Katia Guerreiro - Nas mãos do fado (2003)
Nas mãos do fado (2003)
1. Os meus versos / 2. Valsa / 3. Dança das Sete Luas / 4. Vodka e Valium 10 / 5. Segredos / 6. O teu encanto / 7. Ancorado em mim / 8. Perdigão / 9. O que fôr há-de ser / 10. Rosa Vermelha / 11. Recado / 12. Voz do Vento / 13. Romper Madrugadas / 14. Meu principezinho
Os meus versos
Rasga esses versos que eu te fiz, amor / Deita-os ao nada,
ao pó, ao esquecimento / Que a chuva os cubra, que os arraste o vento / Que a
tempestade os leve, aonde fôr / Rasga-os na mente se os souberes de cor / Que o
volte ao nada, o nada de um momento / Julguei-me grande pelo sofrimento / Mas
pelo orgulho, ainda sou maior / Tanto verso já disse o que eu sonhei / Tantos
penaram já, o que eu penei / Assas que passam, todo o mundo as sente / Rasga os
meus versos!... pobre endoidecida / Como se um grande amor, cá nesta vida / Não
fosse o mesmo amor de toda a gente
Os meus versos
Rasga esos versos que te hice, amor / Déjaselos a la nada,
al polvo, al olvido / Que la lluvia los cubra, que los arrastre el viento / Que
la tempestad se los lleve, donde sea / Rásgalos en tu mente si los supieses de
memoria / Que regresen a la nada, la nada de un momento / Me juzgué grande por
el sufrimiento / Pero por el orgullo soy aún mayor / Tanto verso dijo ya lo que
soñé / tantos penaron ya lo que pené / Alas que pasan, todo el mundo las siente
/ ¡Rasga mis versos! Pobre enloquecida / Como si un gran amor, aquí en esta
vida / No fuese el mismo amor de toda la gente
Valsa
Ficamos finalmente meu amor / Na praia dos lençóis
amarrotada / O mal que venha sempre o mar menor / Sorriso de vazante na
almofada / O mal que venha sempre o mar menor / Sorriso de vazante na almofada
/ Se chamo som das ondas ao rumor / Dos passos dos vizinhos pela escada / É
porque à noite acordo de terror / De me encontrar sem ti de madrugada / É
porque à noite acordo de terror / De me encontrar sem ti de madrugada / Qual a
cor desta noite e de que dedos / São feitas estas mãos que não me dás? / Oh meu
amor a noite tem segredos / Que dizem coisas que não sou capaz / Oh meu amor a
noite tem segredos / Que dizem coisas que não sou capaz
Vals
Nos encontramos, finalmente, mi amor / En la playa de las sábanas arrugadas / El mal que venga siempre, el mar menor / Sonrisa de bajamar en la almohada / El mal que venga siempre, el mar menor / Sonrisa de bajamar en la almohada / Si llamo sonido de las olas al rumor / De pasos de los vecinos por la escalera / Y porque de noche despierto por el terror / De encontrarme sin ti de madrugada / Y porque de noche despierto por el terror / De encontrarme sin ti de madrugada / ¿Cuál es el color de la noche y de qué dedos / Están hechas estas manos que no me das? / Ay, mi amor, la noche tiene secretos / Que dicen cosas que no soy capaz / Ay, mi amor, la noche tiene secretos / Que dicen cosas que no soy capaz
Dança das sete luas
Lua branca, quem te fez tão feiticeira / Tecedeira de
prodígios e magias? / Quem te deu poder tamanho / Que sob o teu manto estranho
/ Faz reais as mais distantes fantasias? / Lua cheia / Tempestade nos sentidos
desmedidos / Nesse teu encantamento / Porque me rendo ao fascínio / Que me
impôem o teu domínio / Corpo solto na vertigem do momento / Lua nova / Face
oculta do mistério de um império / Que não ouso desvendar / Embuçada sentinela
/ Que mesmo á noite revela / Ter a força dos segredos por contar / Lua meia /
Em caprichosa mudança numa dança / Que a voz do tempo conduz / Espelho de quem
é sempre mulher / E vive num constante renascer / Nos matizes mais secretos
dessa luz / Lua branca... Lua cheia / Lua nova... Lua meia
Danza de las siete lunas
