CARMINHO - CANTO (2014)


Canto (2014)

1.- A Ponte / 2.- Saia Rodada / 3.- Ventura / 4.- Porquê / 5.- Chuva no Mar (com Marisa Monte) / 6.- Contra a Maré / 7.- Andorinha / 8.- O Sol, Eu eTu / 9.- Na Ribeira deste Rio / 10.- Espera / 11.- Vou-te Contar / 12.- Destino / 13.- Vem / 14.- A Canção / 15.- Ventura (versão Jaques Morelenbaum) / 16.- Carvoeiro / 17.- Linda História  

A ponte 

Da margen esquerda da vida / Parte uma ponte que vai / Só até meio, perdida / Num halo vago, que atrai. / É pouco tudo o que veio / Mas basta, por ser metade, / P'ra que eu me afogue em desejo / Aquém do mar da vontade. / Da outra margen, direita, / A ponte parte também, / Quem sabe se alguém me espreita? / Não atravessa ninguém.

El puente 

Desde la parte izquierda de la vida / Parte un puente que va / Sólo hasta el medio, perdido / En un halo vago, que atrae. / Es poco todo lo que veo / Pero basta, por ser mitad, / Para que yo me ahogue en deseo / Ante el mar de mi anhelo. / De la otra orilla, la derecha, / El puente parte también / ¿Quién sabe si alguien me observa? / No lo atraviesa nadie.

Saia rodada 

Vesti a saia rodada / P'ra apimentar a chegada / Do meu amor. / No mural postei as bodas, / Rezei nas capelas todas / Pelo meu amor. / Vem lá de longe da cidade e tem / Os olhos rasos de saudade em mim / E eu mando-lhe beijos e recados em retratos meus. / Pensa em casar no fim do verão que vem, / Antes pudesse o verão não mais ter fim / Que eu estou tão nervosa com esta coisa do casar / Meu Deus. / Vesti a saia rodada / P'ra apimentar a chegada / Do meu amor. / No mural postei as bodas, / Rezei nas capelas todas / Pelo meu amor. / Por tantas vezes pensei eu também / Sair daqui atrás dos braços seus / Da cabeça ao vento e a duvidar o que faz ele por lá. / São os ciúmes que a saudade tem / E se aos ciúmes eu já disse adeus / Hoje mato inteiras as saudades que o rapaz me dá.

Falda de vuelo 

Me puse la falda de vuelo / Para sazonar la llegada / De mi amor / Publiqué las proclamas, / Recé en todas las capillas / Por mi amor. / Viene de lejos de la ciudad y tiene / Los ojos llenos de saudade por mí / Y yo le mando besos y mensajes con mis retratos. / Piensa en que nos casemos al final del próximo verano, / Ojalá pudiese el verano no tener fin / Que yo estoy tan nerviosa con este asunto de casarme / ¡Dios mío! / Me puse la falda de vuelo / Para sazonar la llegada / De mi amor / Publiqué las proclamas, / Recé en todas las capillas / Por mi amor. / Cuántas veces pensé yo también / Salir de aquí en busca de sus brazos / Con la cabeza enloquecida al dudar lo que él hace por allá. / Son los celos que la saudade da / Y si a los celos ya les dije adiós / Hoy yo mato enteras las saudades que este muchacho me provoca

Ventura

Oh mar porque me chamas / Às ondas do teu porvir, / Quem és tu que me reclamas? / Uma vida por cumprir? / Oh mudo mensageiro / Da voz que só eu ouvi, / Aponta no nevoeiro / A luz que eu nunca vi. / Minha mãe, não me chores, / Meu pai, não contes os días, / Oh meu amor, não demores / A encontrar nova companhia. / Oh mar porque reclamas / Todas as águas p'ra ti / Oh coração com que chamas, / inflamas ao meu devir / Minha mãe, não me chores, / Meu pai, não contes os días, / Oh meu amor, não demores / A encontrar nova companhia.

