Gisela João (2013)


Gisela João (2013)


1. Madrugada Sem Sono / 2. Vieste Do Fim Do Mundo / 3. Meu Amigo Está Longe / 4. Bailarico Saloio / 5. Voltaste / 6. Sei Finalmente / 7. Canto De Rua (Instrumental) / 8. Primavera Triste / 9. (A Casa Da) Mariquinhas / 10. Sou Tua / 11. Malhões E Vira / 12. Maldiçao / 13. Nao Venhas Tarde / 14. Antigamente

Madrugada sem sono

Na solidão a esperar-te / Meu amor fora da lei / Mordi meus lábios sem beijos / Tive ciúmes, chorei / Despedi-me do teu corpo / E por orgulho fugi / Andei dum corpo a outro corpo / Só p'ra me esquecer de ti / Embriaguei-me, cantei / E busquei estrelas na lama / Naufraguei meu coração / Nas ondas loucas da cama / Ai abraços frios de raiva / Ai beijos de nojo e fome / Ai nomes que murmurei / Com a febre do teu nome / De madrugada sem sono / Sem sem luz, nem amor, nem lei / Mordi os brancos lençóis / Tive saudades, chorei.

Madrugada sin sueño

Esperándote en soledad / Mi amor fuera de ley / Mordí mis labios sin besos / Tuve celos, lloré / Me despedí de tu cuerpo / Y hui por orgullo / Fui de un cuerpo a otro cuerpo / Sólo para olvidarme de ti / Me emborraché, canté / Y busqué estrellas en el lodo / Naufragué mi corazón / En las olas locas de la cama / Ay, abrazos fríos de rabia / Ay, besos de nausea y hambre / Ay, nombres que murmuré / Con la fiebre de tu nombre / De madrugada sin sueño / Sin luz, ni amor, ni ley / Mordí las sábanas blancas / Sentí saudades, lloré.

Vieste do fim do mundo

Vieste do fim do mundo / num barco vagabundo / Vieste como quem / tinha que vir para contar / histórias e verdades / vontades e carinhos / promessas e mentiras de quem / de porto em porto amar se faz / Vieste de repente / de olhar tão meigo e quente / bebeste a celebrar / a volta tua / tomaste'me em teus braços / em marinheiros laços / tocaste no meu corpo uma canção / que em vil magia me fez tua / Subiste para o quarto / de andar tão mole e farto / de beijos e de rum / a noite ardeu / cobri-me em tatuagens / dissolvi-me em viagens / com pólvora e perdões tomaste / o meu navio que agora é teu

Viniste del fin del mundo 

Viniste del fin del mundo / en un barco vagabundo / viniste como quien / tenía que venir para contar / historias y verdades / deseos y cariños / promesas y mentiras de quien / de puerto en puerto se hace amar / Viniste de repente / con la mirada tan suave y cálida / bebiste para celebrar / tu regreso / me tomaste en tus brazos / en nudos marineros / tocaste en mi cuerpo una canción / que en vil magia me hace tuya / Subiste para el cuarto / con un andar tan débil y cansado / de besos y de ron / la noche ardió / me cubrí de tatuajes / me disolví en viajes / con pólvora y perdones tomaste / mi navío que ahora es tuyo

Meu amigo está longe

Nem um poema, nem um verso, nem um canto, / Tudo raso de ausência, tudo liso de espanto / Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, / Meu amigo está longe / E a distância é tão grande. / Nem um som, nem um grito, nem um ai / Tudo calado, todos sem mãe nem pai / Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, / Meu amigo esta longe / E a tristeza é tão grande. / Ai esta magoa, ai este pranto, ai esta dor / Dor do amor sózinho, o amor maior / Amiga, noiva, mãe, irmã, amante, / Meu amigo esta longe / E a saudade é tão grande.

Mi amigo está lejos

Ni un poema, ni un verso, ni un canto, / Todo lleno de ausencia, todo liso de espanto / Amiga, novia, madre, hermana, amante / Mi amigos está lejos / Y la distancia es tan grande. / Ni un sonido, ni un grito, ni un ay / Todo callado, todo sin madre ni padre / Amiga, novia, madre, hermana, amante, / Mi amigo está lejos / Y la tristeza es tan grande. / Ay, esta amargura, ay este llanto, ay este dolor / Dolor del amor solo, el amor mayor / Amiga, novia, madre, hermana, amante, / Mi amigo está lejos / Y la saudade es tan grande.

