Mafalda Arnaut - Flor de fado (2008)


Flor de fado (2008)

​1. Amor abre a janela / 2. Porque é feito de alegria / 3. Entre a voz e o oceano / 4. O mar fala de ti / 5. Povo que lavas no rio / 6. Quanto mais amor / 7. De tanto querer - Fado vitima / 8. Flor de verde pinho / 9. Porque eu não sei mentir / 10. Ir contigo / 11. Tinta verde / 12. Agarrada ao chão / 13. Quem me desata / 14. Na cor do nosso sorriso / 15. Por querer bem  

Amor, abre a janela

Meu amor abre a janela / Que eu vou passar junto dela / Quando chegar à tardinha / Mas não chames pelo meu nome / Porque a saudade encontrou-me / E eu posso não estar sozinha / Prendi no peito uma flôr / Que diz mais do meu amor / Do que tristezas sem fim / Mas não venhas a correr / Que ninguém deve saber / O que tu sentes por mim / E depois não tenhas medo / Eu sei amar em segredo / E vou passar de mansinho / Sem levantar a cabeça / Para que ninguém me conheça / Tu podes não estar sozinho / Prendi no peito uma flôr / Que diz mais do meu amor / Do que tristezas sem fim / Mas não venhas a correr / Que ninguém deve saber / O que tu sentes por mim / Só quando a noite cair / É que me atrevo a subir / Para te pôr na lapela / A dor da minha saudade / Mas como o frio nos invade meu amor / Fecha a janela

Amor, abre la ventana 

Mi amor, abre la ventana / Que voy a pasar junto a ella / Cuando llegue la tardecita / Pero no me llames por mi nombre / Que la saudade me encontró / Y puede que yo no esté sola / Prendí en mi pecho una flor / Que dice más de mi amor / Que las tristezas sin fin / Pero no vengas corriendo / Que nadie debe saber / Lo que tú sientes por mí / Y después no tengas miedo / Yo sé amar en secreto / Y voy a pasar con sigilo / Sin levantar la cabeza / Para que nadie me conozca / Tú puedes no estar solo / Prendí en mi pecho una flor / Que dice más de mi amor / Que las tristezas sin fin / Pero no vengas corriendo / Que nadie debe saber / Lo que tú sientes por mí / Sólo cuando la noche caiga / Me atrevo yo a subir / Para ponerte en la solapa / El dolor de mi saudade / Pero como el frío nos invade, mi amor / Cierra la ventana

Porque é feito de alegria

​Adoro o teu sorriso mais que a vida / Que a vida tem mais graça se sorris / Lembrando-me qua a rosa mais garrida / Por certo é a que tem melhor raíz / Adoro todo o amor que nós fizemos / Do simples riso, á roupa que despimos / Nudez não só do corpo que trazemos / Mas muito mais da alma que sentimos / E é tanto mais, meu bem, o que eu adoro / Que não me basta um céu sem horizonte / Por todo o infinito onde moro / Bendito este amor que vem da fonte / Adoro o renascer da nossa esperança / Na ânsia de fazer nova poesia / Adoro o teu sorriso de criança / Apenas porque é feito de alegria

Porque está hecho de alegría 

Adoro tu sonrisa más que la vida / Que la vida tiene más encanto si sonríes / recordándome la rosa más colorida / Que por cierto es la que tiene mejor raíz / Adoro todo el amor que nosotros hicimos / De la simple risa hasta la ropa que desnudamos / Desnudez no sólo del cuerpo que traemos / Pero mucho más del alma que sentimos / Y es tanto más, mi bien, lo que yo adoro / Que no me basta un cielo sin horizonte / Por todo el infinito donde moro / Bendito este amor que viene de la fuente / Adoro el renacer de nuestra esperanza / En el ansia de hacer nueva poesía / Adoro tu sonrisa de criatura / Nada más que porque está hecha de alegría

