Joana Amendoeira - À flor de pele (2006)


À flor de pele (2006)

1. Saudade por cantar / 2. A beira do meu olhar / 3. Fonte / 4. Plantei um cravo à janela I / 5. Apelo / 6. Amor, o teu nome / 7. Aquele lápis de carvão / 8. Como se fosse uma flor / 9. Barco de sonhos / 10. Sem querer / 11. Se eu adivinhasse que sem ti / 12. Sopra o vento / 13. Lisboa amor e saudade 

Saudades por cantar

Quem vai ao fado sabe a razão / De eu ter guardado na minha mão / O canto que foi roubado de um coração / O infinito vem á lembrança / Ouvindo o grito onde descansa / A viola que o Paquito deixou de herança / Quanta saudade foi ficando por cantar / Presa á vontade que tenho de te encontrar / E o que foi feito do dia / Se quando a noite caía sobre o meu xaile bordado / Eu pressentia que a saudade me pedia / Para ir á Mouraria aprender o que é o fado / Quem me conhece vai reparar / Que há uma prece no meu olhar / Quanto a saudade se esquece de me abraçar

Saudades por cantar 

Quien viene al fado sabe la razón / De que yo tenga guardado en mi mano / El canto que fue robado de un corazón / El infinito viene al recuerdo / Oyendo el grito donde descansa / La guitarra que Paquito dejó en herencia / Cuánta saudade fue quedando por cantar / Presa del deseo que tengo de encontrarte / Y lo que fue hecho en un día / Si cuando la noche caía sobre mi chal bordado / Yo presentía que la saudade me pedía / Que fuese a Mouraria a aprender lo que es el fado / Quien me conoce se va a dar cuenta / Que hay una súplica en mirada / Y cuánto se olvida de abrazarme la saudade

À beirado meu olhar

Pressentindo a madrugda / Na beira do meu olhar / Abro a mão, não tenho nada / Mas não a torno a fechar / Ao ver o teu sono lindo / A dormir na minha mão / O orvalho vai caindo / Nas rugas da solidão / Tu chamas-me de alvorada / E fazes-te de sol-posto / Ao veres cair a geada / Pelos vales do meu rosto / No momento em que despertas / Das tuas noites sombrias / Vês que tenho as mãos abertas / E que as duas estão vazias / É por não terem lá nada / Que só se fecham as duas / Na surpresa abandonada / De irem abraçar as tuas

A orillas de mi mirada

Presintiendo la madrugada / Al lado de mi mirada / Abro la mano, no tengo nada / Pero no la vuelvo a cerrar / Al ver tu sueño lindo / Durmiendo en mi mano / La llovizna va cayendo / En las arrugas de la soledad / Tú me llamas de madrugada / Y te haces sol poniente / Al ver caer la helada / Por los valles de mi rostro / En el momento en que despiertas / De tus noches sombrías / Ves que tengo las manos abiertas / Y que las dos están vacías / Es porque no tienen allí nada / Que sólo se cierran las dos / En la sorpresa abandonada / De ir a abrazar las tuyas

Fonte

Meu amor diz-me o teu nome / Nome que desaprendi / Diz-me apenas o teu nome / Nada mais quero de ti / Diz-me apenas se em teus olhos / Minhas lágrimas não vi / Se era noite nos teus olhos / Só porque passei por ti / Depois calaram-se os versos / Versos que desaprendi / E nasceram outros versos / Que me afastaram de ti / Meu amor diz-me o teu nome / Alumia o meu ouvido / Diz-me apenas o teu nome / Antes que eu rasgue estes versos / Como quem rasga um vestido

Fuente

Amor mío, dime tu nombre / Nombre que desaprendí / Dime apenas tu nombre / Nada más quiero de ti / Dime apenas si en tus ojos / Mis lágrimas no las vi / Si era de noche en tus ojos / Sólo porque pasé por ti / Después se callaron los versos / Versos que desaprendí / Y nacieron otros versos / Que me alejaron de ti / Amor mío, dime tu nombre / Ilumina mi olvido / Dime apenas tu nombre / Antes de que rasgue estos versos / Como quien rasga un vestido