Bailarico saloio

Ainda agora aqui cheguei / Já me mandaram cantar / O i o ai, já me mandaram cantar! / Sou criada de servir / Não me posso demorar / O i o ai, não me posso demorar! / Bailarico saloio / Não tem nada que saber / O i o ai, não tem nada que saber! / É andar com um pé no ar / Outro no chão a bater / O i o ai, outro no chão a bater! / Anda lá para adiante / Que eu atrás de ti não vou / O i o ai, que eu atrás de ti não vou! / Não me deixe o coração / Amar a quem me deixou / O i o ai, amar a quem me deixou! / Bailarico saloio / Não tem nada que saber / O i o ai, não tem nada que saber! / Ó sua descaradona / Tira a roupa da janela / O li-o-lei, tira a roupa da janela! / Que essa camisa sem dono / Lembra-me a dona sem ela / O i o ai, lembra-me a dona sem ela! / Bailarico saloio / Não tem nada que saber / O i o ai, não tem nada que saber! / É andar com um pé no ar / Outro no chão a bater / O i o ai, outro no chão a bater!

Bailecito popular

Justo ahora que he llegado / Ya me han mandado cantar / O i o ai, ¡ya me han mandado cantar! / Soy criada de servicio / No me puedo demorar / O i o ai, ¡no me puedo demorar / Para el baile popular / Nada se tiene que saber / O i o ai, ¡nada se tiene que saber! / Es tener un pie en el aire / Y otro golpeando en el suelo / O i o ai, ¡y otro golpeando en el suelo! / Venga, vete hacia delante / Que yo tras de ti no voy / O i o ai, ¡que yo tras de ti no voy! / No me deje el corazón / Amar a quien me dejó / Para el baile popular / Nada se tiene que saber / O i o ai, ¡nada se tiene que saber! / Ay, qué gran descarada / Quita la ropa de la ventana / O i o ai, ¡quita la ropa de la ventana! / Que esa camisa sin dueño / Me recuerda a la dueña sin ella / O i o ai, ¡me recuerda a la dueña sin ella / Para el baile popular / Nada se tiene que saber / O i o ai, ¡nada se tiene que saber! / Es tener un pie en el aire / Y otro golpeando en el suelo / O i o ai, ¡y otro golpeando en el suelo!

Voltaste

Voltaste, ainda bem que voltaste / As saudades que eu sentia não podes avaliar / Voltaste, e à minha vida vazia / Voltou aquela alegria que só tu lhe podes dar / Voltaste, ainda bem que voltaste / Embora saiba que vou sofrer o que já sofri / Cansei, cansei de chorar sozinha / Antes mentiras contigo do que verdades sem ti / Voltaste, que coisa mais singular / Eu quase não sei cantar se tu não estás a meu lado / Voltaste, já não me queixo nem grito / És o verso mais bonito deste meu fado acabado / Voltaste, ainda bem que voltaste / O passado é passado, para que lembrar agora / Voltaste, quero lá saber da vida / Quando dormes a meu lado, a vida dorme lá fora

Volviste

Volviste, qué bien que volviste / Las saudades que sentía no las puedes calibrar / Volviste, y a mi vida vacía / Volvió aquella alegría que sólo tú le puedes dar / Volviste, qué bien que volviste / Aunque sepa que sé que voy a sufrir lo que ya sufrí / Me cansé, me cansé de llorar sola / Prefiero mentiras contigo que verdades sin ti / Volviste, qué cosa tan singular / Yo casi no sé cantar si tú no estás a mi lado / Volviste, ya no me quejo ni grito / Eres el verso más bello de este fado mío acabado / Volviste, qué bien que volviste / El pasado es pasado, para qué recordarlo ahora/ Volviste, no quiero saber de la vida / Cuando duermes a mi lado, la vida duerme allá fuera