Luz blanca, ¿quién te hizo tan hechicera / Tejedora de prodigios y de magias? / ¿Quién te dio un poder tan grande / Que bajo tu manto extraño / Hizo reales las más distantes fantasías? / Luna llena / Tempestad en los sentidos desmedidos / En ese encantamiento tuyo / Porque me rindo a la fascinación / Que me impone tu dominio / Cuerpo suelto en el vértigo del momento / Luna nueva / Cara oculta del misterio de un imperio / Que no me atrevo a desvelar / Encubierta centinela / Que incluso de noche revela / Tener la fuerza de secretos por contar / Luna media / En caprichosa mudanza en una danza / Que la voz del tiempo conduce / Espejo de quien es siempre mujer / Y vive en un constante renacer / En los matices más secretos de esa luz / Luna blanca... luna llena / Luna nueva... luna media
Vodka e Valium 10
Quem me espera não me espera / Quem me ama já esqueceu /
Quem me toca dilacera / Esta estranha Primavera / Que o mês de Maio me deu /
Quem me toca dilacera / Esta estranha Primavera / Que o mês de Maio me deu / Eu
já nem sei o que tenho / Se febre, se mal ruim / Se este sentimento estranho /
De não ser de onde venho / Comigo longe de mim / Se este sentimento estranho /
De não ser de onde venho / Comigo longe de mim / E assim fico sentada / Com as
algas a boiar / De queixo na mão pousado / Ó meu barquinho parado / Sem porto
para ancorar / De queixo na mão pousado / Ó meu barquinho parado / Sem porto
para ancorar / Quem me espera não me espera / Quem me ama já esqueceu / Quem me
toca dilacera / Esta estranha Primavera / Que o mês de Maio me deu / Quem me
toca dilacera / Esta estranha Primavera / Que o mês de Maio me deu
Vodka y Válium 10
Quien me espera no me espera / Quien me ama ya se olvidó / Quien me toca dilacera / Esta extraña primavera / Que el mes de mayo me dio / Quien me toca dilacera / Esta extraña primavera / Que el mes de mayo me dio / Yo ya no sé lo que tengo / Se fiebre, si un mal funesto / Si este sentimiento extraño / De no ser de donde vengo / Conmigo lejos de mí / Si este sentimiento extraño / De no ser de donde vengo / Conmigo lejos de mí / Y así me quedo sentada / Con las algas que flotan / Con la barbilla apoyada en la mano / Mi barquito parado / Sin puerto en el que anclar / Con la barbilla apoyada en la mano / Mi barquito parado / Sin puerto en el que anclar / Quien me espera no me espera / Quien me ama ya se olvidó / Quien me toca dilacera / Esta extraña primavera / Que el mes de mayo me dio / Quien me toca dilacera / Esta extraña primavera / Que el mes de mayo me dio
Segredos
Meu amor, porque me prendes? / Meu amor, tu não entendes /
Eu nasci para ser gaivota / Meu amor, não desesperes / Meu amor, quando me
queres / Fico sem rumo e sem rota / Meu amor, eu tenho medo / De te contar o
segredo / Que trago dentro de mim / Sou como as ondas do mar / Ninguém as sabe
agarrar / Meu amor, eu sou assim / Fui amada, fui negada / Fugi, fui encontrada
/ Sou um grito de revolta / Mesmo assim, porque te prendes? / Foge de mim, não
entendes? / Eu nasci para ser gaivota
Secretos
Mi amor, ¿por qué me retienes? / Mi amor, tu no entiendes / Yo nací para ser gaviota / Mi amor, no desesperes / Mi amor, cuando me quieres / Me quedo sin rumbo ni ruta / Mi amor, yo tengo miedo / De contarte el secreto / Que traigo dentro de mí / Soy como las olas del mar / Nadie las sabe agarrar / Mi amor, yo soy así / Fui amada, fui negada / Huí, fui encontrada / Soy un grito de revuelta / Y así, ¿porqué te prendes? / Huye de mí, ¿no entiendes? / Yo nací para ser gaviota
O teu encanto
Sonhei um dia que por magia o nosso amor / Tinha o tamanho
do mundo inteiro talvez maior / Na fantasia desse meu sonho a felicidade /
Tinha o teu nome o teu encanto a tua idade / É bom sonhar mas acordar contigo
ao teu lado e te beijar / Contar-te o sonho ver-te sorrir e adormecer / Como
quem quer o mesmo sonho voltar a ter / Como quem quer deixar o sonho acontecer
/ Cada momento da nossa vida é a razão / Que faz passar além da vida esta
paixão / Depois em sonhos eu imagino não sei porquê / A nossa vida para lá da
vida tal como é / É bom sonhar mas acordar contigo ao teu lado e te beijar /
Contar-te o sonho ver-te sorrir e adormecer / Como quem quer o mesmo sonho
voltar a ter / Como quem quer deixar o sonho acontecer / É bom sonhar mas
acordar contigo ao teu lado e te beijar / Contar-te o sonho ver-te sorrir e
adormecer / Como quem quer o mesmo sonho voltar a ter / Como quem quer deixar o
sonho acontecer
