Joana Amendoeira - Muito Depois (2016)
MUITO DEPOIS (2016)
1.- Com penas de ternura / 2.- P'ra mudar o rumo á vida / 3.- Muito depois / 4.- Lisboa da madrugada / 5.- O avesso do destino / 6.- Teu lindo nome / 7.- Passageira da noite / 8.- Regresso / 9.- É a hora / 10.- Por pressa de viver / 11.- Fora de moda / 12.- Se eu te pedir o Sol / 13.- Jasmim / 14.- Verdes campos, verde vida
Com penas de ternura
Na tua pele bebi a luz molhada / Que o meu amor por ti incendiou / Fogo que iluminou a madrugada / E que só pala manhã se apagou / Nos teus dedos deixei o doce ninho / Que construí com penas de ternura / Quando fizemos amor devagarinho / Até ao infinito e à loucura / Amor, amor assim, ninguém o fez / Como nós o fizemos, sem cansaço / Uma vez, e outra vez, e outra vez / Perdidos entre o tempo e o espaço / Meu amor a quem canto e digo e chamo / Com os nervos, com o sangue, com a voz / Quero dizer ao mundo que te amo / E o amor maior do mundo somos nós
Con penas de ternura
En tu piel bebí la luz mojada / Que mi amor por ti incendió / Fuego que iluminó la madrugada / Y que sólo por la mañana se apagó / En tus dedos dejé el dulce nido / Que construí con penas de ternura / Cuando hicimos el amor despacito / Hasta el infinito y la locura / Amor, amor así, nadie lo hizo / Como nosotros lo hicimos, sin cansancio / Una vez, y otra vez, y otra vez / Perdidos entre el tiempo y el espacio / Mi amor a quien canto y digo y llamo / Con los nervios, con la sangre, con la voz / Quiero decirle al mundo que te amo / Y el amor mayor del mundo somos nosotros
P'ra mudar o rumo à vida
Ando a seguir os teus passos / Desde a hora em que te vi / Ando a contar os meus passos / P'ra chegar ao pé de ti / Quando se vive um instante / Que não tem peso ou medida / Isso já é o bastante / P'ra mudar o rumo à vida / Quem entra nalgum lugar / Pela porta da saída / Já se está a preparar / P'ra mudar o rumo à vida / E se a gente se enamora / De uma alma destemida / É que já chegou a hora / De mudar o rumo à vida / No momento em que me olhaste / Eu já estava convencida / Do muito que tu mudaste / O rumo da minha vida / La ra ra ra os teus passos / P'ra chegar ao pé de ti / Lai ra ra ra os meus passos / A conta já lhes perdi
Para cambiar el rumbo a la vida
Ando siguiendo tus pasos / Desde la hora en que te vi / Ando contando mis pasos / Para llegar junto a ti / Cuando se vive un instante / Que no tiene peso o medida / Eso ya es suficiente / Para cambiar el rumbo a la vida / Quien entra en algún lugar / Por la puerta de salida / Ya se está preparando / Para cambiar el rumbo a la vida / Y si la gente se enamora / De un alma audaz / Es que ya llegó la hora / De cambiar el rumbo a la vida / En el momento en que me miraste / yo ya estaba convencida / De lo mucho que cambiaste / El rumbo de mi vida / La ra ra ra tus pasos / Para llegar junto a ti / Lai ra ra ra mis pasos / la cuenta ya les perdí
Muito depois
Acabei de descobrir que o coração / Tem muitas portas e janelas por abrir / Por isso, tudo o que vivi não foi em vão / Se me levou a decidir / Que agora a hora / É de inventar outro caminho p'ra nós dois / Amar-te, escutar-te / E pressentir o teu amor muito depois / Quando me pediste a mão, faltou-me o ar / Nem sei como dizer como o meu corpo estremeceu / A labareda que brilhava sem qeimar / E no entanto sempre ardeu
Mucho después
Acabo de descubrir que el corazón / Tiene muchas puertas y ventanas por abrir / Por eso, todo lo que viví no fue en vano / Si me llevó a decidir / Que ahora es la hora / De inventar otro camino para nosotros dos / Amarte, escucharte / Y presentir tu amor mucho después / Cuando me pediste la mano, me faltó el aire / Ni sé cómo decir cómo mi cuerpo se estremeció / La llamarada que brillaba sin quemar / Y mientras tanto siempre ardió