Sei finalmente

Sei finalmente / Que afirmam, fazem apostas / Que não sou infelizmente / Aquela de quem tu gostas / Oh meu amor / Fala-me toda a verdade / Seja qual for / Peço-te eu por caridade / Tem compaixão desta dor / Tem dó de mim / Eu vi um sim / Onde os outros viram não / A minha luz / Só tu foste e mais ninguém / A minha cruz / Pode ser o teu desdém / Não se me dá / Que se riam por meu mal / Que me digam não ser já / A mulher do teu ideal / Oh meu amor / Que à minha alma te encostas / Diz o que for / Peço-te eu de mãos postas

Sé finalmente 

Sé finalmente / Que afirman y hacen apuestas / Que no soy infelizmente / Aquella que a ti te gusta / Oh, amor mío / Dime toda la verdad / Sea cual sea / Te lo pido por caridad / Ten compasión de este dolor / Ten piedad de mí / Yo vi un sí / Donde otros vieron un no / Mi luz / Fuiste sólo tú y nadie más / Mi cruz / Puede ser tu desdén / No llevo bien / Que se rían de mi mal / Que me digan que ya no soy / Tu mujer ideal / Oh, amor mío / Que te arrimas a mi alma / Di lo que sea / Te lo pido suplicando

Primavera triste

Dá-me os beijos que não deste / Os abraços que esqueceste / Meu amor cuida de mim / Tanto tempo à tua espera / O meu olhar desespera / Neste mar que não tem fim / Odeio o céu e as estrelas / Ja não sei olhar p'ra elas / O meu norte é o meu chão / Largo o medo pelas águas / Contra o sol as minhas mágoas / E na lua o coração / Sou amiga das marés / Por saberem quem tu és / Como eu e mais ninguém / Sabe Deus mais do que o mundo / Do desejo mais profundo / De quem sofre a dor d'alguém

Primavera triste 

Dame los besos que no diste / Los abrazos que olvidaste / Mi amor, cuida de mí / Tanto tiempo a tu espera / Mi mirada desespera / En este mar que no tiene fin / Odio el cielo y las estrellas / Ya no sé mirar hacia ellas / Mi norte es mi suelo / Echo el miedo por las aguas / Contra el sol mis amarguras / Y en la luna el corazón / Soy amiga de las mareas / Porque saben quién eres / Como yo y nadie más / Sabe Dios más que el mundo / Del deseo más profundo / De quien sufre el dolor de alguien

 (A casa da) Mariquinhas

Foi numa ruela escura que encontrei / A tal casa de fado da Mariquinhas / Que de Alfredo Marceneiro / Veio ao nosso cancioneiro / Como sendo uma casa de meninas. / E com o tempo passado / Foi na voz da dona Amália / Que a casa foi da desgraça às ginjinhas. / E que mesmo com um fado renovado / Já não tinha nem sardinhas. / Depois veio a Hermínia Silva que cantou / O regresso da saudosa Mariquinhas / Mas foi sol de pouca dura / Que mesmo sem ditadura, / Hoje em dia até as vacas são lingrinhas. / Agora veem meus olhos / Que nem amor, nem penhor / Esta casa está mais velha que as vizinhas! / As janelas estão tapadas com tijolos / E as paredes estão sozinhas. / Só um gato solitário no telhado / E uma placa que está cheia de letrinhas: / 'Vende-se' oca e esburacada, / Por fora toda riscada / E encostada na fachada uma menina. / Mas esta não canta fado / Só sabe fumar o cigaro e com o fumo / Quando sopra faz bolinhas. / Não sabe quem já morou naquele espaço / Ou quem foi a Mariquinhas. / E aqui estou eu à porta desgostosa / Vendo a casa que está morta e em ruínas. / Por causa destes senhores / Até já nem tem penhores, / Porque mais ninguém tem ouro nas voltinhas. / Mas se eu fechar os olhos / E imaginar as farras, / Ainda se ouvem as guitarras / E cantigas. / Porque a casa é a canção que sei melhor / E vou cantar toda a vida. / Porque a casa é a canção que sei decor / E vou cantar toda a vida!

