Mafalda Arnauth - Mafalda Arnauth (1999)


Mafalda Arnauth (1999)


1. Meus lindos olhos / 2. Fado sem fim / 3. Impunemente / 4. Sonho imperfeito / 5. Quase imortal / 6. De quem dá / 7. O Sol chama por mim / 8. Talvez se chame saudade / 9. Serás sempre Lisboa / 10. Porque as marés são mais calmas / 11. Contra ventos e marés / 

Meus lindos olhos

Meus lindos olhos, qual pequeno deus / Pois são divinos, de tão belos os teus. / Quem tos pintou com tal feição / Jamais neles sonhou criar tanta imensidão. / De oiro celeste, / Filhos de uma chama agreste / Astros que alto o céu revestem / E onde a tua história é escrita. / Meus lindos olhos, de lua cheia / Um esquecido do outro, a brilhar p´rá rua inteira. / Quem não conhece o teu triste fado / Não desvenda em teu riso um chorar tão magoado. / Perdões perdidos / Num murmúrio desolado / Quando o réu morava ao lado / Mais cruel não pode ser. / Este fado que aqui canto / Inspirou-se só em ti / Tu que nasces e renasces / Sempre que algo morre em ti / Quem me dera poder cantar / Horas, dias, tão sem fim / Quando pedes só pra mim / Por favor só mais um fado.

Mis lindos ojos 

Mis lindos ojos, como un pequeño dios / Pues son divinos, de tan bellos los tuyos / Quien te los pintó con tal genio / Jamás soñó crear en ellos tanta inmensidad. / De oro celestial, / Hijos de una llama salvaje / Astros que en lo alto revisten el cielo / Y donde tu historia está escrita. / Mis lindos ojos, de luna llena / Uno olvidado de otro, brillando por toda la calle / Quien no conoce tu triste fado / No descubre en tu risa un llanto tan herido / Perdones perdidos / En un murmullo desolado / Cuando el reo moraba al lado / Más cruel no puede ser / Este fado que aquí canto / Se inspiró sólo en ti / Tú que naces y renaces / Siempre que algo muere en ti / Quien me concediera poder cantar / Horas, días, tan sin fin / Cuando me pides sólo a mí / Por favor, solo un fado más.

Fado sem fim

Este amor que habita em mim / Tão sem jeito de acabar / É romance já sem fim / Da minha alma e meu cantar / Apaixonaram-se assim / Ninguém há que os vá separar. / Saberá que me ouve agora / Vendo meu olhar cerrado / Que assim canto o que em mim mora / Rasgo meu peito calado / Escutai bem meu cantar / Pois meu mundo todo é fado. / Se é sereno o meu semblante / Creiam que Deus me sorri / Mas se eu cantar como nunca / Creiam que Ele canta por mim / Que este meu jeito de ser / É bem Deus que me faz assim.

Fado sin fin

Este amor que habita en mí / Tan sin ganas de acabarse / Es romance ya sin fin / De mi alma y mi cantar / Se apasionaron así / No hay quien los pueda separar. / Sabrá que me escucha ahora / Viendo mi mirada cerrada / Que así canto lo que en mí mora / Rasgo mi pecho callado / Escuchad bien mi cantar / Pues todo mi mundo es fado. / Si es sereno mi semblante / Crean que Dios me sonríe / Mas si canto como nunca / Crean que el canta por mí / Que esta forma mía de ser / Es un bien de Dios que me hace así.

Impunemente

Parti talvez p'ra nunca mais voltar / Com o rosto que já nem parece meu / Sofri a dor mais louca por amar / Alguém a quem meu peito tudo deu / Vazia, sem destino fui p'las ruas / Em busca do recanto mais escondido / Neguei poder sentir saudades tuas / P'ra não morrer de vez o meu sentido / Mas ai de mim, não se ama impunemente / E o peito chora mais do que a razão / No meu cantar já soa tristemente / A dor de ver morrer o coração

Impunemente

Partí tal vez para nunca más volver / Con el rostro que ya ni parece mío / Sufrí el dolor más loco por amar / A alguien a quien mi pecho lo do todo / Vacía, sin destino, fui por las calles / En busca del rincón más escondido / Negué poder sentir saudades de ti / Para que no muriera de golpe mi sentido / Pero, ay de mí, no se ama impunemente / Y el pecho llora más que la razón / En mi cantar ya suena tristemente / El dolor de ver morir el corazón