Lisboa da Madrugada
Lisboa tem um tesouro que escondeu / Numa das setes colinas pequeninas / O fado que ela aprendeu / Mas o berço onde nasceu a canastra das varinas / Só não tem um coração porque mo deu / Perto da Rua das Trinas / Quando Lisboa chega a casa às sete da manhã / Já o Tejo anda a pedir p'ra que Lisboa se deite / E ela não fica sozinha / Porque tem uma sardinha e um jarrinho de azeite / Quando Lisboa chega a casa às sete da manhã / Ainda o fado anda a pedir aos restos da madrugada / Para o levarem a casa / Porque um grãozinho na asa fê-lo esquecer a morada / Lisboa tem um segredo que contou / Ao santinho da sua predileção / Mas o menino acordou / E Lisboa transformou o segredo num pregão / E agora que Santo António autorizou / Vai contá-lo a São João / Lisboa tem um poema que escreveu / Com a espuma azul das primeras traineiras / E o que então aconteceu / Foi que a espuma dissolveu as rimas mais verdadeiras / E só quem as soube ler e aprendeu / Foi a alma das peixeiras
Lisboa de madrugada
Lisboa tiene un tesoro que escondió / En una de las siete colinas pequeñitas / El fado que ella aprendió / Pero la cuna donde nació la canasta de las pescaderas / Sólo no tiene un corazón porque me lo dio / Junta a la Rua das Trinas / Cuando Lisboa llega a casa a las siete de la mañana / Ya el Tajo está pidiéndole a Lisboa que se acueste / Y ella no se queda sola / Porque tiene una sardina y una jarrita de aceite / Cuando Lisboa llega a casa a las siete de la mañana / Aún el fado está pidiéndole a los restos de la madrugada / Para que lo lleven a casa / Porque una copita de más le hace olvidar la morada / Lisboa tiene un secreto que contó /A su santito predilecto / Pero el niño se despertó / Y Lisboa transformó el secreto en un pregón / Y ahora que san Antonio lo autorizó / Va a contárselo a san Juan / Lisboa tiene un poema que escribió / Con la espuma azul de las primeras traineras / Y lo que entonces sucedió / Fue que la espuma disolvió las rimas más certeras / Y sólo quien las sabe leer y lo aprendió / Fue el alma de las pescaderas
O Avesso do Destino
Perdoa-me este momento / Em que vivo o sacramento da tristeza / Não tem nada de verdade / É só que a felicidade ficuo presa / No avesso do destino / No tropeço do menino que morreu / Na lembrança sem memçoria / Que será a minha história, mas não eu / Perdoa-me este momento / De eu me dar em casamento à tristeza / Não é por minha vontade / É também porque a saudade ficou presa / No avesso da esperança / No tropeço da criançaque morreu / No medo de estar sozinho / Que será o meu caminho, mas não eu
El revés del destino
Perdóname este momento / En que vivo el sacramento de la tristeza / No tienen nada de verdad / Es sólo que la felicidad permanece presa / En el revés del destino / En el tropiezo del niño que murió / En el recuerdo sin memoria / Que será mi historia, pero no yo / Perdóname este momento / De entregarme en casamiento a la tristeza / No es por mi deseo / Es también porque la saudade permanece presa / En el revés del destino / En el tropiezo de la criatura que murió / En el miedo de estar solo / Que será mi camino, pero no yo
Teu lindo nome
Teu lindo nome é Lisboa / Flor de lis / Céu de Lisboa / Onde a saudade esvoaça / Numa gaivota que voa / Há todo o tempo que passa / Entre Camões e Pessoa / Posso chamar-te Saudade / Miragem de um barco ao longe / Como a tristeza que foge / Das marés do coração / Podes ter nome de Estrela / Ou de amor ou de Ilusão / De um sonho a que não se chega / Por mais que se estenda a mão / Posso chamar-te Alegria / Do pão do vinho e canções / Pão nosso de cada dia / Com fermento de ilusões / Há um apelo do mar / E no Tejo uma algazarra / Há sempre um barco a partir / Das cordas de uma guitarra / Lisboa / De noite e dia / Finge tão completamente / Que chega a ser alegria / A dor que deveras sente