 (La casa de) Mariquinhas

Fue en un callejón oscuro donde encontré / La casa de fados de Mariquinhas / Que de Alfredo Marceneiro / Vino a nuestro cancionero / Como si fuese una casa de señoritas. / Y cuando pasó el tiempo / Fue en la voz de doña Amália / Una casa de desgracia y de ginjinhas. / Y que incluso con un fado renovado / Ya no había ni sardinas. / Después fue Hermínia Silva quien cantó / El regreso de la saudosa Mariquinhas / Pero fue flor de un día / Pues incluso sin dictadura, / Hoy en día hasta las vacas son flacuchas. / Ahora ven mis ojos / Que ni amor, ni empeños / ¡Esta casa está más vieja que las vecinas! / Las ventanas están tapadas con ladrillos / Y las paredes están solitas. / Sólo un gato solitario en el tejado / Y una placa que está llena de letritas: / «Se vende» hueca y agujereada, / Por fuera completamente olvidada / Y apoyada en la fachada una muchacha. / Pero esta no canta fado / Sólo sabe fumar el cigarro y con el humo / Cuando lo echa hace anillos. / No sabe quien vivió antes en aquel lugar / O quien fue Mariquinhas. / Y aquí estoy yo en la puerta, disgustada / Viendo la casa que está muerta y ruinas. / Por culpa de esos señoras / Ya no es ni casa de empeños, / Porque nadie tiene oro en los collares / Pero si cierro los ojos / E imagino las juergas, / Aún se oyen las guitarras / Y los cánticos / Porque la casa es la canción que mejor sé / Y la voy a cantar toda la vida. / Porque la casa es la canción que sé de memoria / Y la voy a cantar toda la vida.

Sou tua

Ás vezes sinto desejo / De ofender-te, embora iluda / Meu coração a sofrer / Mas fico, quando te vejo / Tão pequenina e tão muda / Com tanto p'ra te dizer / É então que a minha boca / Porta voz desta alma louca / Murmura quase sem querer / Sou tua / Como o luar é da lua / Como as pedras são da rua / E p'ra ser tua nasci / Sou tua / Tão tua que me convenço / Que já nem a mim pertenço / Que sou um pouco de ti / Sou tua / Deixai-me gritar ao vento / P'ra que o vento num lamento / Diga ao mar, à terra, ao céu / Sou tua / E deixa que os olhos meus / Só vejam p'ra ver os teus / Embora não sejas meu / Sou tua / E deixa que os olhos meus / Só vejam p'ra ver os teus / Embora não sejas meu 

Soy tuya 

A veces siento deseos / De ofenderte, aunque engañe / A mi corazón que sufre / Pero me quedo, cuando te veo / Tan pequeñita y tan muda / Con tanto para decirte / Entonces es cuando mi boca / Portavoz de este alma loca / Murmura casi sin querer / Soy tuya / Como la luz es de la luna / Como las piedras son de la calle / Y para ser tuya nací / Soy tuya / Tan tuya que me convenzo / Que ya ni a mí me pertenezco / Que soy un poco de ti / Soy tuya / Déjame gritarlo al viento / Para que el viento en un lamento / Le diga al mar, a la tierra y al cielo / Soy tuya / Y deja que mis ojos / Vean sólo para ver tus ojos / Aunque o seas mío / Soy tuya / Y deja que mis ojos / Vean sólo para ver tus ojos / Aunque no seas mío

MALHÕES E VIRAS

Onde vais toda lampeira? / Morena de olhos travessos / P'ra onde vais toda lampeira? / Oh malhão, malhão / P'ra onde vais toda lampeira? / Tão depressa e coradinha / Toda cheia de chieira / Isto é do pó da eira! / Chamaste-me, moreninha / Isto é do pó da eira / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste, coitado! / Eu por ti suspiro, eu por ti dou ais / Eu por ti não vou suspirar jamais! / Ó malhão, triste, coitado / Por causa de ti, malhão / Ando triste, apaixonado / Eu por ti suspiro, eu por ti dou ais / Eu por ti não vou suspirar jamais! / Ó meu amor meu amor / Quem me dera ter-te aquí / Quem me dera ter-te aquí / Ó ai ó lari ló lela / Passar toda a minha vida / Contigo ao pé de mim / Ó ai ó lari ló lela / Deixa-te estar a meu lado / E não mais te vás embora / E não mais te vás embora / Ó ai ó lari ló lela / Pró meu coração coitado / Viver na vida uma hora / Viver na vida uma hora / Ó ai ó lari ló lela / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste malhão / Ó lindinho! / Triste vida, quem te dá? / Não hei de casar contigo / Não hei de casar contigo / Ó lindinho! / Nem te hei de deixar casar! / Ó malhão, triste malhão / Ó malhão, triste malhão / Ai, tão lindo! / Ó, malhão, triste coitado! / Por causa de ti, malhão / Por causa de ti, malhão / Ó, lindinho / Ando triste, apaixonado! / Ó minha menina, não vamos chorar / Hás de ter amor / E sabê-los amar.

