tú tengas razón / Tal vez yo nunca te olvide / Aunque te pida perdón / Ni te pase por la cabeza / Me harté de avisarte... / No sé que más decirte / Las cosas son justo así / Pero si me quieres convencer / ¡Vuelve a mí!

Piso térreo

Não aprendi a viver / Amar julguei que bastava / E a pouco e pouco, sem querer / Comecei a perceber / Que já nem sequer te amava / Tudo aquilo que te dou / A fingir que inda te quero / Já não é o que hoje sou / Se chegas, ainda estou / Se faltas, já não te espero / São sombras do que perdi / Os gestos com que te minto / São restos do que senti / Da vida que não vivi / Do amor que já não sinto / Sonhei o sonho perfeito / Adormeci a teu lado / E agora quando me deito / Tu és o sonho desfeito / Que me mantém acordado

Piso de tierra

No aprendí a vivir / Juzgué que mar bastaba / Y poco a poco, sin querer / Comencé a darme cuenta / De que ya ni siquiera te amaba / Todo aquello que te doy / Fingiendo que aún te quiero / Yo no es lo que hoy soy / Si llegas, aún estoy / Si faltas, ya no te espero / Son sombras de lo que perdí / Los gestos con que te miento / Son restos de lo que sentí / De la vida que no viví / Del amor que ya no siento / Soñé el sueño perfecto / Me adormecí a tu lado / Y ahora cuando me acuesto / Tú eres el sueño deshecho / Que me mantiene despierto

A guerra das rosas

Partiste / Sem dizer adeus nem nada / Fingiste / Que a culpa era toda minha / Disseste / Que eu tinha a vida estragada / E eu gritei-te da escada / Que fosses morrer sozinha / Voltaste / E nem desculpa pediste / Perguntaste / Porque é que eu tinha chorado / Não respondi / Mas quando vi que sorriste / Eu disse que estava triste / Porque tu tinhas voltado / Zangada / Esvaziaste o meu armário / E em nada / Ficou meu disco preferido / De raiva / Rasguei o teu diário / Virei teu saco ao contrário / Dei-te cabo de um vestido / Queimaste / O meu jantar favorito / Deixaste / O meu champanhe azedar / E quando / Cozinhei o periquito / Para abafar o teu grito / Eu comecei a cantar / Fumavas / Eu nem suportava o cheiro / Teimavas / Em me acender um cigarro / E quando / Tu me ofereceste um isqueiro / Atirei-te com o cinzeiro / Escondi as chaves do carro / Não queria / Que visses televisão / Em dia / De jogos de Portugal / Torcias / Contra a nossa selecção / Se eu via um filme de acção / Tu mudavas de canal / Tu querias / Que eu fosse contigo ao bar / Só ias / Se eu não entrasse contigo / Saía / Pra não ter de te aturar / Tu ficavas a dançar / Com o meu melhor amigo / Gozavas / Porque eu não queria beber / Ralhavas / Ao veres-me de grão na asa / Eu ia / À festa sem te dizer / Nunca cheguei a saber / Se tu ficavas em casa / Tu deste / Ao porteiro roupa minha / Soubeste / Que eu lhe dera o teu roupão / Eu dei / O teu anel à vizinha / E pla estima que eu lhe tinha / Ofereceste-lhe o meu cão / Foste-te-me lendo / O teu romance de amor / Sabendo / Que eu não gostava da história / No dia / De o mandares pró editor / Fui ao teu computador / Apaguei-o da memória / Se cozinhavas / Eu jantava sempre fora / Juravas / Que eu havia de pagá-las / Põe-te na rua / Dizias-me a toda a hora / E quando eu me fui embora / Tu ficaste-me coas malas / Depois / Desses anos infernais / Os dois / Éramos caso arrumado / Achando / Que também era demais / Jurámos pra nunca mais / Foi cada um pra seu lado / No escuro / Tu insistes que eu não presto / Eu juro / Que falta a parte melhor / Um beijo / Acaba com o teu protesto / Amanhã conto-te o resto / Boa noite meu amor