Tu encanto
Soñé un día que, por magia, nuestro amor / Tenía el tamaño del mundo entero, tal vez mayor / En la fantasía de ese sueño mío, la felicidad / Tenía tu nombre, tu encanto, tu edad / Y soñar bien, pero despertar contigo a tu lado y besarte / Contarte el sueño, verte sonreír y adormecerme / Como quien quiere volver a tener el mismo sueño / Como quien quiere dejar que el sueño suceda / Cada momento de nuestra vida es la razón / Que hace pasar más allá de la vida esta pasión / Después en sueños yo imagino, no sé por qué / Nuestra vida más allá de la vida tal como es / Y soñar bien, pero despertar contigo a tu lado y besarte / Contarte el sueño, verte sonreír y adormecerme / Como quien quiere volver a tener el mismo sueño / Como quien quiere dejar que el sueño suceda / Y soñar bien, pero despertar contigo a tu lado y besarte / Contarte el sueño, verte sonreír y adormecerme / Como quien quiere volver a tener el mismo sueño / Como quien quiere dejar que el sueño suceda
Ancorado em mim
Mais forte que a ventania / Vieste com a maresia / Amor sem
berço nem fim / Foste o mar e o veleiro / Muito mais que um mundo inteiro /
Ficaste ancorado em mim / Foste o mar e o veleiro / Muito mais que um mundo
inteiro / Ficaste ancorado em mim / Nem tormentos nem naufrágios / Nem os mais
negros presságios / Mudam as cores deste mar / Só eu conheço os segredos / Só
eu navego sem medos / Nas águas do teu olhar / Só eu conheço os segredos / Só
eu navego sem medos / Nas águas do teu olhar / Gaivotas de voo rasante / Vão
trazendo a cada instante / Noticias de outras marés / Que me importam outras
ilhas / Se eu descobri maravilhas / No fundo do meu convés / Que me importam
outras ilhas / Se eu descobri maravilhas / No fundo do meu convés
Anclado en mí
Más fuerte que el vendaval / Viniste con la marejada / Amor sin cuna ni fin / Fuiste el mar y el velero / Mucho más que un mundo entero / Te quedaste anclado en mí / Fuiste el mar y el velero / Mucho más que un mundo entero / Te quedaste anclado en mí / Ni tormentos ni naufragios / Ni los más negros presagios / Cambian los colores de este mar / Sólo yo conozco los secretos / Sólo yo navego sin miedos / En las aguas de tu mirar / Sólo yo conozco los secretos / Sólo yo navego sin miedos / En las aguas de tu mirar / Gaviotas de vuelo rasante / Van trayendo a cada instante / Noticias de otras mareas / Qué me importan otras islas / Si descubrí maravillas / En el fondo de mi cubierta / Qué me importan otras islas / Si descubrí maravillas / En el fondo de mi cubierta
Perdigão
Perdigão, que pensamento / Subiu em alto lugar / Perde a
pena de voar / Ganha a pena do tormento / Não tem no ar nem no
vento / Asas com que se sustenha / Não há mal que não lhe venha /
Perdigão perdeu a pena / Quis voar a uma alta torre / Mas achou-se desadado / E
vendo-se depenado / De puro penado, morre / Se as queixumes se socorre / Lança
no fogo, mais lenha / Não há mal que não lhe venha / Perdigão perdeu a pena
Perdigón
Perdigón, que pensamiento / Subió en alto lugar / Pierde la pena de volar / Gana la pena del tormento / No tiene ni en el aire ni en el viento / Alas con que se sostenga / No hay mal que no le venga / Perdigón, perdió la pena / Quiso volar a una alta torre / Pero se encontró desatado / Y viéndose despeñado / De puro entristecido, muere / Si con quejas se remedia / Lanza en el fuego, más leña / No hay mal que no le venga / Perdigón, perdió la pena
O que fôr há-de ser
Ai seja o que for / Que o amor me traga / Sei que é
Primavera neste Inverno / Ver que o olhar / É de pequenas rugas e de flores /
Tão terno... / Sonhar seu beijo na fronte / A luz no horizonte / Como o
primeiro raio de sol / Sentir por dentro da calma / A paz e a alma dos que não
estão sós / Linda ciranda / Ciranda linda / Gira que gira e torna a girar /
Quando eu morrer / Oh ciranda linda, deixa um luzeiro / Para que o possa ver! /
E sempre á volta a girar / Sempre em volta, no ar / De alma solta a te amar /
Para sempre girar / Sempre envolta no ar / Meu amor, meu amor / O que fôr, há
de ser!