Sonho imperfeito

A dor que trago no peito / Já não é dor, já sou eu / Sou eu o sonho imperfeito / Por trazer dentro do peito / Um amor que é só meu. / Já não tenho o meu sorrir / Que dava luz ao meu ser / Já nem sei p'ra onde ir / Tudo é fado, é já partir / Tudo em mim é padecer. / E é minha voz, meu penar / É o chorar que não choro / Que me alimenta ao cantar / Esta loucura de amar / É toda a fé em que moro. / Dias que passam sem fim / Num desafio sem igual / Ai dias, chamem por mim / P'ra eu saber ao que vim / P'ra eu esquecer este mal.

Sueño imperfecto

El dolor que traigo en el pecho / Ya no es dolor, ya soy yo / Soy yo el sueño imperfecto / Por traer dentro del pecho / Un amor que es sólo mío. / Ya no tengo mi sonrisa / Que daba luz a mi ser / Ya ni sé hacia donde ir / Todo es fado, es ya partida / Todo en mí es padecer. / Y es mi voz, mi penar / Y el llanto que no lloro / Que me alimenta al cantar / Esta locura de amar / Y toda la fe en que vivo. / Días que pasan sin fin / En un desafío sin igual / Ay, días, llamadme a mí / Para saber a que vine / Para olvidar este mal.

Quase inmortal

Quis soltar o grito que me queima / Um lamento que em mim teima / Em não ficar calado./ Quis soltar a mágoa, a ansiedade / Dos dias da verdade / Tão diferentes do passado. / E agora que soltei o meu grito / Não menos triste me sinto / Que o cantar não leva a dor, / Pois o meu canto não muda o destino / De viver em desatino / Eu, a vida e este amor. / Quis viver um amor quase imortal / Que não me levasse a mal / Ter tamanho coração. / Fui amada na ilusão de quem não o era / Talvez por quem tanto dera / Sem saber que era em vão / E o meu pecado é ainda acreditar / Ser possível querer e amar / Dando ouvidos à razão. / Se o amor é louco como dizem por aí, / Eu que a mim sempre menti, / Vou escutar meu coração.

Casi inmortal

Quise soltar el grito que me quema / Un lamento que en mí se empeña / En no quedarse callado / Quise soltar la amargura, la ansiedad / De los días de la verdad / Tan diferentes de la verdad / Y ahora que he soltado mi grito / No me siento menos triste / Que cantar no se lleva el dolor. / Pues mi canto no cambia el destino / De vivir en desatino / Yo, la vida y este amor. / Quise vivir un amor casi inmortal / Que no me llevase al mal / Tener tamaño corazón. / Fui amada en la ilusión de quien no lo era / Tal vez por quien tanto diera / Sin saber que era en vano / Y mi pecado es creer aún / Que es posible querer y amar / Dando oídos a la razón. / Si el amor es loco, como dicen por ahí, / Yo que a mí siempre me mentí, / Voy a escuchar a mi corazón.

De quem dá

O meu amor / Tem o cheiro da vida / Tem a forma mais querida / De me querer. / O meu amor / Tem um rasgo de entrega / De quem dá e não nega / Só amor. / O meu amor / É tudo o que eu sempre quis / Quando quis ser feliz / E não fui. / E agora sou / Sem esperar ou querer / Por na vida, / Um amor, agora ter. / O meu amor / Bateu na porta esquecida / Por onde eu andei perdida / Sem razão, o meu amor troxe de volta ao meu dia / Carinhos que eu não sabia / Serem meus. / Ai amor / Mais vida que a própria vida / Mais sangue que o próprio sangue / Que nos faz vibrar / Que mata a fome / Que arde em nós / De na vida / Sermos muito menos sós. / O meu amor / Plantou raízes na esperança / De me apagar da lembrança / Tanta dor. / E foi de amor / Que me falou beijo a beijo / Murmírios do meu desejo / De mulher. / E é o amor / Que vem dizer a quem sente / Que a vida nem sempre mente / Que ainda há amor.

