Mariza - Terra (2008)


Terra (2008)

1. Já me deixou / 2. Minh'Alma / 3. Rosa branca / 4. Recurso / 5. Beijo de saudade / 6. Vozes do mar / 7. Fronteira / 8. Alfama / 9. Tasco da Mouraria / 10. Alma de vento / 11. Se eu mandasse nas palavras / 12. As guitarras / 13. Pequenas verdades / 14. Morada aberta 

Já me deixou

A saudade andou comigo / E através do som da minha voz / No seu fado mais antigo / Fez mil versos a falar de nós / Troçou de mim à vontade / Sem ouvir sequer os meus lamentos / E por capricho ou maldade / Correu comigo a cidade / Até há poucos momentos / Já me deixou / Foi-se logo embora / A saudade a quem chamei maldita / Já nos meus olhos não chora / Já nos meus sonhos não grita / Já me deixou / Foi-se logo embora / Minha tristeza chegou ao fim / Já me deixou mesmo agora / Saíu pela porta fora / Ao ver-te voltar para mim / Nem sempre a saudade é triste / Nem sempre a saudade é pranto e dor / Se em paga saudade existe / A saudade não dói tanto amor / Mas enquanto tu não vinhas / Foi tão grande o sofrimento meu / Pois não sabia que tinhas / Em paga ás saudades minhas / Mais saudades do que eu

Ya me dejó

La saudade estuvo conmigo / Y a través del son de mi voz / En su fado más antiguo / Hizo mil versos que hablaban de nosotros / Se burló de mío a su gusto / Sin escuchar siquiera mis lamentos / Y por capricho o maldad / recorrió conmigo la ciudad / Hasta hace pocos momentos / Ya me dejó / Se marchó lejos / La saudade a quien llamé maldita / Ya en mis ojos no llora / Ya en mis sueños no grita / Ya me dejó / Se marchó lejos / Mi tristeza llegó al fin / Ya me ha dejado, ahora mismo / Salió fuera por la puerta / Al verte volver a mí / Ni siempre la saudade es triste / Ni siempre es la saudade llanto y dolor / Si como pago la saudade existe / La saudade no duele tanto, amor / Pero como no venías / Fue tan grande mi sufrimiento / Pues no sabía que tenías / Como pago a mis saudades / Mas saudades que yo

Minh'alma

Alma ai! Minh' Alma / Diz-me quem eu sou / Alma ai! Minh' Alma / Diz-me para onde vou / Lisboa vem namorar-me lá vou eu / Pelas ruas do passado a correr / O meu fado é o futuro mas eu juro / Meu amor / Que namoro o meu passado / Sem lhe dizer para onde vou / Alma ai! Minh' Alma / Diz-me quem eu sou / Alma ai! Minh' Alma / Diz-me para onde vou / Quando saio de ao pé de mim eu sou o mar / Doutras terras, doutras gentes que não vi / O meu canto é o meu sonho não morreu / Meu amor / Meu amor eu sou o povo / Sou mais longe do que eu / Alma ai! Minh' Alma / Diz-me quem eu sou / Alma ai! Minh' Alma / Diz-me para onde vou

Alma mía

¡Alma, ay, mi alma! / Dime quién soy yo / ¡Alma, ay, mi alma! / Dime hacia dónde voy / Lisboa viene a enamorarme y allá voy / Para recorrer las calles del pasado / Y mi fado es el futuro, pero juro / Mi amor / Que enamoro a mi pasado / Sin decirle para dónde voy / ¡Alma, ay, mi alma! / Dime quién soy yo / ¡Alma, ay, mi alma! / Dime hacia dónde voy / Cuando salgo de mí misma yo soy el mar / De otras tierras, de otras gentes que no vi / Mi canto es mi sueño que no murió / Mi amor / Mi amor yo soy el pueblo / estoy más lejos que yo misma / ¡Alma, ay, mi alma! / Dime quién soy yo / ¡Alma, ay, mi alma! / Dime hacia dónde voy

Rosa branca

De rosa ao peito na roda / Eu bailei com quem calhou / Tantas voltas dei bailando / Que a rosa se desfolhou / Quem tem, quem tem / Amor a seu jeito / Colha a rosa branca / Ponha a rosa ao peito / Ó roseira, roseirinha / Roseira do meu jardim / Se de rosas gostas tanto / Porque não gostas de mim?

Rosa blanca 

Con una rosa en el pecho en la pista / Yo bailé con quién tocaba / Tantas vueltas di bailando / Que la rosa se deshojó / Quien tiene, quien tiene / Amor en su ser / Coja la rosa blanca / Ponga la rosa en su pecho / Ay, rosal, rosalito / Rosal de mi jardín / Si te gustan tanto las rosas / ¿Por qué no te gusto yo?