La guerra de las rosas

Partiste / Sin decir adiós ni nada / Fingiste / Que la culpa era toda mía / Dijiste / Que yo tenía la vida perdida / Y te grité desde la escalera / Que te ibas a morir sola / Volviste / Y ni disculpas pediste / Preguntaste / Por qué yo había llorado / No respondí / Pero cuando vi que sonreíste / Yo dije que estaba triste / Porque habías regresado / Enfadada / Vaciaste mi armario / Y en nada / Quedó mi disco preferido / Rabioso / Rompí tu diario / Di la vuelta a tu chaqueta / Rompí un vestido / Quemaste / Mi comida favorita / Dejaste mi champán avinagrarse / Y cuando / Cociné el periquito / Para ahogar tu grito / Yo comencé a cantar / Fumabas / Y ni el olor soportaba / Insistías / En encenderme un cigarro / Y cuando / Tú me ofreciste un mechero / Te di con el cenicero / Escondí las llaves del coche / No quería / Que vieses la televisión / En el día / De los Juegos de Portugal / Desanimabas a nuestra selección / Si yo veía una película de acción / Tu cambiabas de canal / Tú querías / Que yo fuese contigo al bar / Sólo ibas / Si yo no entraba contigo / Salía / Para no tener que fastidiarte / Tú te quedabas a bailar / Con mi mejor amigo / Gozabas / Porque yo no quería beber / Voceabas / Al verme trompa / Yo me iba / De fiesta sin decírtelo / Nunca llegué a saber / Si te quedabas en casa / Tú le diste / Al portero mi ropa / Supiste / Que yo le había dado tu bata / Yo le di / Tu anillo a la vecina / Y con el cariño que yo le tenía / Le diste mi perro / Me fuiste leyendo / Tu novela de amor / Sabiendo que a mí no me gustaba la historia / En el día / En que la mandabas al editor / Fui a tu ordenador / Lo borré de la memoria / Si cocinabas / Yo comía siempre fuera / Jurabas / Que yo debía pagarlas / Vete en la calle / Me decías a todas horas / Y cuando yo me iba fuera / Tú me dejaste con las maletas / Después / De esos años infernales / Los dos / Éramos caso perdido / Creyendo / Que también era demasiado / Juramos que nunca más / Cada uno fue para su lado / En la oscuridad / Tú insistes en que yo no me rindo / Y juro / Que falta la mejor parte / Un beso / Acaba con tu protesta / Mañana te cuento el resto / Buenas noches, mi amor

É por vezes

Diz-me agora o teu nome / Se já dissemos que sim / Pelo olhar que demora / Porque me olhas assim / Porque me rondas assim / Toda a luz da avenida / Se desdobra em paixão / Magias de druida / P'lo teu toque de mão / Soam ventos amenos / P'los mares morenos / Do meu coração / Espelhando as vitrinas / Da cidade sem fim / Tu surgiste divina / Porque me abeiras assim / Porque me tocas assim / E trocámos pendentes / Velhas palavras tontas / Com sotaques diferentes / Nossa prosa está pronta / Dobrando esquinas e gretas / P'lo caminho das letras / Que tudo o resto não conta / E lá fomos audazes / Por passeios tardios / Vadiando o asfalto / Cruzando outras pontes / De mares que são rios / E num bar fora de horas / Se eu chorar perdoa / Ó meu bem é que eu canto / Por dentro sonhando / Que estou em Lisboa / Dizes-me então que sou teu / Que tu és toda p'ra mim / Que me pões no apogeu / Porque me abraças assim / Porque me beijas assim / Por esta noite adiante / Se tu me pedes enfim / Num céu de anúncios brilhantes / Vamos casar em Berlim / À luz vã dos faróis / São de seda os lençóis / Porque me amas assim / E lá fomos audazes...

A veces 

Dime ahora tu nombre / Si ya dijimos que sí / Por la mirada que tarda / Porque me miras así / Porque me rondas así / Toda la luz de la avenida / Se desdobla en pasión / Magias de druida / Por el toque de tu mano / Suenan vientos amenos / Por los mares morenos / de mi corazón / reflejando los escaparates / De la ciudad sin fin / Tú surgiste divina / Porque te acercas así / Porque me tocas así / Y cambiamos pendientes / Viejas palabras tontas / Con acentos diferentes / Nuestra prosa está preparada / Doblando esquinas y grietas / Por el camino de las letras / Que todo lo demás no cuenta / Y entonces fuimos audaces / Por paseos tardíos / Vagando por el asfalto / Cruzando otros puentes / De mares que son ríos / Y en un bar fuera de hora / Si yo llorase, perdona / Es mi amor lo que yo canto / Soñando por dentro / Que estoy en Lisboa / Me dices entonces que soy tuyo / Que tú eres toda para mí / Que me pones en la cúspide / Porque me abrazas así / Porque me besas así / Porque esta noche de repente / Si tú me pides, en fina / Entre un cielo de anuncios brillantes / Nos vamos a casar a Berlín / A la luz vana de las farolas / Son de seda las sábanas / Porque me amas así / Y entonces fuimos audaces...

O amor é o amor (comentario 3)

O amor é o amor - e depois?!

El amor es el amor: ¡¿Y después?!

El amor es el amor - ¡¿Y después?! 

A meu favor

A meu favor / Tenho o verde secreto dos teus olhos / Algumas palavras de ódio / Algumas palavras de amor / O tapete que vai partir para o infinito / Esta noite ou uma noite qualquer / A meu favor / As paredes que insultam devagar / Certo refúgio acima do murmúrio / Que da vida corrente teime em vir / O barco escondido pela folhagem / O jardim onde a aventura recomeça

A mi favor 

A mi favor / Tengo el verde secreto de tus ojos / Algunas palabras de odio / Algunas palabras de amor / La alfombra que va a partir hacia el infinito / Esta noche o una noche cualquiera / A mi favor / Las paredes que insultan lentamente / Cierto refugio encima del murmullo / Que de la vida corriente se empeña en venir / El barco escondido por el follaje / El jardín donde la aventura recomienza

¡Crea tu página web gratis! Esta página web fue creada con Webnode. Crea tu propia web gratis hoy mismo! Comenzar