Plantei um cravo à janela

Plantei um cravo à janela / Para dar ao meu amor / Inventei a Primavera / Ao redor daquela flor / Dei-lhe um pouco de ternura / E muito de uma Saudade / À janela da loucura / Inventei a Felicidade / Fiquei à espera da bruma / Nas praias do coração / À janela da loucura / Inventei uma paixão / Plantei um cravo à janela / Descobri a Primavera / Para dar ao meu amor / Que já estava à minha espera

Planté un clavel en la ventana 

Planté un clavel en la ventana / Para dárselo a mi amor / Inventé la primavera / Alrededor de aquella flor / Le di un poco de ternura / Y mucho de una saudade / A la ventana de la locura / Inventé la felicidad / Me quedé a espera de la bruma / En las playas del corazón / A la ventana de la locura / Inventé una pasión / Planté un clavel en la ventana / Descubrí la primavera / para dársela a mi amor / Que ya me estaba esperando

Apelo

Quem quer que sejas, vem a mim apenas / De noite, quando as rosas adormecem / Vem quando a treva alonga as mãos morenas / E quando as aves de voar se esquecem / Vem a mim quando, até nos pesadelos / O amor tenha a beleza da mentira / Vem quando o vento acorda em meus cabelos / Como em folhagem que, ávida, respira / Vem como a sombra, quando a estrada é nua / Num risco de asa, vem, serenamente / Como as estrelas, quando não há lua / Ou como os peixes, quando não há gente / Quem quer que sejas, vem a mim apenas / De noite, quando as rosas adormecem / Vem quando a treva alonga as mãos morenas / E quando as aves de voar se esquecem / Quem quer que sejas, vem a mim apenas / De noite, quando as rosas adormecem / Vem quando a treva alonga as mãos morenas / E quando as aves de voar se esquecem

Apelo 

Quien quiera que seas, ven cerca de mí / De noche, cuando las rosas adormecen / Ven cuando la niebla aleja tus manos morenas / Y cuando las aves se olvidan de volar / Ven a mí cuando, hasta en las pesadillas / El amor tenga la belleza de la mentira / Ven cuando el viento se despierta en mis cabellos / Como una hojarasca que, ávida, respira / Ven como la sombra, cuando la calle está desnuda / En un boceto de ala, ven, serenamente / Como las estrellas cuando no hay luna / O como los peces, cuando no hay gente / Quien quiera que seas, ven cerca de mí / De noche, cuando las rosas adormecen / Ven cuando la niebla aleja tus manos morenas / Y cuando las aves se olvidan de volar / Quien quiera que seas, ven cerca de mí / De noche, cuando las rosas adormecen / Ven cuando la niebla aleja tus manos morenas / Y cuando las aves se olvidan de volar

Amor, o teu nome

Quis um poema que te dissesse / Quis tempo novo para te dizer / Uma palavra que enlouquece / Que oferece vida e faz morrer / Amor, amor, teu nome antigo / Teu nome breve e tão eterno / Primavera agora, Verão amigo / Amor, amor, sol de Inverno / Procurei tantas madrugadas / Encontrei manhãs para respirar / Encontrei palavras caladas / Encontrei amor para te cantar

Amor, tu nombre 

Quise un amor que te dijese / Quise nuevo tiempo para decirte / Una palabra que enloquece / Que ofrece la vida y hace morir / Amor, amor, tu nombre antiguo / Tu nombre breve y tan eterno / Primavera ahora, verano amigo / Amor, amor, sol de invierno / Busqué tantas madrugadas / Encontré mañanas para respirar / Encontré palabras calladas / Encontré amor para cantarte

Aquel lápis de carbão

No verso de um papel adormecido / Dançando no romper da madrugada / Um lápis fez um rasgo desabrido / O sonho que meu peito desvendava / Libertas do carvão entre silêncios / Cresciam histórias vivas desenhadas / E o traço do pintor nesse momento / Deixava um rasto cinza de passagem / Nasceram aventuras delicadas / Discretas fontes de água e de coragem / E o tempo baloiçando nas pisadas / Do fruto dos seus dedos em viagem / Tal como a voz que canta a melodia / Bailada neste verso dedilhado / Assim dançavam loucos de alegria / Os dedos de um sorriso apaixonado