Ventura 

Oh, mar, ¿por qué me llamas / A las olas de tu porvenir? / ¿Quién eres tú que me reclamas / Una vida por cumplir? / Oh, mudo mensajero / De la voz que sólo yo escuché / Señala en la niebla / La luz que yo nunca vi. / Madre mía, no me llores / Padre mío, no cuentes los días, / Oh, amor mío, no tardes /En encontrar nueva compañía. / Oh, mar, ¿por qué reclamas / Todas las aguas para ti? / Oh, corazón, ¿con qué llamas / Inflamas mi devenir? / Madre mía, no me llores / Padre mío, no cuentes los días, / Oh, amor mío, no tardes /En encontrar nueva compañía.

Porquê

Desse-me o vento que vinha / De bandas não sei de onde / Que procurou mas não tinha / Ideia onde se esconde / Essa paixão que foi minha / E ao grito meu não responde. / Montes e vales corridos, / Recantos do fim do mundo / Tão distantes e escondidos, / Tudo em silêncio profundo. / E estes meus cinco sentidos / Gemendo a cada segundo / De noite foges da lua, / De dia o sol não te vé / Não há ninguém que possua / A razão deste porquê / E o meu viver continua / A estar à tua mercê / Sei que existes porque existes / E porque foste verdade / E com verdade resistes / A esta grande saudade / Alegra os meus olhos tristes / E volta, faz-me a vontade

Por qué

Me dijo que viento que venía / De los confines de no sé dónde / Que buscó pero no tenía / Idea de dónde se esconde / Esa pasión que fue mía / Y a mi grito no responde. / Montes y valles / Montes y valles recorridos, / Rincones del fin del mundo / Tan distantes y escondidos, / Todo en silencio profundo. / Y estos, mis cinco sentidos / Gimiendo a cada segundo / De noche huyes de la luna, / De día el sol no te ve / No hay nadie que posea / La razón de este porqué / Y mi vivir continua / Estando a tu merced / Sé que existes porque existes / Y porque fuiste verdad / Y con verdad resistes / A esta gran saudade / Alegra mis ojos tristes / Y regresa, hazme el favor

Chuva no mar 

Coisas transformam-se em mim / É como chuva no mar / Se desmancha assim em / Ondas a me atravessar, / Um corpo sopro no ar / Com um nome p'ra chamar / É só alguém batizar / Nome p'ra chamar de / Nuvem, vidraça, varal, / Asa, desejo, quintal, / O horizonte lá longe, / Tudo o que o olho alcançar / E o que ninguém escutar / Te invade sem parar / Te transforma sem ninguém notar, / Frases, vozes, cores, / Ondas, frequências, sinais, / O mundo é grande demais / Coisas transformam-se em mim / Por todo o mundo é assim / Isso nunca vai ter fim

Lluvia en el mar 

Cosas se transforman en mí / Es como lluvia en el mar / Se deshacen así en / Olas que me atraviesan / Un cuerpo brisa en aire / Como un nombre para llamar / Y bautizar sólo a alguien / Nombre para llamar / A la nube, ventanal, varal / Ala, deseo, quinta / El horizonte allá a lo lejos / Todo lo que el ojo alcanza / Y lo que nadie escucha / Te invade sin parar / Te transforma sin que nadie lo note / Frases, voces, colores / Ondas, frecuencias, señales / El mundo es demasiado grande / Cosas se transforman en mí / Por el mundo entero es así / Eso nunca va a tener fin

Contra a maré

Eu remo contra a maré de dia / Quase que perco o meu pé podia / Uma forma de evitar o dia / Andar de noite ao luar podía / A noite por entre as sombras / Correm os ríos, as ondas / Sou como peixe e flutua / Um feixe de lua / P'ra que não te escondas / Gosto do amanecer com calma / Mas quero chapéu de sol p'ra a alma / O meu canto não se fez nos días / É a claridade a mais, sabias? / À noite sob as estrelas / Bailam as luzas, vem vé-las / Sou como a sombra ladina / Feita bailarina / Que dança com elas

Contra la marea

Yo remo contra la marea del día / Casi podría perder pie / Una forma de evitar el día / Andar de noche a la luz de la luna podía / De noche por entre las sombras / Corren los ríos, las olas / Soy como un pez que navega / Un haz de luna / Para que no te escondas / Me gusta amanecer con calma / Pero quiero un sombrero de sol para el alma / Mi canto no se hace en los días / Es la mayor claridad, ¿sabías? / De noche bajo las estrellas / Bailan las luces, ven a verlas / Soy como sombra ladina / Hecha bailarina / Que danza con ellas