MALHÕES E VIRAS 

¿Dónde vas tan ligera ? / Morena de ojos traviesos / ¿A dónde vas tan ligera? / Oh, malhão, malhão / ¿A dónde vas tan ligera? / Tan deprisa y colorada / Toda llena de vanidad / ¡Esto es del polvo de la era! / Me llamaste, morenita / ¡Esto es del polvo de la era! / Oh, malhão, triste malhão / Oh, malhão, triste malhão / ¡Oh, malhão, triste, pobrecito! / Yo por ti suspiro, yo por ti doy ayes / ¡Yo no voy a suspirar jamás por ti! / Oh, malhão, triste, pobrecito / Por tu culpa, malhão / Ando triste y apasionado / Yo por ti suspiro, yo por ti doy ayes / ¡Yo no voy a suspirar jamás por ti / Oy, mi amor, mi amor / Ojalá te tuviera aquí / Ojalá te tuviera aquí / O ai ó lari ló lela / Pasarme toda la vida / Contigo junto a mí / O ai ó lari ló lela / Déjate estar a mi lado / Y no vuelvas a irte lejos / Y no vuelvas a irte lejos / O ai ó lari ló lela / Por mi pobre corazón / Vivir en la vida una hora / Vivir en la vida una hora / O ai ó lari ló lela / Oh, malhão, triste malhão / Oh malhão, triste malhão / ¡Oh guapito! / Triste vida, ¿quién te da? / No he de casarme contigo / No he de casarme contigo / ¡Oh, guapito! / Ni he de dejarte casar / Oh malhão, triste malhão / Oh malhão, triste malhão / ¡Ay, tan lindo! / Oh, malhão, triste pobrecito! / Por tu culpa, malhão / Por tu culpa, malhão / Oh, guapito / ¡Ando triste, apasionado! / Oh, mi niña, no vamos a llorar / Debes tener amor / Y saber amarlos.

Maldição

Que destino, ou maldição / Manda em nós, meu coração? / Um do outro assim perdido / Somos dois gritos calados / Dois fados desencontrados / Dois amantes desunidos / Por ti sofro e vou morrendo / Não te encontro, nem te entendo / Amo e odeio sem razão / Coração... quando te cansas / Das nossas mortas esperanças / Quando paras, coração? / Nesta luta, esta agonía / Canto e choro de alegría / Sou feliz e desgraçada / Que sina a tua, meu peito /Que nunca estás satisfeito / Que dás tudo... e não tens nada / Na gelada solidão / Que tu me dás coração / Não há vida nem há norte / É lucidez, desatino / De ler no próprio destino / Sem poder mudar-lhe a sorte

Maldición

¿Qué destino o maldición / Manda en nosotros, mi corazón? / Perdidos así uno de otro / Somos dos gritos callados / Dos fados desencontrados / Dos amantes desunidos / Por ti sufro y voy muriendo / No te encuentro ni te entiendo / Amo y odio sin razón / Corazón, ¿Cuándo te cansas / De nuestras muertas esperanzas / Cuándo paras, corazón? / En esta lucha, esta agonía / Canto y lloro de alegría / Soy feliz y desgraciada / Qué sino el tuyo, mi pecho / Que nunca estás satisfecho / Que das todo... y no tienes nada / En la helada soledad / Que tú me das corazón / No hay ni vida ni muerte / Es lucidez, desatino / De leer en el propio destino / Sin poder cambiarle la suerte