Entre a voz e o oceano

O braço erguido no ar / A mão tocando no céu / A voz buscando o lugar / Onde a alma se escondeu / Um não sei quê que recusa / Viver sem perder o pé / Levando a palavra lusa / Nas águas do Subaé / O que ela sabe de nós e dos ventos e dos céus / Foi-lhe dito por um Deus que nasceu que da sua voz / Mas aquilo que sei dela e a minha alma acredita / É que a sua voz revela que a vida é bonita / Entre o princípio e o fim / Entre a a voz e o oceano / Fecho os olhos, caio em mim / E só depois cai o pano / Aquela voz sem idade / Onde se inventa um país / Ensina-nos que a saudade / É o mar pedindo bis

Entre la voz y el oceano 

El brazo erguido en el mar / La mano tocando el cielo / La voz buscando el lugar / Donde el alma se escondió / Un no sé qué que se niega / A vivir sin perder pie / Llevando la palabra lusa / En las aguas del Subaé / Lo que ella sabe de nosotros, de los vientos y los cielos / Un Dios le dijo que nació de su voz / Pero aquello que sé de ella y que mi alma cree / Y que su voz revela que la vida es bonita / Entre el principio y el fin / Entre la voz y el océano / Cierro los ojos, caigo en mí / Y sólo después cae el paño / Aquella voz sin edad / Donde se inventa un país / Nos enseña que la saudade / Es el mar pidiendo un bis

​ O mar fala de ti

Eu nasci nalgum lugar / Donde se avista o mar / Tecendo o horizonte / E ouvindo o mar gemer / Nasci como a água a correr / Da fonte / E eu vivi noutro lugar / Onde se escuta o mar / Batendo contra o cais / Mas vivi, não sei porquê / Como um barco à mercê / Dos temporais / Eu sei que o mar mão me escolheu / Eu sei que o mar fala de ti / Mas ele sabe que fui eu / Que te levei ao mar quando te vi / Eu sei que o mar mão me escolheu / Eu sei que o mar fala de ti / Mas ele sabe que fui eu / Quem dele se perdeu / Assim que te perdi / Vou morrer nalgum lugar / De onde possa avistar / A onda que me tente / A morrer livre e sem pressa / Como um rio que regressa / Á nascente / Talvez ali seja o lugar / Onde eu possa afirmar / Que me fiz mais humano / Quando, por perder o pé / Senti que a alma é / Um océano

El mar habla de ti

Yo nací en algún lugar / Desde el que se ve el mar / Tejiendo el horizonte / Y escuchando el mar gemir / Nací como el agua que corre / De la fuente / Y viví en otro lugar / Donde se escucha el mar / Batiendo contra el puerto / Pero viví, no sé por qué / Como un barco a merced / De los temporales / Yo sé que el mal mar me escogió / Yo sé que el mar habla de ti / Pero sabe que fui yo / Quien te llevó al mar cuando te vi / Yo sé que el mal mar me escogió / Yo sé que el mar habla de ti / Pero sabe que fui yo / Quien de él se perdió / En cuanto te perdí / Voy a morir en algún lugar / Desde donde pueda avistar / La ola que me tiente / A morir libre y sin prisa / Como un río que regresa / Al manantial / Tal vez allí esté el lugar / Donde yo pueda afirmar / Que me hice más humano / Cuando, por perder el pie / Sentí que el alma es / Un océano

Povo que lavas no rio

Povo que lavas no rio / E talhas com o teu machado / As tábuas do meu caixão. / Pode haver quem te defenda / Quem compre o teu chão sagrado / Mas a tua vida não. / Fui ter à mesa redonda / Beber em malga que esconda / O beijo de mão em mão. / Era o vinho que me deste / A água pura, fruto agreste / Mas a tua vida não. / Aromas de urze e de lama / Dormi com eles na cama / Tive a mesma condição. / Povo, povo, eu te pertenço / Deste-me alturas de incenso, / Mas a tua vida não. / Povo que lavas no rio / E talhas com o teu machado / As tábuas do meu caixão. / Pode haver quem te defenda / Quem compre o teu chão sagrado / Mas a tua vida não.