Lo que sea habrá de ser
Ay, sea lo que sea / Lo que el amor me traiga / Sé que es primavera en este invierno / ver que la mirada es de pequeñas arrugas y de flores / Tan tierno... / Soñar su beso en la frente / La luz en el horizonte / Como el primer rayo de sol / Sentir por dentro de la calma / La paz y el alma de los que no están solos / Linda molinillo / Gira que gira y vuelve a girar / Cuando yo muera / Oh, molinillo lindo, deja un lucero / Para que lo pueda ver / Y siempre volver a girar / Siempre dando vueltas en el aire / Del alma suelta para amarte / Para girar siempre / Siempre envuelta en el aire / Mi amor, mi amor / ¡Lo que sea habrá de ser!
Rosa vermelha
Trago uma rosa vermelha / Aberta dentro do peito / E já nem
sei se é comigo / Se é contigo que eu me deito / A minha rosa vermelha / Mais
parece uma romã / Pois quando aberta de noite / Não se fecha de manhã / Trago
uma rosa vermelha / Na minha boca encarnada / Quem me dera ser abelha / De tua
boca fechada / Trago uma rosa vermelha / Não preciso de mais nada / Pus uma
rosa vermelha / Na fogueira do teu rosto / Mereço ser condenada / Por crime de
fogo posto / Trago uma rosa vermelha / Que é minha condenação / Condenada a
vida inteira / À fogueira da paixão / Trago uma rosa vermelha / Atrevida e
perfumada / É uma rosa vaidosa / A minha rosa encarnada / Trago uma rosa
vermelha / Não preciso de mais nada
Rosa roja
Traigo una rosa roja / Abierta dentro del pecho / Y ya no sé si es conmigo / Si es contigo que me acuesto / Mi rosa roja / Parece más una granada / Pues cuando se abre de noche / No se cierra por la mañana / Traigo una rosa roja / En mi boca encarnada / Ojalá yo fuera abeja / Para tu boca cerrada / Tengo una rosa roja / No necesito nada más / Puse una roja rosa / En la hoguera de tu rostro / Merezco ser condenada / Por crimen del fuego puesto / Traigo una rosa roja / Que es mi condena / Condenada toda la vida / A la hoguera de la pasión / Traigo una rosa roja / Atrevida y perfumada / Es una rosa vanidosa / Mi rosa encarnada / Traigo una rosa roja / No necesito nada más
Recado
Estou aqui como se te procurasse / A fingir que não sei
aonde estás / Queria tanto falar-te e se falasse / Dizer as coisas que não sou
capaz / Dizer, eu sei lá, que te perdi / Por não saber achar-te à minha beira /
E na casa deserta então morri / Com a luz do teu sorriso à cabeceira / Queria
tanto falar-te e não consigo / Explicar o que se sofre, o que se sente / E
perguntar como ao teu retrato digo / Se queres casar comigo novamente
Recado
Estoy aquí como si te buscase / Fingiendo que no sé dónde estás / Tanto quería hablarte y si hablase / Decir las cosas que no soy capaz / Decir, yo sé que te perdí / Por no saber encontrarte a mi vera / Y en la casa desierta entonces morí / Con la luz de tu sonrisa en la cabecera / Quería tanto hablarte y no consigo / Explicar lo que se sufre, lo que se siente / Y preguntar cómo le digo a tu retrato / Si quieres nuevamente casarte conmigo
Voz de vento
Era tarde e já morria / Na distância o teu olhar / Era tarde
e eu já sabia / Que nunca irias voltar / Era tarde e eu já sabia / Que nunca
irias voltar / Mas não te quero de volta / Nem quero pensar que um dia / Doeu
tanto a tua falta / Que eu julguei que endoidecia / Doeu tanto a tua falta /
Que eu julguei que endoidecia / Lutei então como louca / Chorei mágoas, chorei
danos / A minha voz fez-se rouca / Sofri tantos desenganos / A minha voz fez-se
rouca / Sofri tantos desenganos / Hoje és só recordação / Que não me traz
sofrimento / Foste uma linda ilusão / Que partiu na voz do vento / Foste uma
linda ilusão / Que partiu na voz do vento
Voz de viento