Não venhas tarde

Não venhas tarde... dizes-me tu com carinho / Sem nunca fazer alarde do que me pedes baixinho / Não venhas tarde... eu peço a Deus que no fim / Teu coração ainda guarde... um pouco de amor por mim / Tu sabes bem que eu vou p'ra outra mulher / Que ela me prende também / E eu só faço o que ela quer / Tu estás sentindo que te minto e sou cobarde / Mas sabes dizer, sorrindo / Meu amor não venhas tarde / Não venhas tarde... dizes-me sem azedume / Quando o teu coração arde... na fogueira do ciúme / Não venhas tarde... dizes-me tu da janela / Eu venho sempre mais tarde porque não sei fugir dela / Tu sabes bem que eu vou p'ra outra mulher / Que ela me prende também / Que eu só faço o que ela quer / Sem alegria, eu confesso, tenho medo / Que tu me digas um dia / Meu amor não venhas cedo / Por ironia, pois nunca sei onde vais / Que eu chegue cedo algum dia e seja tarde demais

No vengas tarde 

No vengas tarde... me dices tú con cariño / Sin hacer jamás alarde de lo que pides bajito / No vengas tarde... yo pido a Dios que en el fin / Tu corazón aún guarde un poco de amor por mí / Tú sabes bien que voy con otra mujer / Que ella me retiene también / Y yo sólo hago lo que ella quiere / Tú estás sintiendo / Que te miento y soy cobarde / Pero sabes decir sonriendo / Mi amor, no vengas tarde / No vengas tarde... me dices sin despecho / Cuando tu corazón arde en la hoguera de los celos / No vengas tarde... me dices desde la ventana / Y yo vengo siempre más tarde porque no sé huir de ella / Tú sabes bien que voy con otra mujer / Que ella me retiene también / Y yo sólo hago lo que ella quiere / Sin alegría, lo confieso, tengo miedo / Que tú me digas un día / Mi amor, no vengas pronto / Por ironía, pues nunca sé dónde vas / Que yo llegue pronto un día y sea demasiado tarde

Antigamente

Meu velho Fado Corrido / Se foste dos mais bairristas / Porque te mostras esquecido / Na garganta dos fadistas? / Explicou-me um velho amigo / Como o Fado era tratado / Tinha graça, o Fado antigo / Da forma que era cantado / Um ramo de loiro à porta / Indicava uma taberna / À noite era uma lanterna / Com sua luz quase morta / Sob os cascos da "vinhaça" / Deitada em forma bizarra / Estava sempre uma guitarra / Para servir de "negaça" / O canjirão da "murraça" / De tosco barro vidrado / Andava sempre colado / Aos copos p'lo balcão / E era assim nesta função / Como o Fado era tratado / Se aparecia um tocador / Às vezes até "zaranza" / Pedia ao tasqueiro a banza / Para mostrar seu valor / Pouco tempo decorrido / Cheia a taberna se via / P'ra escutar a cantoria / Ao som do Fado Corrido / Todos prestavam sentido / Quando alguém cantava o Fado / O tocar era arrastado / O estilo dava a garganta / E hoje pouca gente o canta / Da forma que era cantado / Escutei com atenção / Um cantador do passado / E a sua linda canção / Prendeu-me p'ra sempre ao Fado / Por muito que se disser / O Fado é canção bairrista / Não é fadista quem quer / Mas sim quem nasceu fadista

Antiguamente 

Mi viejo Fado Corrido / Si fuiste de los más populares / ¿Por qué te presentas olvidado / A la garganta de los fadistas? / Me explicó un viejo amigo / Cómo era tratado el fado / Tenía gracia el Fado antiguo / Por la forma en que era cantado / Un ramo de laurel en la puerta / Señalaba una taberna / Por la noche una lamparilla / Con su luz casi muerta / Bajo los cascos de un "vinucho" / Echada de forma extraña / Estaba siempre una guitarra / Para servir de reclamo / La jarrita de vino / De tosco barro vidriado / Estaba siempre pegado / A los vasos en la barra / Y era así en esta función / Como el Fado era tratado / Si aparecía un "tocador" / Incluso a veces cogorza / Pedía al camarero la guitarra / Para mostrar su valor / Y al poco tiempo / La taberna se llenaba / Para escuchar los cantos / Al son del Fado Corrido / Todos prestaban atención / Cuando alguien cantaba Fado / El tocar era arrastrado / El estilo lo daba la garganta / Y hoy poca gente lo canta / De la forma en que era cantado / Escuché con atención / A un cantante del pasado / Y su hermosa canción / Me unió para siempre al Fado / por mucho que se diga / El Fado es canción de barrio / No es fadista quien quiere / Pero sí quien nació fadista

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