Aquel lápiz de carbón 

En el verso de un papel adormecido / Danzando al romper la madrugada / Un lápiz hizo un trazo desabrido / El sueño que mi pecho desvelaba / Liberadas del carbón en el silencio / Crecíam historias vivas dibujadas / Y el trazo del pintor en ese momento / Dejaba un rastro ceniciento de su paso / Nacieron aventuras delicadas / Discretas fuentes de agua y de coraje / Y un tiempo bamboleándose en las pisadas / Del fruto de sus dedos en viaje / Tal como la voz que canta la melodía / Bailada en este verso pulsado / Así danzaban locos de alegría / Los dedos de una sonrisa apasionada

Como se fosse uma flor

Abraço a minha canção / Com toda a minha ternura / Como se fosse uma flor / E guardo na minha mão / A coragem, a loucura / Nesta viagem de amor / Trago um rio no meu olhar / Ao lado da madrugada / Perto da minha cidade / Nasci à beira do mar / E às vezes não trago nada / Trago apenas a saudade / Tudo aquilo que guardei / Lá no fundo da minha alma / É tudo aquilo que eu sou / E ainda hoje não sei / Se quando a vida se acalma / Descubro p'ra onde vou / São histórias que o fado canta / Retalhos do meu passado / Nesta viagem de amor / Mistério que se levanta / Num sonho tão bem guardado / Como se fosse uma flor

Como si fuese una flor 

Abrazo mi canción / Con toda mi ternura / Como si fuese una flor / Y guardo en mi mano / El coraje, la locura / En este viaje de amor / Traigo un río en mi mirada / Al lado de la madrugada / Cerca de mi ciudad / Nací a orillas del mar / Y a veces no traigo nada / Traigo apenas la saudade / Todo aquello que guardé / Allá en el fondo de mi alma / Es todo aquello que soy / Y aún hoy no sé / Si cuando la vida se calma / Descubro hacia dónde voy / Son historias que el fado canta / Retazos de mi pasado / En este viaje de amor / Misterio que se levanta / En un sueño tan bien guardado / Como si fuese una flor

Barco de sonhos

No vão desta janela aberta no meu quarto / Procuro o que desejo à sombra da cidade / Aguardo um novo dia em sonhos que reparto / Esperando a caravela ao largo da saudade / Lisboa aberta aos olhos, pintada em tons de sol / Dourando a nostalgia à solta nos telhados / Guiava o meu abraço, tal qual como um farol / Que leva o braço à vela em tempos delicados / O barco dos meus sonhos, à força de te amar / Abrindo p'la janela o pano bem largado / Partiu com estes versos, por pressa de chegar / Acima da cidade com este meu recado

Barco de sueños

En el vano de esta ventana abierta en mi cuarto / Busco lo que deseo a la sombra de la ciudad / Aguardo un nuevo día en sueños que reparto / Esperando la carabela a lo largo de la saudade / Lisboa abierta a los ojos, pintada en tonos de sol / Dorando la nostalgia en libertad en los tejados / Guiaba mi abrazo, tal como un farol / Que lleva del brazo la vela en tiempos delicados / El barco de mis sueños / A fuerza de amarte / Abriendo por la ventana la vela bien extendida / Partió como estos versos, con prisa por llegar / Encima de la ciudad con este mensaje mío

Sem querer

Sem querer / Fiz do mar a tempestade / Fiz das ondas a saudade / E da noite a solidão / Sem querer / Fiz do teu olhar um sonho / Neste fado que componho / Dedicado ao coração / Por querer / Desbravei a madrugada / Rasguei caminhos de nada / Esqueci-me da vida inteira / Por querer / Fiz dum poema o meu grito / Desvendei o infinito / Mas sempre à minha maneira / Sem saber / Percorri todos os mares / Acreditei nos olhares / Que a noite guarda lá fora / Sem saber / Abandonei a tristeza / Sem perceber que a beleza / Da alegria também chora