De quien da

Mi amor / Tiene el aroma de la vida / Tiene la forma más querida / De mi querer. / Mi amor / Tiene la energía de la entrega / De quien da y no niega / Sólo amor. / Mi amor / Es todo lo que yo siempre quise / Cuando quise ser feliz / Y no lo fui. / Y ahora soy / Sin esperar o querer / Poniendo en la vida / Un amor que ahora tengo. / Mi amor / Llamó a la puerta olvidada / Por donde yo estaba perdida / Sin razón, mi amor trajo de vuelta a mi día / Cariños que yo no sabía / Que eran míos. / Ay amor / Más vida que la propia vida / Más sangre que la propia sangre / Que nos hace vibrar / Que mata el hambre / Que arde en nosotros / Que hace que en la vida / Estemos menos solos. / Mi amor / Plantó raíces en la esperanza / Me concede apagar de mi recuerdo / Tanto dolor. / Y fue del amor / que me habló beso a beso / Murmullos de mi deseo / De mujer. Y es el amor / Quien viene a decirle a quien siente / Que la vida no siempre miente / Que aún hay amor.

O sol chama por mim

Abri minha janela e era dia / Já alto vi o sol que me chamava / Dizendo-me que a noite que em mim via / Por fim, já consumira o que bastava. / Que é já tempo de ir p'ra rua / Mas ir com alma nua / Que é dia e o sol chama por mim. / P'ra ir cantando / P'la rua fora / Um novo fado de alegria / Sem demora / Que o tempo é pouco p'ra se dizer / Que já é hora / Mas é hora de viver. / Despi o manto negro da tristeza / Das noites que cantei p'ra não chorar / E ergui este meu canto à beleza / Do tanto que ainda tenho p'ra sonhar / Não me digam que morri / Pois eu nunca esqueci / Que é dia e o sol chama por mim.

O sol chama por mim

Abrí mi ventana y era de día / Ya vi alto el sol que me llamaba / Diciéndome que la noche que en mi había / Por fin, ya había consumido lo que quedaba. / Que ya es momento de ir a la calle / Pero ir con el alma desnuda / Que es de día y el sol me llama / Para ir cantando / Por la calle / Un nuevo fado de alegría / Sin demora / Que el tiempo es poco para decirse / Que ya es hora / Pero es hora de vivir. / Me quité el manto negro de la tristeza / De las noches que canté por no llorar / Y erguí este canto mío a la belleza / De tanto que aún tengo para soñar / No me digan que morí / Pues yo nunca olvidé / Que es de día y que el sol me llama.

Talvez se chame saudade

Este doce recordar / Que amargamente me invade / Talvez que não tenha nome / Talvez se chame saudade. / Vem da guitarra ao meu peito / E cantando vai seu pranto / Talvez se chame saudade / O que chora no meu canto. / Embora na alma doa / Talvez se chame saudade / O que em nós de longe ecoa / Doutros tempos doutra idade. / Talvez se chame saudade / A voz que a guitarra ecoa / Pungente suavidade / Que faz vibrar mas magoa. / A guitarra e a saudade / Têm a mesma raíz / São da beirinha do mar / Da alma do meu país. / Que alma do meu país / Talvez se chame saudade.

Talvez se chame saudade

Este dulce recordar / Que amargamente me invade / Tal vez no tenga nombre / Tal vez se llame saudade. Viene de la guitarra a mi pecho / Y va cantando su llanto / Tal vez se llame saudade / Lo que llora en mi canto. / Aunque el alma duela / Tal vez se llame saudade / Lo que en nosotros desde lejos resuena / De otros tiempos y otra edad. / Tal vez se llame saudade / La voz que la guitarra remarca / Dolorosa suavidad / Que hace vibrar más amargura. / La guitarra y la saudade / Tienen la misma raíz / Son de la orilla del mar / De la alma de mi país / Que el alma de mi país / Tal vez se llame saudade.