Andorinha 

Andorinha / Que foges do meu beiral / Logo vejo que afinal / Não há primavera em mim / Oh andorinha /¿Porquê de tanta viagem? / ¿Porquê não fazes paragem? / No meu outono sem fim / Andorinha / Tal vez tu tenhas razão / O que refaz o coração / É a memoria das flores / Andorinha / Dás-me a ideia que o passado / Não é útil nem amado / P'ra quem só viaja assim / Oh andorinha / Sabes bem que já é tarde / E o buscar a eternidade / Tal como ela, não tem fim / Andorinha / Tal vez tu tenhas razão / O que refaz o coração / É a memoria das flores

Golondrina 

Golondrina / Que huyes de mi tejado / Veo después como al final / No hay primavera en mí / Oh, golondrina / ¿Por qué tanto viaje? / ¿Por qué no haces parada? / En mi otoño sin fin / Golondrina / Tal vez tú tengas razón / Lo que refresca el corazón / Es la memoria de las flores / Golondrina / Me das idea de que el pasado / No es útil ni amado / Para quien sólo viaja así / Oh, golondrina / Sabes bien que ya es tarde / Y buscar la eternidad / Tal como ella, no tiene fin / Golondrina / Tal vez tú tengas razón / Lo que refresca el corazón / Es la memoria de las flores

O sol, eu e tu

O céu azul / O sol no mar / Só eu e tu / Damos sentido tudo o que existe / E existirá / A chuva cai / A imensidão geme num ai / E o horizonte revela-se inteiro / Neste chão / Nós dois aquí celebramos o mundo / Cada vez que nos olhamos de perto / Rua, floresta, deserto / Hoje, amanhã, norte, sul / O mar sob o sol todo azul do céu / Eu e tu

El sol, tú y yo 

El cielo azul / El sol en el mar / Sólo tú y yo / Damos sentido a todo lo que existe / Y existirá / La lluvia cae / La inmensidad gime en un ay / Y el horizonte se revela entero / En este territorio / Nosotros dos aquí celebramos el mundo / Cada vez que nos miramos de cerca / Calle, floresta, desierto / Hoy, mañana, norte, sur / El mar bajo el sol todo azul de cielo / Tú y yo

Na ribeira deste rio 

Na ribeira deste rio / Ou na ribeira daquele / Passam meus días a fio / Nada me impede, me impele / Me dá calor ou dá frio / Vou vendo o que o rio faz / Quando o rio não faz nada / Diço os rastros que el traz / Numa sequência arrastada / Do que ficou para tras / Vou vendo e vou meditando / Não bem no rio que passa / Mas só no que estou pensando / Porque o bem dele é que faça / Eu não ver que vai pasando / Vou na ribeira do rio / Que está aquí ou ali / E no seu curso me fio / Porque se o vi ou não vi / Ele passa e eu confio

En la orilla de este rio

A la orilla de este río / O en la orilla de aquel / Pasan en fila mis días / Nada me impide o me impele / Ni me da calor o frío / Voy viendo lo que el río hace / Cuando el río no hace nada / Nombro los rastros que trae / En una secuencia arrastrada / De lo que quedó detrás / Voy mirando y meditando / Pero no en el río que pasa / Sino en lo que estoy pensando / Pues lo que miro en el agua / Es no ver que está pasando / Voy por la orilla del río / Que está aquí o allí / Y de su curso me fío / Pues si lo vi o no lo vi / Él pasa y yo confío.

Espera

Quando virás na vaga proibida / Com maresia e vento ao abandono / Pór nos meus lábios um sinal de vida / Onde haja apenas pétalas e sonhos / Com teu olhar de nuvem ou cipreste / Como uma rosa oculta por florir / Se te chamei e nunca mais vieste / Quando viras sem que eu te mande vir / Quando quebrando todos os segredos / Na aragem que a poeira deixa nua / Virás deitar-te um pouco nos meus dedos / Como o sol, como a terra e como a lua / E porque a minha boca te sorria / Tentando abrir uma invisível grade / Quando viras sem medo e sem mentira / Dar ao meu corpo a sua liberdade

