Mafalda Arnaut - Diário (2010)
Diário (2010)
1. Para Maria / 2. Audácia / 3. Foi Deus / 4. O que tinha de ser / 5. Da cor da noite / 6. O nó que nos ata / 7. Milonga do chiado / 8. Por onde me levar o vento / 9. La Bohème / 10. Da solidão / 11. Rasgo de luz / 12. Por dentro de mim / 13. Fado dos Fados / 14. Meu amor de antigamente / 15. Improvioso a quatro crescente mayor (instrumental)
Para Maria
Maria, Maria / Procuro por ti / Trago este vazio / E o
desejo de dar cor à minha vida / Quero pintar / Esta história que estou a criar
/ Quero ser mais / Minha grandeza afirmar / Ser poeta, ser cantor, ser o céu /
Onde mora tudo o que eu vou ser / Se eu souber ser amor / Maria, Maria / Não
sei que aconteceu / Se o mundo ou se fui eu / Enganou-se o amanhã sem piedade /
Fecha-se a luz / Sobre as almas da minha idade / Esconde-se o céu / Onde eu
quero ser mais verdade / Minha Senhora e minha Mãe / Olha bem por nós / Sem Teu
amor / Ficaremos sós / Maria, Maria / Mãe do silêncio / Mãe da humanidade / Em
Teu seio o meu senhor se gerou / E Tu o contemplaste / Cheia de amor e ternura
/ Teu filho desejado / E por ti muito amado / Minha Senhora e minha Mãe /
Ensina-me a amar / E arriscar / A saber ser mayor
Para María
María, María / Te busco / Traigo este vacío / Y el deseo de dar color a mi vida / Quiero pintar / Esta historia que estoy creando / Quiero ser más / Afirmar mi grandeza / Ser poeta, ser cantor, ser el cielo / Donde vive todo lo que yo voy a ser / Si yo supiera ser amor / María, María / No sé qué sucedió / Si fue el mundo o fui yo / Se engañó el mañana sin piedad / Se cierra la luz / Sobre las almas de mi edad / Se esconde el cielo / Donde yo quiero ser más verdad / Mi Señora y mi Madre / Mira bien por nosotros / Sin Tu amor / Nos quedaremos solos / María, María / Madre del silencio / Madre de la humanidad / En Tu seno mi señor se engendró / Y Tú lo contemplaste / Llena de amor y ternura / Tu hijo deseado / Y por ti muy amado / Mi señora y mi Madre / Enséñame a amar / Y a arriesgar / A saber ser mayor
Audácia
Dá-me um pedacinho mais de coragem / E põe nos meus gestos
audácia / Diz que sou capaz de ser e fazer melhor / Que eu não acredito / Que
isto seja tudo / E que fique mudo este meu pensar / Tira-me este frágil
conforto / Que me traz em paz simulada / Nada é intocável na vida / Que eu
prefiro o cruel da verdade / Que andar à toa e doer bem mais / Descobrir a vida
tarde demais / Já lá vai o fado escuro / Já lá vai o medo em muro / Já lá vai
não querer dizer o que aí vem / Já lá vai não querer saber pra onde vai / Já lá
vai o não querer ver / Que é sem segredo / Que damos cabo do medo / Sou um pé
de vento contido / Procurando a rosa dos ventos / Que todos trazemos na alma /
Eu não sei caminhar sem um norte / Quero o como, por onde o porquê também / Eu
não vivo só entregue à minha sorte / Levanto a poeira das estradas / Numa
inquietante ansiedade / De quem tem a sede do mundo / E a explosão que
acompanha a partida / Faz-me crer que lá vai a tristeza / Faz-me ter certeza
que a noite está vencida
Audacia
Dame un pedacito más de coraje / Y pon en mis gestos audacia / Di que soy capaz de ser y obrar mejor / Que yo no creo / Que esto sea todo / Y que quede mudo este pensamiento mío / Quítame este frágil bienestar / Que me trae en paz simulada / Nada es intocable en la vida / Que yo prefiero lo cruel de la verdad / Que seguir a todo gas y dolerme de más / Descubrir la vida demasiado tarde / Por ahí va ya el fado oscuro / Por ahí va ya el miedo en el muro / Por ahí va ya el no querer decir lo que ahí viene / Por ahí va ya el no querer saber para donde va / Por ahí va ya el no querer ver / Que es sin secreto / Que le damos fin al miedo / Soy un pie de viento contenido / Buscando la rosa de los vientos / Que traemos todos en el alma / Yo no sé caminar sin un norte / Quiero el cómo, por dónde, el porqué también / Yo no vivo entregada sólo a mi suerte / Levanto la polvareda de los caminos / En una inquietante ansiedad / De quien tiene la sed del mundo / Y la explosión que acompaña la partida / Hazme creer que ahí va la tristeza / Hazme tener la certeza de que la noche está vencida