Pueblo que lavas en el río 

Pueblo que lavas en el río / Y tallas con tu cuchillo / Las tablas de mi ataúd / Puede haber quien te defienda / Quien compre tu suelo sagrado / Pero tu vida no / Gocé de mesas redondas / Bebí en tazón que ocultaba / El beso de mano en mano / Era el vino que me diste / Agua pura, fruto agreste / Pero tu vida no / Aromas de brezo y barro / Dormí con ellos en la cama / Tuve su misma naturaleza / Pueblo, pueblo te pertenezco / Me diste alturas de incienso / Pero tu vida no / Pueblo que lavas en el río / Y tallas con tu cuchillo / Las tablas de mi ataúd / Puede haber quien te defienda / Quien compre tu suelo sagrado / Pero tu vida no

Quanto mais amor

Quanto mais amor te quero, mais longe ficas / Que este amor é desespero, não vai em fitas / Nem sempre quem corre alcança / Nem sempre querer é poder / E uma vida inteira, mesmo que eu não queira / Vai-se aos poucos a perder / Quanto mais amor te dou, bem menos tenho / P'ra saudade que ficou do teu tamanho / E no teu lugar acende / Um farol que não tem fim / Luz que me alumia na noite vazia / Quando tu não estás em mim / Quanto mais amor me esqueço mais ele me grita / Que bem mais amor mereço que andar aflita / Á espera dum beijo teu / Que eu rezo por ver chegar / Se ele tardar demias, tristes os meus ais / Que eu ainda me hei-de cansar / Quanto mais amor me queixo bem mais te quero / Nem que seja mais um beijo tudo o que eu espero / Se te hei-de esquecer um dia / Há-de ser por não lembrar / Quanto me queres, meu bem, que não há ninguém / Com tanto amor p'ra me dar

Cuanto más amor

Cuanto más te quiero, amor, más lejos te quedas / Que este amor es desesperación, no es caprichoso / Ni siempre quien corre alcanza / Ni siempre querer es poder / Y una vida entera, aunque yo no quiera / Se va perdiendo poco a poco / Cuanto más amor te doy, menos tengo / Para esa saudade que quedó a tu tamaño / Y en tu lugar enciende / Un farol que no tiene fin / Luz que me ilumina en la noche vacía / Cuando tú no estás en mí / Cuanto más amor me olvida más me grita él / Que más merezco el amor que estar afligida / A espera de un beso tuyo / Que rezo por ver llegar / Si el tarda demasiado, tristes mis ayes / Que yo aún me he de cansar / Cuanto más me quejo, amor, más te quiero / Aunque sólo sea un beso todo lo que espero / Si te he de olvidar un día / Será por no recordarte / Cuánto me quieres, mi bien, que no hay nadie / Con tanto amor para darme

De tanto querer - Fado vitima

Tenho pouco tempo para dar como é preciso... dizes tu, vejo eu / Tenho pouca coisa p'ra dizer, que eu sou assim... mentes tu, oiço eu / Tenho que inventar mais um atalho onde te percas até me encontrares / Ai de mim, que esta vida é um baralho / Por abrir e repartir, nem sequer sei o que valho / Sou simples triste fim.... ai de mim, ai de mim / Tenho pouca escolha nesta vida, nem sorte á minha medida... choras tu / Tenho falta até do que nem sei / Mas sinto falta do que nunca dei... o quê não sei / Tenho tanto medo por rasgar tanto enredo / Por matar, antes que morra eu / Tenho tanta pedra por mexer, que já me dói só por saber que tem de ser / Que tem de ser... que tem de ser / Que há-de ser... que eu vou ser / Sei que ainda é cedo p'ra negar um novo dia / Sentes tu, sentes bem / Á mercê da alma há pouca calma, mas há vida p'ra contar / Muito além da dôr, há um lugar / Feito á medida do querer feito p'ra consolar / P'ra dizer que tudo o que há-de vir á medida do sentir que cada um tem / Foi simples triste fim... o que um dia foi em mim / Tenho urgente a vida á minha frente, tenho pressa de ser gente, sabes tu / Num impulso, alcanças nova garra, novo pulso que há em ti rasga o ser / Tenho tanta sede e tanta fome pela dôr que me consome / É tempo de a esquecer / Tenho horizontes por abrir do infinito que há-de vir / Porque eu vou ser... quem sabe, sou / É só eu querer e de tanto querer / Eu sei que sou... eu sempre fui