Tu lindo nombre
Tu lindo nombre es Lisboa / Flor de lis / Cielo de Lisboa / Donde la saudade revolotea / En una gaviota que vuela / Hay todo un tiempo que pasa / Entre Camões y Pessoa / Puedo llamarte Saudade / Espejismo de un barco a lo lejos / Como la tristeza que huye / De las mareas del corazón / Puedes tener nombre de estrella / O de amor o de ilusión / De un sueño al que no se llega / Por más que se extienda la mano /Puedo llamarte alegría / De pan, de vino y canciones / Pan nuestro de cada día / Con fermentos de ilusiones / Hay una invocación del mar / Y en el Tajo una algazara / hay siempre un barco que parte / De las cuerdas de una guitarra / Lisboa / De noche y de día / Finge tan completamente ue llega a ser alegría / El dolor que de veras siente
Passageira da noite
Em cada estrela cadente / Que vai perder-se no rio / Uma parte de mim parte / No mistério do navio / Sou passageira da noite / Num veleiro de luar / O porto onde eu embarquei / É onde devo parar / A onda que vem à praia / E volta de novo ao mar / Abriu um lírio na areia / Que a brisa vem desfolhar / Sou passageira da noite / Num veleiro de luar / Passem navios ao longe / Num jeito de não parar...
Pasajera de la noche
En cada estrella fugaz / Que va a perderse en el río / Una parte de mí parte / En el misterio del navío / Soy pasajera de la noche / En un velero de luz de luna / El puerto donde embarqué / Es donde debo parar / La ola que viene a la playa / Y vuelve de nuevo al mar / Abrió un lirio en la arena / Que la brisa va a deshojar / Soy pasajera de la noche / En un velero de luz de luna / Que pasen navíos a lo lejos / Sin intención de parar...
Regresso
Não era a tua voz que me chamava / Não era nos teus braços que dormia / Só o silêncio, amor, me acompanhava / Nas ruas onde sozinha me perdia / Partiras e eu ficara abandonada / Sem os teus lábios, sem o teu perfume / Já nada no meu corpo clamava / Pelas searas onde se acende o lume / Depois voltaste e foi a Primavera / Cresceram pássaros nas minhas mãos vazias / Nasci de novo daquela que já era / A sombra de uma sombra onde morrias / Agora é a tua voz que me povoa / Na concha dos teus braços adormeço / E é bom o silêncio quando ecoa / Nesses silêncios de amor com que me teço
Regreso
No era tu voz la que me llamaba / No eran tus brazos donde dormía / Sólo el silencio, amor, me acompañaba / En las calles donde solita me perdía / Partías y yo me quedaba abandonada / Sin tus labios, sin tu perfume / Ya nada en mi cuerpo clamaba / Por las mieses donde se enciende la lumbre / Después volviste y fue primavera / Crecieron pájaros en mis manos vacías / Nací de nuevo de aquella que había sido / La sombra de una sombra donde morías / Ahora es tu voz la que me habita / En la concha de tus brazos me adormezco / Y es bueno el silencio cuando resuena / En esos silencios de amor con que me tejo
É a Hora
A hora em que a boca e o beijo... / A hora em que o braço e o gesto... / A hora em que aquilo que vejo / Me faz esquecer tudo o resto... / A hora em que a voz é grito... / A hora em que o corpo é a calma... / A hora em que eu só acredito / Nas coisas mais simples da alma / Só te posso amar / Se é no teu silêncio / Que o meu olhar se demora / Deixa-me ficar / Presa do momento / Em que o corpo diz: é a hora! / A hora em que o sonho e a vida... / A hora em que a dor é a verdade... / A hora em que a alma atrevida / Se põe a brincar à vontade / A hora em que o riso e o drama... / A hora em que o tempo e a voz... / A hora em que o palco me chama / E o medo se esconde de nós / Só te posso amar / Se é no teu silêncio / Que o meu olhar se demora / Deixa-me ficar / Presa do momento / Em que o corpo diz: é a hora! / É agora!