Foi Deus
Não sei... não sabe ninguém / Porque canto o fado neste tom
magoado de dôr e de pranto / E neste tormento, todo sofrimento / Eu sinto que a
alma, cá dentro se acalma nos versos que canto / Foi Deus que deu luz aos olhos
/ Perfumou as rosas, deu oiro ao sol e prata ao luar / Foi Deus que me pôs no
peito / Um rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar / E pôs estrelas
no céu / E fez o espaço sem fim / Deu o luto às andorinhas / E deu-me esta voz
a mim / Se canto, não sei o que canto / Misto de ventura, saudade e ternura e
talvez amor / Mas sei que cantando sinto o mesmo quando se tem um desgosto / E
o pranto no rosto nos deixa melhor / Foi Deus que deu voz ao vento / Luz ao
firmamento, e deu o azul às ondas do mar / Foi Deus que me pôs no peito / Um
rosário de penas que vou desfiando e choro a cantar / Fez poeta o rouxinol /
Pôs no campo o alecrim / Deu as flores á primavera / E deu-me esta voz, a mim
Fue Dios
No sé... No lo sabe nadie / Por qué canto fado en este tono herido de dolor y llanto / Y en este tormento, todo el sufrimiento / Yo siento que el alma, aquí dentro se calma en los versos que canto / Fue Dios quien dio luz a los ojos / Perfume a las rosas, dio oro al sol y plata a la luz de la luna / Fue Dios quien me puso en el pecho / Un rosario de penas que voy desgranando y que lloro al cantar / Y puso estrellas en el cielo / E hizo el espacio sin fin / Dio luto a las golondrinas / Y me dio esta voz a mi / Si canto, no sé lo que canto / Mezcla de ternura, saudade y ternura y tal vez de amor / Pero sé que cantando siento lo mismo que cuando se tiene un disgusto / Y el llanto en el rostro nos deja mejor / Fue Dios quien dio voz al viento / Luz al firmamento, y dio azul a las olas del mar / Fue Dios quien me puso en el pecho / Un rosario de penas que voy desgranando y que lloro al cantar / Hizo poeta al ruiseñor / Puso en el campo el romero / Dio a las flores la primavera / Y me dio esta voz a mí
O que tinha de ser
Porque foste na vida / A última esperança / Encontrar-te me
fez criança / Porque já eras meu / Sem eu saber sequer / Porque és o meu homem
/ E eu tua mulher / Porque tu me chegaste / Sem me dizer que vinhas / E tuas
mãos foram minhas com calma / Porque foste em minh'alma / Como um amanhecer /
Porque foste o que tinha de ser
Lo que tenía que ser
Porque fuiste en la vida / La última esperanza / Encontrarte me hico niña / Porque ya eras mío / Sin saberlo yo siquiera / Porque eres mi hombre / Y yo tu mujer / Porque tú me llegaste / Sin decirme que venías / Y tus manos fueron mías con calma / Porque fuiste en mi alma / Como un amanecer / Porque fuiste lo que tenía que ser
Da cor da noite
Não sei se ainda recordas esse dia / Chegaste totalmente
inesperado / Tu eras a milonga em ventania / E eu trazia um xaile por meu fado
/ Que negro era o olhar que tu trazias / Da cor da noite imensa por contar / De
encantos, desencantos e agonias / Do amor que a vida nunca quis te dar / E
forte foi o tango que dancei / O fruto da tristeza que trazia / Que não lamento
o tanto que te dei / Por não saber que a vida me mentia / Que grande pode ser a
ilusão / Se grande for também a nossa dor / Que nada engana mais o coração /