Espera

Cuando vendrás en la ola prohibida / Con marea y viento al abandono / A poner en mis labios una señal de vida / Donde haya apenas pétalos y sueños / Con tu mirada de nube o de ciprés / Como una rosa oculta por abrir / Si te llamé y nunca más viniste / Cuándo vendrás sin que yo te mande venir / Cuándo rompiendo todos los secretos / En la polvareda que la brisa deja desnuda / Vendrás a echarte un poco sobre mis dedos / Como el sol, como la tierra, como la luna / Y porque mi boca te sonría / Intentando abrir una reja invisible / Cuándo vendrás sin miedo y sin mentira / A darle a mi cuerpo su libertad

Vou-te contar 

Vem, vou-te contar / Por dentro dos meus sonhos / Como que uma aurora / Chegou de longe e veio p'ra me ver / Que envergonhada eu fui e agora / Vem, vou-te contar / Atravessou os meus versos, fez-se luz / Beijou-me as mãos / Deixou-me o seu perfume / Negro lume a entrançar / Bem devagar / As linhas leves da minh'alma / Versos só de calma / E fez lugar do que era meu / E rescreveu, qual mão de Deus / As pedras que eram dor no meu caminho / E eu cega de paixão e de desejo / Dei-lhe um beijo sem querer / Parou o tempo aqui na minha boca / E, meu amor, que aconteceu / Que tudo o que foi nosso / À frase rouca de um adeus em ti morreu? / Então olha os meus olhos / E hoje vem, vou-te contar

Te voy a contar 

Ven, te voy a contar / Por dentro de mis sueños / Como una aurora / Llegó de lejos y vino para verme / Que avergonzada yo fui y ahora / Ven, te voy a contar / Atravesó mis versos, se hizo luz / Besó mis manos / Me dejó su perfume / Negra lumbre trenzando / Muy despacito /Las leves líneas de mi alma / Versos sólo de calma / Y se hizo un sitio en lo que era mío / Y reescribió, como mano de Dios / Las piedras que eran dolor de mi camino / Y yo ciega de pasión y de deseo / Le di un beso sin querer / Se detuvo el tiempo aquí en mi boca / Y, amor mío, ¿qué sucedió / Que todo lo que fue nuestro / A la frase ronca de un adiós en ti murió? / Entonces mira mis ojos / Y hoy ven, te voy a contar

Destino 

Quando nasce uma pessoa / No livro destino faz-se / Uma história má ou boa / E a vida que teremos / Ali escrita e resolvida / Não somos nós que a escolhemos / Porque procuras / Esquecer o meu carinho / Se naquelas escrituras / Não é esse o teu caminho / Foges depois / Sentes que o destino tonto / Resolveu que nós os dois / Entramos no mesmo conto / O caminho dos teus passos / Na vida e o meu carinho / Estão escritos nos mesmos traços / A verdade é conhecida / É que tu és a metade / Metade da minha vida / Porque procuras / Esquecer o meu carinho / Se naquelas escrituras / Não é esse o teu caminho / Foges depois / Sentes que o destino tonto / Resolveu que nós os dois / Entramos no mesmo conto / Não sei porquê / Na história dos nossos fados / Nem uma linha se lê / Que nos deixe separados / E se o destino / Já nos marcou esta sina / És meu desde pequenino / Sou tua de pequenina

Destino

Cuando nace una persona / En el libro del destino se realiza / Una historia mala o buena / Y la vida que tendremos / Allí escrita o resuelta / No somos nosotros quién la escogemos / Por qué buscas / Olvidar mi cariño / Si en aquellas escrituras / No es ese tu camino / Luego huyes / Sientes que el destino tonto / Decidió que nosotros dos / Entramos en la misma cuenta / El camino de tus pasos / En la vida y mi camino / Están escritos con los mismos trazos / La verdad es conocida / Es que tú eres la mitad / La mitad de mi vida / Por qué buscas / Olvidar mi cariño / Si en aquellas escrituras / No es ese tu camino / Luego huyes / Sientes que el destino tonto / Decidió que nosotros dos / Entramos en la misma cuenta / No sé por qué / En la historia de nuestros fados / Ni una línea se lee / Que nos mantenga separados / Y si el destino / Ya nos marcó este sino: / Eres mío desde pequeñito / Soy tuya desde pequeñita