Serás sempre Lisboa

Tens sempre na ponta da língua / Resposta p'ra tudo / Com teu ar certeiro / Tens esse grito que ecoa / E nunca magoa / Por ser verdadeiro / Tens nas varinas a raça / E no gingar a pirraça / Pois pode o tempo passar / Serás sempre Lisboa. / Ai, Lisboa / Ai, tão bela / Tens a Graça por janela / De onde vejo o quanto tenho para amar. / E vou correndo até ao rio / Pelo caminho beijo a Sé / Chego a Alfama em desvario / Porque é maior a minha fé / E canto, canto, canto / Ao fado, a Lisboa, à minha vida. / Tens esse jeito dos simples / Que à hora da janta / Cabe sempre mais um / E abres os braços aos outros / Dizendo: "São loucos. / Não é favor nehum" / E até das brigas de amor / Dizes que são do calor / Que te alimenta o sentir / Que te faz ser Lisboa. / Ai, Lisboa / Ai, tão bela / Tens a Graça por janela / Que aos amantes dá motivo p'ra sonhar / Talvez a marcha já não passe / E a boémia está esquecida / E haja mesmo quem arraste / Esta Lisboa qual vencida / E eu canto, canto, canto / Ao fado, a Lisboa, à minha vida.

Serás siempre Lisboa

Tienes siempre en la punta de la lengua / Respuesta para todo / Con tu aire certero / Tienes ese grito que resuena / Y nunca daña / Por ser verdadero / Tienes en las pescaderas la raza / Y en tu bambolear las bromas / Pues puede el tiempo pasar / Serás siempre Lisboa. / Ay, Lisboa / Ay, tan bella / Tienes a Gracia por ventana / Desde donde veo todo lo que tengo para amar. / Y voy corriendo hasta el río / Por el camino beso la catedral / Llego a Alfama en desvarío / Porque es mayor mi fe / Y canto, canto, canto / Al fado, a Lisboa, a mi vida. / Tienes ese ademán de los sencillos / Que a la hora de la comida / Siempre acoge a uno más / Y abres os brazos a los otros / Diciendo: Están locos / No es ningún favor" / Y hasta en las disputas de amor / Dices que son de calor / Que te alimenta el sentir / Que te hace ser Lisboa. / Ay, Lisboa / Ay, tan bella / Tienes a Gracia por ventana / Que da a los amantes motivo para soñar / Tal vez la procesión ya no pase / Y la bohemia esté olvidada / Y haya incluso quien arrastre / A esta Lisboa como vencida / Y yo canto, canto, canto / Al fado, a Lisboa, a mi vida.

Porque as marés são mais calmas

Há um motivo qualquer / P'ar eu me erguer deste nada / Uma razão de viver / Numa estrada inacabada. / Há um sentido qualquer / No meu sentir mais profundo / Que é o de ser só mulher / A todo e cada segundo. / Há uma força qualquer / Talvez um amor sem fronteira / E a dor que a vida me der / Não vai por fim à fogueira. / E em todo o brilho da vida / No canto e encanto das almas / Eu vou ser vos renascisda / Porque as marés são mais calmas.

Porque las mareas están más calmas

Hay un motivo cualquiera / Para que yo me yerga de esta nada / Una razón para vivir / En una calle inacabada. / Hay un sentido cualquiera / En mi sentir más profundo / Que es el de ser sólo mujer / En todo y cada segundo. / Hay una fuerza cualquiera / Tal vez un amor sin frontera / Y el dolor que la vida me dé / No va por fin a la hoguera. Y en todo el brillo de la vida / En el canto y encanto de las almas / Yo os voy a ser renacida / Porque las mareas están más calmas.

Contra ventos e marés

Hei-de cantar o meu fado / Pelo mundo lés-a-lés / Coração ao povo dado / Contra ventos e marés. / Só o fado canta saudade / Na sua voz mais sentida / Tembém canta liberdade / De ser gente nesta vida / Cantando às vezes tristeza / Mágoa de sede sem fonte / Foi nos mares da incerteza / Asa febril de horizonte. / Se o fado, se é fado inteiro / Fado antigo ou fado novo / Deste país marinheiro / Canta a alma deste povo / Minha terra que eu nem sei / Ó tanto que tanto és / Ao fado te cantarei / Contra ventos e marés.

Contra vientos y mareas

He de cantar mi fado / De un extremo al otro del mundo / Corazón al pueblo dado / Contra vientos y mareas. / Sólo el fado canta saudade / En su voz más sentida / También canta libertad / De ser gente en esta vida / Cantando a veces tristeza / Pena de sed sin fuente / Fue en los mares de la incerteza / Ala febril del horizonte. / Si el fado, si el fado entero / Fado antiguo o fado nuevo / De este país marinero / Canta el alma de este pueblo / Mi tierra que yo ni conozco / Da tanta y tanta como es / Al fado te cantaré / Contra vientos y mareas.

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