Que querer esquecer um amor, com outro amor
Del color de la noche
No sé si aún recuerdas ese día / Llegaste totalmente inesperado / Tu eras la milonga en vendaval / Y yo traía un chal por fado / Qué negra era la mirada que traías / Del color de la noche inmensa por contar / De encantos, desencantos y agonías / Del amor que la vida nunca te quiso dar / Y con fuerza fui el tango que dancé / El fruto de la tristeza que traía / Que no lamento todo lo que te di / Por no saber que la vida me mentía / Que puede ser grande nuestro dolor / Si fuera grande también nuestro dolor / Que nada engaña más al corazón / Que querer olvidar un amor con otro amor
O no que nos ata
Não é o inferno que eu quero / Nem é a sobra que eu escolho
/ Não é ontem que eu espero / Eu por amor desespero não é dor que eu acolho /
Se eu devo dar-te com côr amor / A vida que eu sempre sonhei / Pedi a prisão
onde eu fôr amor / Lado a lado onde bem eu sei / E é nessa entrega insensata /
Que vamos acontecendo / Será do nó que nos ata / Ou do amor que vamos fazendo /
Só sei que eu olho adiante / Contigo sempre a meu lado / Sonha comigo este
instante / Sê no meu barco infante temos o rumo traçado
Lo no que nos ata
No es el infierno lo que yo quiero / Ni es la sobra lo que yo escojo / No es el ayer lo que yo espero / Yo por amor desespero, no es dolor lo que acojo / Si yo debo darte amor de corazón / La vida que yo siempre soñé / Pedí la prisión donde yo fuese amor / Pegada donde bien lo sé / Y es en esa entrega insensata / Que vamos desarrollando / Será del nudo que nos ata / O del amor que vamos haciendo / Sólo sé que miro hacia delante / Contigo siempre a mi lado / Sueña conmigo este instante / Sé en mi barco infante, tenemos el rumbo marcado
Milonga do Chiado
La vida, ay la vida, / Ay los sueños / Los sueños, ay los
sueños / Que murieron / Murieron, porque ya no tienen vida / Quemados como globos
de papel / Muy alto como globos que se alejan / Tan cerca como labios que besé
/ Perdido en el fuego de tu llanto / Que no deja pensar / No me suelta jamás,
jamás / Ai como eu entendo / Que a tua saudade / Ainda guarde / As cinzas
cruéis / Que recordam / Um tempo feliz / Também eu fiquei / Sem tanto que eu
quis / Sem tudo o que amei / E sempre que eu volto aqui / Choro contigo o que
foi amar / Yo se que es dificil / Lograr con distancia el olvido / Yo se que el
olvido / Jamás llegara para mí / Que el tiempo es dolor / Peor que el alcohol /
Peor que el amor / No se detiene jamás / No puedo volver atras, ni amar
Milonga del Chiado
Ay, cómo entiendo / Que tu saudade / Aún guarde / Las cenizas crueles / Que recuerdan / Un tiempo feliz / También yo me quedé / Sin tanto como quise / Sin todo lo que amé / Y siempre que yo regreso aquí / lloro contigo lo que fue amar
Por onde me levar o vento
Se Deus me desse o condão / De agarrar por minha mão / O
melhor que a vida tem / Mil pedaços guardaria / Desta forma fugidia / De
existir, de ser alguém / É tanto tempo perdido / É quase sangue vertido / Tempo
ido em correria / Que às vezes sigo lá fora / Perguntando onde mora / Ou se
demora a utopia / Eu quero abrir a cortina / Que me faz desde menina / Ter por
sina o desalento / E assim ganhar a coragem / Para enfim seguir viagem / Por
onde me levar o vento / Se Deus me der o condão / De arrancar do coração /
Tantos medos, tantas mágoas / Irei de cabeça erguida / Ao sabor da minha vida /
Merguhar nas suas águas
Por donde me lleve el viento