Sin querer 

Sin querer / Hice del mar la tempestad / Hice de las olas la saudade / Y de la noche la soledad / Sin querer / Hice de tu mirada un sueño / En este fado que compongo / Dedicado al corazón / Por querer / Amansé la madrugada / Rasgué caminos de nada / Me olvidé de la vida entera / Por querer / hice de un poema mi grito / Desvelé el infinito / Pero siempre a mi manera / Sin saber / recorrí todos los mares / Creí en las miradas / Que la noche guarda allá fuera / Sin saber / Abandoné la tristeza / Sin percibir que la belleza / De alegría también llora

Se eu adivinhasse que sem ti

Se eu adivinhasse que sem ti / Faria o dia de palha arder / Secar o maior rio da vila / E por fim os teus sonhos prever / Afundava todos os barcos, todos os navios / Todos os cais, todas as pontes / Todas as flores, serpentes e frutos / Os teus ciúmes todos os meus fados / Se eu adivinhasse que sem ti / Faria do mar pedras e sal / Abria as portas ao silêncio / Da planície branca de cal / Se fosse verdade o que eu canto / Ancorava para sempre no teu país / Se adivinhasse que sem ti, porto seguro / Seria possível ter um país

Si yo adivinase que sin ti 

Si yo adivinase que sin ti / Haría el día de paja arder / Secar el mayor río de la villa / Y por fin tus sueños prever / Hundiría todos los barcos, todos los navíos / Todos los puertos, todos los puentes / Todas las flores, serpientes y frutos / Tus celos y todos mis fados / Si yo adivinase que sin ti / Haría del mar piedras y sal / Abriría las puertas al silencio / De la llanura blanca de cal / Si fuese verdad lo que yo canto / Anclaría para siempre en tu país / Si adivinase que sin ti, puerto seguro / Sería posible tener un país

Sopra o vento

Sopra o vento, sopra o vento / Sopra alto o vento lá fora / Mas também meu pensamento / Tem um vento que o devora / Há uma íntima intenção / Que tumultua em meu ser / E faz do meu coração / O que um vento quer varrer / Não sei se há ramos deitados / Abaixo no temporal / Se pés do chão levantados / Num sopro onde tudo é igual / Dos ramos que ali caíram / Sei só que há mágoas e dores / Destinadas a não ser / Mais que um desfolhar de flores

Sopla el viento 

Sopla el viento, sopla el viento / Sopla el viento allí fuera / Pero también mi pensamiento / Tiene un viento que lo devora / Hay una íntima intención / Que se amotina en mi ser / Y hace de mi corazón / Lo que un viento quiere barrer / No sé si hay ramos abandonados / Abajo en el temporal / Si levantados los pies del suelo / En un soplo donde todo es igual / Dos ramos que allí cayeron / Sé que sólo hay amarguras y dolores / Destinados a no ser / Más que un deshojar de flores

Lisboa, amor e saudade

Em Lisboa é que eu me encontro / E me entrego neste canto / Que em Lisboa nasce em mim / É no Tejo que eu me deito / E das janelas eu espreito / Sete colinas jardins / Senhora de fado e saudade / Seis letras nome cidade / Onde Alfama se penteiam / Em espelhos feitos de mar / Onde em fados de luar / Os namorados se enleiam / Meu terreiro de paixões / Dos amores, das ilusões / Em Tejos de tanto adeus / Por tudo isto te amo / No meu cante sempre chamo / O fado que é todo teu / É no Tejo que eu me deito / Em Lisboa é que eu me encontro / E me entrego neste canto

Lisboa, amor y saudade 

Es en Lisboa donde me encuentro / Y me entrego en este canto / Que en Lisboa nace en mí / En el Tajo es donde me acuesto / Y desde las ventanas yo veo / Siete colinas jardines / Señora de fado y saudade / Siete letras nombre ciudad / Donde Alfama se peina / En espejos hechos de mar / Donde en fados de luz lunar / Los enamorados se entrelazan / Mi plaza de pasiones / De los amores, de las ilusiones / En Tajos de tanto adiós / Por todo eso te amo / En mi cante siempre llamo / Al fado que es todo tuyo / En el Tajo es donde me acuesto / Es en Lisboa donde me encuentro / Y me entrego en este canto

¡Crea tu página web gratis! Esta página web fue creada con Webnode. Crea tu propia web gratis hoy mismo! Comenzar