De tanto querer - Fado víctima 

Tengo poco tiempo para dar como es preciso... lo dices tú, lo veo yo / Tengo pocas cosas para decir, que yo soy así... mientes tú, escucho yo / Tengo que inventar un atajo más por donde te pierdas hasta encontrarme / Ay de mí, que esta vida es una baraja / A estrenar y repartir, ni sé siquiera qué valgo / Soy un simple triste fin... ay de mí, ay de mí / Tengo poca elección en esta vida, ni suerte a mi medida... lloras tú / Tengo necesidad hasta de lo que no sé / Me siento falta de lo que nunca di... lo que no sé / Tengo tanto miedo de rasgar tanto enredo / Por matar, antes de morir yo / Tengo tanta piedra por mover, que ya sólo me duele saber qué tiene que ser / Qué tiene que ser... qué tiene que ser / Qué ha de ser... que yo voy a ser / Sé que aún es temprano para negar un nuevo día / Sientes tú, sientes bien / A mereced del alma hay poca calma, pero hay vida para contar / Más allá del dolor hay un lugar / Hecho a la medida del querer ser hecho para consolar / Para decir que todo lo que ha de venir a la medida del sentir que cada uno tiene / Fue simple triste fin... lo que un día estuvo en mí / Tengo frente a mí la vida urgente, tengo prisa por ser gente, lo sabes tú / En un impulso alcanzas nueva garra, nuevo pulso que hay en ti rasga el ser / Tengo tanta sed y tanta hambre por el dolor que me consume / Es tiempo de olvidarla / Tengo horizontes por abrir por abrir del infinito que ha de venir / Porque yo voy a ser... quién sabe, soy / Y sólo yo querer, y de tanto querer / Yo sé que soy... yo siempre fui

Flor de verde pinho

Eu podia chamar-te pátria minha / Dar-te o mais lindo nome português / Podia dar-te o nome de rainha / Que este amor é de Pedro por Inês / Mas não há forma, não há verso, não há leito / Para este fogo, amor, para este rio / Como dizer um coração fora do peito? / Meu amor transbordou, e eu sem navio / Gostar de ti é um poema que não digo / Que não há taça, amor, para este vinho / Não há guitarra, nem cantar de amigo / Não há flor, não há flor... de verde pinho / Não há barco nem trigo, não há trevo / Não há palavras para dizer esta canção / Gostar de ti é um poema que não escrevo / Que há um rio sem leito. E eu sem coração / Mas não há forma, não há verso, não há leito / Para este fogo, amor, para este rio / Como dizer um coração fora do peito? / Meu amor transbordou, e eu sem navio / Gostar de ti é um poema que não digo / Que não há taça, amor, para este vinho / Não há guitarra, nem cantar de amigo / Não há flor, não há flor... de verde pinho

Flor de verde pino 

Yo podría llamarte patria mía / Darte el más lindo nombre portugués / Podría darte el nombre de reina / Que este amor es el de Pedro por Inés / No hay forma, no hay verso, no hay lecho / Para este fuego, amor, para este río / ¿Cómo llamar a un corazón fuera del pecho? / Mi amor trasbordó, y yo sin navío / Que me gustes es un poema que no digo / Que no hay copa, amor, para este vino / No hay barco, no hay trigo, no hay trébol / No hay palabras para cantar esta canción / Que me gustes es un poema que no escribo / Que hay un río sin lecho. Y yo son corazón / pero no ha y forma, no hay verso, no hay lecho / Para este fuego, amor, para este río / ¿Cómo llamar a un corazón fuera del pecho? / Mi amor trasbordó, y yo sin navío / Que me gustes es un poema que no digo / Que no hay copa, amor, para este vino / No hay guitarra, ni cantar de amigo / No hay flor, no hay flor... de verde pino

Porque eu não sei mentir​​​​

No cabo mais a sul da minha vida / Onde ondas de alvorada serpeiteiam / Pressinto em esboço a despedida / Os olhos por quem tanto os meus se enleiam / Tanto anseiam / E como o adeus que nunca se procura / Se ainda não fôr tempo de partir / Vou pedir-te num beijo, só mais um desejo / Algo mais de ternura / Que por onde tu fores, vás a sorrir / Que eu vou tentando / Eu juro o meu sorriso também cumprir / Fazê-lo ser no escuro a luz que ainda há-de vir / Mesmo quando baixinho / O teu corpo adivinho, o teu nome murmuro / Porque eu não sei mentir