Si Dios me diese el poder / De agarrar de mi mano / Lo mejor que la vida tiene / Mil pedazos guardaría / De esta forma huiría / De existir, de ser alguien / Y tanto tiempo perdido / es casi sangre vertida / Tiempo ido en correría / Que a veces sigo ahí fuera / Preguntando donde mora / O se demora la utopía / Yo quiero abrir la cortina / Que desde niña me hace / Tener por destino o desaliento / Y así ganar el coraje / para finalmente seguir el viaje / Por donde el viento me lleve / Si Dios me diera el poder / De arrancar del corazón / Tantos miedos, tantas amarguras / Iría con la cabeza erguida / Al sabor de mi vida / Sumergiéndome en sus aguas
Da solidão
Sempre que me encontro a sós / Com a minha solidão / Que lhe
canto o mesmo fado / Um que fala de abandono / E anda por aí escondido / Num
sorriso bem traçado / São dois dedos de conversa / Num silêncio que é só nosso /
E em que o mundo nos perdeu / Não sei onde te encontrei / Solidão de onde me
vens / P'ra afogar tudo o que é meu / Não tenho como parar / O lamento que se
acende / Numa voz feita de oração / Vou rezando em cada fado / Pela paz que
tanto anseio / Ter de volta ao coração
De la soledad
Siempre que me encuentro a solas / Con mi soledad / Que le canto el mismo fado / Uno que habla de abandono / Y anda por ahí escondido / En una sonrisa bien trazada / Son dos segundos de conversación / En un silencio que es sólo nuestro / Y en que el mundo nos perdió / No sé donde te encontré / Soledad, de dónde me vienes / para hogar todo lo que es mío / No tengo cómo parar / El lamento que se enciende / En una voz hecha oración / Voy rezando en cada fado / Por la paz que tanto ansío / Traer de vuelta al corazón
Rasgo de luz
Horizonte negro / Arco-íris escuro / Raio de néon / Num
rasgo de luz / Como estrelas falsas / De gostos amargos / Preço que se paga da
triste ilusão / Lágrimas secas / Medo calado / Suor frio / Palavra morta /
Derradeiro leito / De areia molhada / Um simples número / A eternidade / Sonhos
imediatos / Corações roubados / Pela casa fora, há tempo demais / Dívida
perdida / E escondida nos tempos / Que não se devolve com uma carícia /
Caridade tão banal / Sempre sem ter razão / E na força que comanda / A mentira
de sempre / Tudo isto tu proclamas / Em nome dos deuses / A renúncia da pobreza
/ Dos homens, do mundo
Rasgo de luz
Horizonte negro / Arco iris oscuro / Rayo de neón / En un trazo de luz / Como estrellas falsas / De gustos amargos / Precio que se paga de la triste ilusión / Lágrimas secas / Miedo callado / Sudor frío / Palabra muerta / Último lecho / De arena mojada / Un simple número / La eternidad / Sueños inmediatos / Corazones robados / Fuera de la casa hace demasiado tiempo / Deuda perdida / Y escondida en los tiempos / Que no se devuelve con una caricia / Caridad tan banal / Siempre sin tener razón / Y en la fuerza que domina / La mentira de siempre / Todo eso que proclamas / En nombre de los dioses / La renuncia de la pobreza / De los hombres, del mundo
Por dentro de mim
Pus uma primavera nos teus olhos / Que em verde acordaram a
manhã / Foi nos ramos dos teus braços / Que eu vi a flor do mar dentro de mim /
No ninho dos teus beijos / Um pássaro de fogo voou, dentro de mim / E no seu
bater de asas / Espalhou do fogo as brasas / Testemunhas do lugar de onde eu
vim / E querem que te aqueças dentro de mim / Vejo o sol a nascer do teu
sorriso / E agarro-me aos teus braços de marfim / Um verão que sem aviso / Faz
nascer marés dentro de mim / E eu descubro de repente / Um sol em quarto
crescente dentro de mim / Também soubeste ser folha d'Outono / Soubeste
adormecer na hora certa / E as folhas mais bonitas / Escolheram cair dentro de
mim / E o vento das palavras / Pôs as canções do oceano dentro de mim / Não
temas ser Inverno / Porque o beijo mais terno / É aquele que se dá chegado o
fim / Quando tu adormeceres dentro de mim
Por dentro de mí