Vem

Vem essa coisa qualquer / Como seta despedida / Direita ao meu coração / E eu choro e rio sem querer / Nunca de mim tão perdida / Pobre de mim tão sem chão / Que luz é essa que cega / Que desatina, atordoa / Que vem de dentro e me invade / Que me transtorna se chega / Mas quando parte magoa / Num alívio e saudade / Vem essa coisa tão estranha / Dar-me um laço que desprende / Uma doçura que amarga / E eu pequenina e tamanha / Num corpo que não se rende / A uma estreiteza tão larga / Que graça é essa tão séria / Que corrói até ao osso / E me arde de tão fria / Dá-me tudo até a miséria / Vem meu amor que não posso / Viver assim mais um dia

Viene

Viene esa cosa incierta / Como flecha despedida / Directa a mi corazón / Y yo lloro y río sin querer / Nunca tan perdida de mí / Pobre de mí tan sin tierra / ¿Qué luz es esa que ciega / Que desatina, aturde / Que viene de dentro y me invade / Que me trastorna si llega? / Pero cuando se va me hiere / En un alivio y saudade / Viene esa cosa tan extraña / A darme un lazo que desprende / Una dulzura que amarga / Y yo tan pequeñita y grande / En un cuerpo que no se rinde / A una dificultad tan larga / Qué gracia es esa tan seria / Que corroe hasta el hueso / Y me quema de tan fría / Dame todo, hasta la miseria / Ven, mi amor, que no puedo / Vivir sin ti ni otro día

A canção 

Vem com o teu corpo são / Tocar no meu coração aberto / Vem e vê que a canção / Não é mais do que cinzas / Do meu ser incorrecto / Abre-me uma janela / Do teu coração / E olha-me ao espelho / Que eu estou mesmo atrás de ti / P'ra te amar e sentires / O meu ser correcto / Deus criou-nos e só depois / Separou a terra do céu / E até o pobre se alegrou / Quando soube do nosso amor / Que no feto vinha em nós / Mas o futuro só nos pertence / Se a canção não for mais que nós / Bem sei que o meu eu / Não foi sempre teu / Por minha loucura / E se a corda esticou / E mesmo assim não partiu / É porque algo perdura / Mesmo que a raiva em ti mesmo / Crie a ilusão / De que já nada há / Olha os meus olhos brilhantes / Por teres crescido / E ver que ainda estás cá

La canción

Ven con tu cuerpo puro / A tocar en mi corazón abierto / Ven a ver que la canción / No es más que cenizas / De mi ser incorrecto / Ábreme una ventana / De tu corazón / Y mírame en el espejo / Que estoy justo detrás de ti / Para amarte y que sientas / Mi ser correcto / Dios nos creó y sólo después / Separó la tierra del cielo / Y el pobre hasta se alegró / Cuando supo de nuestro amor / Que desde el embrión venía en nosotros / Pero el futuro sólo nos pertenece / Si la canción no fuese más que nosotros / Sé bien que mi yo / No siempre fue tuyo / Por mi locura / Y si la cuerda se tensó / E incluso así no se partió / Es porque algo perdura / Aunque la rabia en ti / Produzca la ilusión / De que ya no hay nada / Mira mis ojos brillantes / Porque has crecido / Y ven que aún estás aquí

Carvoeiro 

Foge do cais, carvoeiro / E das ciladas da areia! / Foge arteiro / Oh carvoeiro! / Segue sempre o teu roteiro / Que só a terra é sereia / Singra, soprano, o veleiro / Tu passas, quente e contralto / Vai, banzeiro / Oh Carvoeiro! / Vai, que o teu casco é romeiro / Da romagem do mar alto / Teu manso ir, carvoeiro / É todo feito de brasas / Se és ronceiro / Oh Carvoeiro! / O teu fumo aventureiro / Tem um destino com asas / Vai para o mar, carvoeiro / Terra é mulher, é má sorte / Vai ligeiro / Oh Carvoeiro! / Não veja a onda, primeiro / Brilhar a Estrela do Norte / Negro, negro carvoeiro / Não voltes nunca do mar! / Vai, trigueiro / Oh Carvoeiro! / Que eu não nasci marinheiro / E o meu destino é ficar