Porque yo no sé mentir​​​​ 

En el extremo más al sur de mi vida / Donde las ondas de la alborada serpentean / Presiento un esbozo de despedida / Los ojos por quien los míos tanto se enredan / Tanto ansían / Es como el adiós que nunca se busca / Si no es aun el tiempo de partir / Voy a pedirte en un beso, solo un deseo más / Algo más de ternura / Que por donde tú fueras vayas sonriendo / Que lo voy intentando / Yo juro cumplir también mi sonrisa / Hazla ser en la oscuridad la luz que aún ha de venir / Incluso cuando, bajito / Tu cuerpo adivino, tu nombre murmuro / Porque yo no sé mentir

Ir contigo

Escrevo-te este fado em jeito de confissão / Queremos andar para o mesmo lado, mas vamos em contra-mão / Se tu ou eu, que importa a raíz do engano / Voltamos ao princípio, tu e eu / Que é contigo que eu quero ir / Que é contigo que eu sei sorrir / Tudo fica melhor e em paz / Que é isso que ir contigo me faz / Leva-me com jeito, acerta o meu compasso / Que de bater instisfeito tem impulso de cansaço / Só tu e eu, sabemos a côr desta dança / Bater do coração que nunca cansa

Ir contigo

Escribo este fado a modo de confesión / Queremos andar hacia el mismo lado, pero vamos contramano / Si tú o yo, qué importa la raíz del engaño / Volvemos al principio, tú y yo / Que es contigo con quien quiero ir / Que es contigo con quien sé sonreír / Todo queda mejor y en paz / Que es eso que me hace ir contigo / Llévame con gracia, acierta el mismo compás / Que del latir insatisfecho tiene impulso de cansancio / Sólo tú y yo, sabemos esta danza de memoria / Latir del corazón que nunca se cansa

Tinta verde

Tinta verde dos teus olhos / Escreve torto no meu peito / Amores tenho eu aos molhos / Se p'ro teu me faltar jeito / No meu peito escreve torto / Na minha alma a dar a dar / Nunca mais eu chego ao Porto / Se lá fôr por este andar / Nunca mais eu chego ao Porto / Ao porto de Matosinhos / Adeus verde dos teus olhos / Estão cá outros mais escurinhos

Tinta verde 

Tinta verde de tus ojos / Escribe torcido en mi pecho / Amores tengo a puñados / Si por el tuyo me faltara el deseo / En mi pecho escribe torcido / En mi alma entregando, entregando / Yo nunca más llegaré a Porto / Si fuese allá por este camino / Yo nunca más llegaré a Porto / Al puerto de Matosinho / Adiós verde de tus ojos / Aquí están otros más oscuritos

Agarrada ao chão

Da árvore ao esquecimento / Vai um segundo, uma hora / Uma expiração do vento / Que vem do lado de fora / Entre a paixão e o sono / Vai uma hora, um instante / Como um desejo de Outono / Nos lábios do meu amante / Quem me dera o teu sorriso / Quando finjo que adormeço / Só p'ra esqueceres que preciso / Que precisas do que esqueço / Entre o cansaço e a raíz / Estão as chuvas de Verão / Que me deixam ser feliz / Vivendo agarrada ao chão / Passando a noite ao relento / Fiz da saudade um retiro / Que do mar ao esquecimento / Vai apenas um suspiro

Agarrada al suelo

Del árbol al olvido / Va un segundo, una hora / Una expiración del viento / Que viene del lado de fuera / Entre la pasión y el sueño / Va una hora, un instante / Como un deseo de otoño / En los labios de mi amante / Ojalá tuviera tu sonrisa / Cuando finjo que adormezco / Sólo para que olvides que necesito / Que necesitas lo que olvido / Entre el cansancio y la raíz / Están las lluvias del verano / Que me dejan ser feliz / Viviendo agarrada al suelo / Pasando la noche al relente / Hice de la saudade un retiro / Que del mar al olvido / Va apenas un suspiro