Es la hora
La hora en que la boca y el beso... / La hora en que el brazo y el gesto... / La hora en que aquello que veo / Me hace olvidarme de todo lo demás... / La hora en que la voz es grito... / La hora en que el cuerpo es la calma... / La hora en que sólo yo creo / En las cosas más simples del alma / Sólo te puedo amar / Si es en tu silencio / Donde mi mirada se demora / Deja que me quede / Presa del momento / En que el cuerpo dice: ¡es la hora! / La hora en que el sueño y la vida... / La hora en que el dolor es la verdad... / La hora en que el alma atrevida / Se pone a saltar a su antojo / La hora en que la risa y el drama... / La hora en que el tiempo y la voz... / La hora en que el escenario me llama / Y el miedo se esconde de nosotros / Sólo te puedo amar / Si es en tu silencio / Donde mi mirada se demora / Deja que me quede / Presa del momento / En que el cuerpo dice: ¡es la hora! / ¡Es ahora!
Por Pressa de Viver
Não se diz que um amor acabou / Por ter medo de o perder / Nem se esquece a lição que se ensinou / Por não querer mais aprender / Só eu sou assim / Como é que a boca pode dizer não / Se o coração diz sim? / Como é que eu foi capaz desta traição / Ao melhor de mim? / O tempo vai e volta devagar / As horas são ardis / Para quem tem um tempo no olhar / Outro no que diz / Não se diz que a paixão é amor / Só por pressa de viver / Nem se pode sentir frio e calor / Na dor que vem do prazer / Como é que a boca pode dizer não / Se o coração diz sim? / Como é que eu foi capaz desta traição / Ao melhor de mim? / O tempo vai e volta devagar / As horas são ardis / Para quem tem um tempo no olhar / Outro no que diz
Por prisas de vivir
No se dice que un amor acabó / Por tener miedo de perderlo / Ni se olvida la lección que se enseñó / Por no querer aprender más / Sólo yo soy así / ¿Cómo es que la boca puede decir no / Si el corazón dice sí? / ¿Cómo es que yo fui capaz de esa traición / A lo mejor de mí? / El tiempo va y vuelve despacio / Las horas son ardides / Para quien tiene un tiempo en la mirada / Otro en lo que dice / No se dice que la pasión es amor / Sólo por la prisa de vivirlo / Ni se puede sentir frío y calor / En el dolor que viene del placer / ¿Cómo es que la boca puede decir no / Si el corazón dice sí? / ¿Cómo es que yo fui capaz de esa traición / A lo mejor de mí? / El tiempo va y vuelve despacio / Las horas son ardides / Para quien tiene un tiempo en la mirada / Otro en lo que dice
Fora de Moda
Disse que não ia / E agora desdigo / Vou à romaria / Pra me encontrar contigo / Mas se preguntarem / Diz que lá não me viste / Que é pra não falarem / Do que 'inda não existe / Sobre uma paixão não se pode fazer uma alusão banal / Sem a transformar em confusão, em dor, ou mesmo em medo / Sobre uma paixão há que aprender que o silêncio é esencial / Acho que nós só podemos existir quase em segredo / Toquem uma valsa / De um sabor tão antigo / Eu já estou descalça / Pra ir dançar contigo / Façam-me a vontade / Eu quero abrir a roda / Já tenho saudade / De estar fora de moda / Sobre uma paixão nãse pode fazer uma alusão banal / Sem a transformar em confusão, em dor, ou mesmo em medo / Sobre uma paixão há que aprender que o silêncio é esencial / Acho que nós só podemos existir quase em segredo / Se alguém nos seduz / Nem sentimos a falta / Dos focos de luz / Que enfeitam a ribalta / Sei que te pertenço / Por ter reconhecido / Um prazer imenso / Em cantar ao teu ouvido / Sobre uma paixão nãse pode fazer uma alusão banal / Sem a transformar em confusão, em dor, ou mesmo em medo / Sobre uma paixão há que aprender que o silêncio é esencial / Acho que nós só podemos existir quase em segredo