Era tarde y ya moría / E la distancia tu mirar / Era tarde y ya sabía / Que nunca ibas a regresar / Era tarde y ya sabía / Que nunca ibas a regresar / Pero no te quiero de vuelta / Ni quiero pensar que un día / Dolió tanto tu falta / Que creí que enloquecía / Dolió tanto tu falta / Que creí que enloquecía / Luché entonces como loca / Lloré amarguras, lloré daños / Mi voz se puso ronca / Sufrí tantos desengaños / Mi voz se puso ronca / Sufrí tantos desengaños Hoy eres sólo recuerdo / Que no me trae sufrimiento / Fuiste una linda ilusión / Que partió en la voz del viento / Fuiste una linda ilusión / Que partió en la voz del viento
Romper madrugadas
Recordo os segredos das noites de bruma / Recordo os teus
dedos bebidos de espuma / Recordo o teu cheiro de amor perfumado / Tristeza em
sorriso num corpo rasgado / Por isso te digo... adeus meu amor / Galopo nas
estrelas, rompo as madrugadas / Serei milho-rei de mil desfolhadas / Nas camas
desfeitas por mim inventadas / Adeus meu amor / Sou já o lamento mais puro e
mais triste / O grito que à noite viveste e sentiste / O cheiro, a manhã, se a
manhã existe / Recordo o encanto do pranto que é meu / E esse momento em que
tudo se deu / Mas não tenho mais nada, amor, para dar / Ganhei liberdade,
adeus, vou cantar / E por isso te digo... / Adeus meu amor / Galopo nas
estrelas, rompo as madrugadas / Serei milho-rei de mil desfolhadas / Nas camas
desfeitas por mim inventadas / Adeus meu amor / Sou já o lamento mais puro e
mais triste / O grito que à noite viveste e sentiste / O cheiro, a manhã, se a
manhã existe / Adeus meu amor / Nas ondas do mar serei madrugada / Nas rochas
mais duras serei mutilada / Posso viver triste mas nunca negada
Romper madrugadas
Recuerdo los secretos de las noches de bruma / Recuerdo tus dedos bebidos de espuma / Recuerdo tu olor de amor perfumado / Tristeza en la sonrisa en un cuerpo rasgado / Por eso te digo: adiós, mi amor / Galopo en las estrellas, rompo las madrugadas / Seré maíz rojo de mil deshojadas / En las camas deshechas por mí inventadas / Adiós, mi amor / Soy ya el lamento más puro y más triste / El grito que de noche viviste y sentiste / El olor a mañana, si el mañana existe / Recuerdo el encanto del llanto que es mío / Y ese momento en que todo se dio / Pero no tengo nada más, amor, para dar / Gané libertad, adiós, voy a cantar / Y por eso te digo / Adiós, mi amor / Galopo en las estrellas, rompo las madrugadas / Seré maíz rojo de mil deshojadas / En las camas deshechas por mí inventadas / Adiós, mi amor / Soy ya el lamento más puro y más triste / El grito que de noche viviste y sentiste / El olor a mañana, si el mañana existe / Adiós, mi amor / En las olas del mar seré madrugada / En las rocas más duras seré mutilada / Puedo vivir triste, pero nunca negada
Meu principinho
Se o carinho que eu entrego / Fosse mais do que um segredo /
Que eu tenho de guardar / Se o meu sonho descoberto / Já não fosse tão incerto
/ Saberia o que lhe dar / Mas vivendo essa certeza / Que sentindo a alma presa
/ Não poderei esconder / Porque são só desencontros / Todos esses maus
encontros / Que a vida vem oferecer / Ao menos tenho comigo / O sabor de um
grande abrigo / Onde vivo o meu desejo / Porque esse que não é meu / Parece
vindo do céu / Só para me dar um beijo / Mas não quero que o meu medo / Seja
tanto este segredo / Ou que esconda o meu caminho / Que eu procuro e não
encontro / Aquele que li num conto / Serás tu... principezinho?
Mi principito
Si el cariño que yo entrego / Fuese más que un secreto / Que yo tengo que guardar / Si mi sueño descubierto / Ya no fuese tan incierto / Sabría qué darle / Pero viviendo esa certeza / De sentir el alma presa / No podré esconder / Porque son sólo desencuentros / Todos esos malos encuentros / Que la vida viene a ofrecer / Al menos tengo conmigo / El saber de un gran abrigo / Donde vivo mi deseo / Porque ese que no es mío / Parece venido del cielo / Sólo para darme un beso / Pero no quiero que mi miedo / Sea tanto este secreto / O que esconda mi camino / Que yo busco y no encuentro / Aquel que leí en un cuento / ¿Serás tú... principito?