Quem me desasta

Quem me desata o mistério / Que anda a rondar-me sem trégua / Já se tornou caso sério / Mas não é mais que uma névoa / Entendo a sua presença / Mais do que sinto a inconstãncia / É todo feito de ausência / E é mesmo assim abundãncia / Se alguém me pode entender / Faça-me o favor maior / De me explicar que, sem ver / Eu sei amá-lo de cor / Talvez por isso eu prefira / Deixar o nó por inteiro / Sei que não sendo mentira / Não pode ser verdadeiro / Quantos os nós desta vida / Que ficam por entender / Como este nó sem saída / De amar de cor, sem o ver

Quién me desasta 

Quien me desata el misterio / Que me ronda sin tregua / Ya se volvió caso serio / Pero no es más que una niebla / Entiendo su presencia / Más de lo que siento la inconstancia / Y todo hecho de ausencia / E incluso es así abundancia / Si alguien me puede entender / Que me haga un favor mayor / De explicarme que, sin ver / Yo sé amarlo de memoria / Tal vez por eso yo prefiera / Dejar el nudo intacto / Sé que no siendo mentira / No puede ser verdadero / Cuántos de los nudos de esta vida / Que quedan por entender / Como este nudo sin salida / De amar de memoria sin ver

Na cor do nosso sorriso

Amor, amor maior, amor secreto / Amor sem cura, amor inquieto / Amor, amor, pior que amor incerto / Só mesmo amor, não estares por perto... amor / Amor, amor maior, quem indiscreto / Se cruzou com o nosso amor / Viu de mais de perto / Amor na côr do nosso sorriso / Amor, amor maior, amor perfeito / Amor que mora no meu peito / Amor, amor sem par / Haja lugar para todo o amor que havemos de trocar / Amor, palavra eterna, nunca finda / Enquanto houver amor será teu guia / Se algum dia me perderes ouvirás cantar / Amor, amor, amor

En el color de nuestra sonrisa

Amor, amor mayor, amor secreto / Amor sin cura, amor inquieto / Amor, amor, peor que el amor incierto / Sólo el mismo amor que no está más próximo... amor / Amor, amor mayor, que indiscreto / Se cruzó con nuestro amor / Vino aún de más cerca / Amor en el color de nuestra sonrisa / Amor, amor mayor, amor perfecto / Amor que vive en mi pecho / Amor, amor sin par / Que haya un lugar para todo el amor que debemos cambiar / Amor, palabra eterna, nunca acabada / Mientras haya amor seré tu guía / Si algún día me perdieras, escucharás cantar / Amor, amor, amor...

Por querer bem

Quem me quiser fazer feliz / Tem de fazer tudo o que diz / E o que diz tem de ser muito feliz / Quem me quiser tirar o nó / Tem de chegar sem dôr nem dó / Por amar, por querer, por aceitar / Quem fôr capaz de olhar p'ra trás / Só p'ra lembrar onde não ir / Procurar falsa paz, falso lugar / Quem der a mão e o coração / E quem fôr chão sem um senão / Pr'amar, só amar, por querer bem, por aceitar / Cantar-se um fado sem hinos de medo / Bordar-se a vida sem tons de degredo / Fazer-se a alma ter dias de festa / É querer melhor á vida que nos resta / Fácil não é / Mas o resto é que não presta

Por querer bien 

Quien me quiera hacer feliz / Tiene que hacer todo lo que dice / Y lo que dice tiene que ser muy feliz / Quien quiera quitarme el nudo / Tiene que llegar sin dolor ni duelo / Por amar, por querer, por aceptar / Quien fuese capaz de mirar hacia atrás / Sólo para acordarse de dónde no ir / Buscar falsa paz, falso lugar / Quien entregue la mano y el corazón / Y quien fuese terreno sin mácula / Para amar, sólo amar, por querer, por aceptar / Cantar un fado sin himnos de miedo / Bordarse la vida sin tonos de destierro / Hacerse que el alma tenga días de fiesta / Y querer mejor a la vida que nos resta / Fácil no es / Pero el resto es lo que no se rinde

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