Fuera de modas
Dije que no iba / Y ahora me desdigo / Voy a la romería / Para encontrarme contigo / Pero si preguntasen / Di que allí no me viste / Que es para que no hablen / De lo que aún no existe / Sobre una pasión no se puede hacer una alusión banal / Sin transformarla en confusión, en dolor e incluso en miedo / Sobre una pasión hay que aprender que el silencio es esencial / Creo que nosotros no podemos existir más que en secreto / Que toquen un vals / De un sabor tan antiguo / Yo ya estoy descalza / Para bailar contigo / Que me den ese gusto / Yo quiero abrir el baile / Ya siento saudade / De estar fuera de modas / Sobre una pasión no se puede hacer una alusión banal / Sin transformarla en confusión, en dolor e incluso en miedo / Sobre una pasión hay que aprender que el silencio es esencial / Creo que nosotros no podemos existir más que en secreto / Si alguien nos seduce / Ni echamos de menos / Dos focos de luz / Adornando Las candilejas / Sé que te pertenezco / Por haber reconocido / Un placer inmenso / Al cantar a tu oído / Sobre una pasión no se puede hacer una alusión banal / Sin transformarla en confusión, en dolor e incluso en miedo / Sobre una pasión hay que aprender que el silencio es esencial / Creo que nosotros no podemos existir más que en secreto
Se eu te Pedir o Sol
Se eu te pedir o sol / Quando perceber / Que basta sorrires / Pró sol desaparecer / Só ficas tu no céu / Só existes tu, oh estrela / Que brilhou para mim / Que cintilou por mim / Que se apagou em mim / E se o céu escureceu / Não sou apenas eu / A lamentar o fim / Se eu apagar o sol / Quando descubrir / Que a noite me traz / Tudo o que eu lhe puder pedir / Só te desejo a ti / Só existes tu estrela / A brilhar para mim / A cintilar por mim / A apagar em mim / Um ceu que escureceu / Mas que em ti se acendeu / E que não vai ter fim
Si yo te pidiera el sol
Si yo te pidiera el sol / Al darme cuenta / Que basta que sonrías / Para que el sol desaparezca / Sólo tú quedas en el cielo / Sólo existe tú, oh, estrella / Que brilló para mí / Que titiló por mí / Que se apagó en mí / Y si el cielo se oscureció / No soy apenas yo / Quien lamenta el fin / Si yo apagara el sol / Al descubrir / Que la noche me trae / Todo lo que yo le pudiera pedir / Sólo te deseo a ti / Sólo existes tú, estrella / Brillando para mí / Titilando por mí / Apagándose en mí / Un cielo que se oscureció / Pero que en ti se encendió / Y que no va a tener fin
Jasmim
Já sei que vais partir e que a distancia / Vai transformar-se em dor dentro de mim / E na saudade alastra uma fragância / Que é feita de tristeza de jasmim / Vai perfumar-se a minha solidão / Com luzeiros da noite a iluminá-la / E nos días de mansa viração / Há-de acalmar enquanto o Tejo a embala / Mas hão-de vir também os vendavais / E os temporais sem astros e sem lua / E eu vou ter mais saudades, mais e mais / Sem o son dos teus passos pela rua / Amor, ó meu amor e meu perfume / Minha essência da vida, desatino / Desta melancolia que resume / Num cheiro de jasmim o meu destino
Jazmín
Ya sé que vas a partir y que la distancia / Se va a transformar en dolor dentro de mí / Y en la saudade propaga una fragancia / Que está hecha de tristeza y de jazmín / Se va a perfumar mi soledad / Con los luceros de la noche iluminándola / Y en los días de mansa brisa / ha de aclamar mientras el Tajo la abraza / Pero también vendrán los vendavales / Y los temporales sin astros y sin luna / Y voy a sentir saudades, más y más / Sin el sonido de tus pasos por la calle / Amor, oh mi amor y mi perfume / Mi esencia de vida, desatino / De esta melancolía que resume / En olor aroma de jazmín mi destino