Puse una primavera en tus ojos / Que despertaran en verde la mañana / Fue en las ramas de tus brazos / Que yo vi la flor del mar dentro de mí / En el nido de tus besos / Un pájaro de fuego voló, dentro de mí / Y en su batir de alas / Disipó del fuego las brasas / Testimonios del lugar de donde vine / Y quieren que te calientes en mi interior / Veo un sol que nace de tu sonrisa / Y me agarro a tus brazos de marfil / Un verano que sin aviso / Hace nacer mareas dentro de mí / Y yo descubro de repente / Un sol en cuatro creciente dentro de mí / También supiste ser hoja de otoño / Supiste adormecer en la hora cierta / Y las hojas más bonitas / Escogieron caer dentro de mí / No temas ser invierno / Porque el beso más tierno / Es aquel que se da llegado el fin / Cuando tú te adormezcas dentro de mí
Fado dos fados
Naquele amor derradeiro / Madito e abençoado / Pago a sangue
e a dinheiro / Já não é amor, é fado / Quando o ciúme é tão forte / Que ao
próprio bem desejado / Só tem ódio ou dá à morte / Já não é ciúme, é fado /
Canto da nossa tristeza / Choro da nossa alegria / Praga que é quase uma reza /
Loucura que é poesia / Um sentimento que passa / A ser eterno cuidado / Em
razão duma desgraça / E assim tem de ser, é fado / Um remorso de quem sente /
Que se voltasse ao passado / Ficaria novamente / Já não é remorso, é fado / E
esta saudade de agora / Não de algo bem acabado / Mas as saudades de outrora /
Já não é saudade, é fado
Fado de los fados
En aquel último amor / Maldito y bendito / Pagado con sangre y dinero / Ya no hay amor, hay fado / Cuando los celos son tan fuertes / Que al propio bien deseado / Sólo se le tiene odio o se da la muerte / Ya no son celos, es fado / Canto de nuestra tristeza / Llanto de nuestra alegría / Maldición que es casi un rezo / Locura que es poesía / Un sentimiento que pasa / A ser eterno cuidado / Por causa de una desgracia / Así tiene que ser, es fado / Un arrepentimiento de quien siente / Que si volviese al pasado / Encontraría nuevamente / Ya no es arrepentimiento, es fado / Y este arrepentimiento de ahora / No de algo bien acabado / Pero las saudades de entonces / Ya nos son saudade, son fado
Meu amor de antigamente
Meu amor de antigamente / A loucura desejada / Que me
trazes, tão ardente / Não me queima, traz-me amada! / Meu amor de antigamente /
Que me trazes em loucura, tão amada! / E bendigo ter vivido / Para o dia de te
ver / Meu amor de antigamente / Que tardaste a acontecer / Pois agora que te
abraço / Sem memória nem passado / Meu amor de antigamente / Como é bom ter-te
encontrado / Meu amor de antigamente / Eu sonhei-te em cada homem / Que cruzei
tão imprudente / Meu amor de antigamente / P'ra matar a minha fome / Eu
sonhei-te meu amor, em cada homem / Meu amor das minhas esperas / Suspirado e
inventado / Fruto das minhas quimeras / És o céu por quem dou brado / Meu amor
de todo o sempre / És o fim, amor, do meu pecado
Mi amor de antiguamente
Mi amor de antiguamente / La locura deseada / Que me traes, tan ardiente / No me quema, ¡me trae amada! / Mi amor de antiguamente / Que me traes en locura, ¡tan amada! / Y bendigo haber vivido / Para el día en que te vea / Mi amor de antiguamente / Que tardaste en suceder / Pues ahora que te abrazo / Sin memoria ni pasado / Mi amor de antiguamente / Qué bueno es haberte encontrado / Mi amor de antiguamente / Yo te soñé en cada hombre / Con que me crucé tan imprudente / Mi amor de antiguamente / Para matar mi hambre / Yo te soñé, amor, en cada hombre / Mi amor de mis esperas / Suspirando e inventando / Fruto de mis quimeras / Eres el cielo por quien grito / Mi amor de todo el siempre / Eres el fin, amor, de mi pecado