Carbonero  

¡Huye del mar, carbonero / Y de las trampas de arena! / Huye astuto / ¡Oh, carbonero! / Sigue siempre tu ruta / Que sólo la tierra es sirena / Navega, soprano, el velero / Tu pasas, cálido y contralto / Ve balanceándote, carbonero / Ve, que tu casco es peregrino / De la romería de altamar / Tu manso ir, carbonero / Está hecho todo de brasas / Si eres lento / ¡Oh, carbonero! / Tu humo aventurero / Tiene un destino con alas / Va hacia el mar, carbonero / Tierra es mujer, es mala suerte / Ve ligero / ¡Oh, carbonero! / No vea la ola primero / La Estrella del Norte brillar / Negro, negro carbonero / ¡No vuelvas nunca del mar! / Ve, moreno / ¡Oh, carbonero! / Que yo nací marinero / Y mi destino es quedarme

História linda 

Ouve, quero contar-te uma história de amor / Dessas que a gente já sabe de cor / Igual a tantas que esta vida tem / Vais conhecer duas pessoas como outras quaisquer / Dois namorados que foram viver / A história linda de quem se quer bem / Apaixonados com o tempo à frente / Tinham caricias a queimar na mão / Tocando a dor de quem se sente / Um escravo do seu coração / E num só corpo quando se abraçavam / Beijando as horas com melancolia / Nunca as palavras chegavam / Para tudo o que no peito havia / Ela, sempre bonita na sua ternura / Dava alegria, a forma insegura / Dos que procuram sonhar o real / Ele, tinha um emprego nas ondas do mar / Pescava os versos do seu navegar / E as despedidas sabiam-lhe a sal / Adeus querida, que me vou embora / Levo as saudades, que te vou deixar / Hei-de lembrar-te noite fora / Assim como quem quer chorar / O mar é longe e longa é a nossa espera / E as palavras vão de encontro ao cais / Adeus querida, quem me dera / Que eu não partisse nunca mais / E depois, os dois casaram como era suposto / Sonhos na alma, sorrisos no rosto / Como as pessoas mais belas do mundo / Lado a lado, criando as ruas do seu dia-a-dia / Dobrando esquinas que a sorte trazia / Como nós todos fazemos no fundo / E então perguntas-me a razão da história / Assim tão simples como respirar / Sabes, amar é uma vitória / E a vida é simples de contar / Eu aprendi a perceber melhor / A importância das coisas normais / É que eu fui filho desse amor / Da história linda dos meus pais / Eu sou o filho desse amor / Palavras que já não dizem mais

Historia linda

Oye, quiero contarte una historia de amor / De esas que la gente ya sabe de memoria / Igual a tantas que esta vida tiene / Vas a conocer a dos personas como otras cualquiera / Dos enamorados que vivieron / La historia bella de quien se quiere bien / Apasionados con el tiempo por delante / Tenían caricias quemándoles las manos / Tocando el dolor de quien se siente / Un esclavo de su corazón / Y en un solo cuerpo cuando se abrazaban / Besando las horas con melancolía / Nunca bastaban las palabras / Para todo lo que había en el pecho / Ella, siempre bonita en su ternura / Daba alegría a la forma insegura / De los que buscan soñar lo real / Él tenía un empleo en las olas del mar / Pescaba los versos de su navegar / Y las despedidas le sabían a sal / Adiós, querida, que me marcho lejos / Me llevo las saudades que te voy a dejar / He de recordarte toda la noche / Tal como quien quiere llorar / El mar es grande y grande nuestra espera / Y las palabras van al encuentro al muelle / Adiós, querida, ojalá / No tuviese que partir nunca más / Y después, los dos se casaron como se suponía / Sueños en el alma, sonrisas en el rostro / Como las personas más bellas del mundo / Mano a mano, creando los caminos de su día a día / Doblando las esquinas que la suerte traía / Como todos nosotros hacemos en el fondo / Y entonces me preguntas la razón de la historia / Tan sencilla como el respirar / ¿Sabes? Amar es una victoria / Y la vida es fácil de contar / Yo aprendí a comprender mejor / La importancia de las cosas normales / Y es que soy hijo de ese amor / De la historia linda de mis padres / Yo soy el hijo de ese amor / Las palabras ya no añaden más

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