Verdes Campos, Verde Vida
Verdes campos, verde vida... / Toda a campina florida / Num repente escureceu / Fez-se noite em toda a parte / E porque o sonho não parte / Fiquei só, apenas eu... / Uma certeza me deste / E nela o sabor agreste / Da sina que foi traçada / A baga do azevinho / Já nasce trazendo espinho / E morre quando pisada / E morre porque não sabe / Que alguma parte lhe cabe / De tanta coisa perdida / Algo mais, amargo e doce / E sempre - se mais não fosse / Verdes campos, verde vida / Nada tenho, resta apenas / Esta roupagem de penas / Mais pobre que um pobrezinho / Mas quando a morte chegar / Eu sei que posso voltar / Ao verde do meu camino
Verdes campos, verde vida
Verdes campos, verde vida... / Toda la campiña florida / De repente se oscureció / Se hace de noche en todas partes / Y porque el sueño no parte / Quedé a solas sólo yo... / Una certeza me diste / Y en ella el sabor agreste / Del destino que fue trazado / La baya del acebo / Ya nace trayendo espinos / Y muere cuando es pisada / Y muere porque no sabe / Que alguna cosa le cabe / De tantas cosas perdidas / Algo más, amargo y dulce / Y siempre, si más no hubiese / Verde campos, verde vida / Nada tengo, apenas queda / Este ropaje de penas / Más pobre que un pobrecito / Pero cuando llegue la muerte / Yo sé que puedo volver / Al verde de mi camino
A Canção que te Pedi
Pedi-te uma canção / Que falasse de amor / Faltou-te inspiração / Ou tempo pra compor? / Pedi-te uma canção / Daquelas imortais / Mas agora a questão / E que chegou tarde demais / Ouvindo o que fizeste / Não sei o que fazer / Se a canção que me deste / Diz'star pronta pra nascer / Não ia imaginar / Assim que a recebi / Que me ia apaixonar / Pela canção que te pedi / Era muito mais, era um fado / A razão porque eu canto e existo / E o coração apaixonado / Perde pra cantar e eu sei que não resisto / Agora peço ao tempo / Que corra devagar / Ou então eu invento / Uma hora pra cantar / Nem antes nem após / Não vou sair daqui / Sem dar a minha voz / À canção que te pedi
La canción que te pedí
Te pedí una canción / Que hablase de amor / ¿Te faltó inspiración / O tiempo para componerla? / Te pedí una canción / De aquellas inmortales / Pero ahora la cuestión / es que llegó demasiado tarde / Escuchando lo que hiciste / No sé qué hacer / Si la canción que me diste / Está preparada para nacer / No iba a imaginar / Cuando la recibí / Que me iba a enamorar / De la canción que te pedí / Era mucho más, era un fado / La razón porque canto y existo / Y el corazón enamorado / Se pierde por cantarla y yo sé que no resisto / Ahora le pido al tiempo / Que corra despacio / O si no yo me invento / Una hora para cantar / Ni antes ni después / No voy a salir de aquí / Sin darle mi voz / A la canción que te pedí
Fado do Embalo
E hoje o fado é pequenino / Num sonho aprende a ser destino / As guitarras a trinar, a trinar / Estão a embalar / Vá dorme... ai meu tesouro / Faz da noite um berço de ouro / Vá dorme... ai fado meu / Porque este embalo é só teu, só teu
Fado para acunar
Y hoy el fado es pequeñito / En un sueño aprende a ser destino / Las guitarras trinando, trinando / Están acunando / Venga, duerme... mi tesoro / Haz de la noche una cuna de oro / Venga, duerme... ay, fado mío / Porque esta nana es sólo tuya, sólo tuya