Recurso

Apenas quando as lágrimas me dão / Um sentido mais fundo ao teu segredo / É que eu me sinto puro e me concedo / A graça de escutar o coração / Logo a seguir (porquê?), vem a suspeita / De que em nós os dois tudo é premeditado / E as lágrimas então seguem o fado / De tudo quanto o nosso amor rejeita / Não mais queremos saber do coração / Nem nos importa o que ele nos concede / Regressando, febris, àquela sede / Onde só vale o que os sentidos dão

Negación

Apenas cuando las lágrimas me dan / Un sentido más profundo a tu secreto / Es cuando me siento puro y me concedo / La gracia de escuchar al corazón / Después a continuación (¿por qué?) viene la sospecha / De que en nosotros dos todo es premeditado / Y las lágrimas entonces siguen al fado / De todo cuanto nuestro amor rechaza / No queremos saber más del corazón / Ni nos importa lo que él nos concede / Regresando, febril, a aquella sed / Donde sólo vale lo que los sentidos dan

Beijo de saudade

Ondas sagradas do Tejo / Deixa-me beijar as tuas águas / Deixa-me dar-te um beijo / Um beijo de mágoa / Um beijo de saudade / Para levar ao mar e o mar à minha terra / Nas tuas ondas cristalinas / Deixa-me dar-te um beijo / Na tua boca de menina / Deixa-me dar-te um beijo, óh Tejo / Um beijo de mágoa / Um beijo de saudade / Para levar ao mar e o mar à minha terra / Minha terra é aquela pequenina / É Cabo Verde terra minha / Aquela que no mar parece criança / É filha do oceano / É filha do céu / Terra da minha mãe / Terra dos meus amores

Bêjo di sodadi 

Onda sagrada di Tejo / Dixám'bejábu bô água / Dixám'dábu um beijo / Um bêjo di mágoa / Um bêjo di sodadi / Pá bô levá mar, pá mar leval'nha terra / Na bôs onda cristalina / Dixám'dábu um beijo / Na bô boca di mimina / Dixám'dábu um beijo óh Tejo / Um bêjo di mágoa / Um bêjo di sodadi / Pá bô levá mar, pá mar leval'nha terra / Nha terra ê quêl piquinino / È Cabo Verde, quêl quê di meu / Terra que na mar parcê minino / È fidjo d'oceano / È fidjo di céu / Terra di nha mãe / Terra di nha cretcheu

Beso de saudade 

Olas sagradas del Tajo / Déjame besar tus aguas / Déjame darte un beso / Un beso de tristeza / Un beso de saudade / Para llevarlo el mar y el mar a mi tierra / En tus olas cristalinas / Déjame darte un beso / En tu boca de niña / Déjame darte un beso, oh, Tajo / Un beso de tristeza / Un beso de saudade / Para llevarlo el mar y el mar a mi tierra / MI tierra es aquella pequeñita / Es Cabo Verde mi tierra / Aquella que en el mar parece una criatura / Es hija del océano / Es hija del cielo / Tierra de mi madre / Tierra de mis amores

Vozes do mar

Quando o sol vai caindo sobre as águas / Num nervoso de líqueo de ouro intenso / De onde vem essa voz cheia de mágua / Com que falas à terra ó mar imeso / Ó mar / Tu falas de festins e cavalgadas / De cavaleiros errantes ao luar / Falas de caravelas encantadas / Que dormem em teu seio a soluçar / Tens cantos de epopeias / Tens anseios de amarguras / Tu tens também receios ó mar / Cheio de esperança e magestade / De onde vem essa voz ó mar amigo / Talvez a voz de um Portugal antigo / Chamando por Camões numa saudade / Chamando por Camões numa saudade

Voces del mar 

Cuando el sol va cayendo sobre las aguas / En inquieta neblina de oro intenso / De donde viene esa voz llena de amargura / Con que hablas a la tierra, oh, mar inmenso / Oh, mar / Tu hablas de festines y torneos / De caballeros errantes a la luz de la luna / Hablas de carabelas encantadas / Que duermen en tu seno susurrando / Tienes cantos de epopeyas / Tienes ansias de amarguras / Tú también tienes recelos, oh, mar / lleno de esperanza y majestad / De donde viene esa voz, oh, mar amigo / Tal vez la voz de un Portugal antiguo / Llamando a Camões en una saudade / Llamando a Camões en una saudade

Fronteira

Ah caminhos da fronteira / Porque me haveis de guardar / Além são terras de Espanha / Quem as descobre ao luar / Ah caminhos da fronteira / Porque me haveis de guardar / Oh águas do rio Minho / Porque me haveis de chorar / Todos os moços da raia / Teêm alma p'ra cantar / Oh água do rio Minho / Porque me haveis de chorar / Muralhas do mar formoso / Alevantem-se ao meu lado / Já vejo o mar tenebroso / Por trás do mar azulado / Muralhas do mar formoso / Alevantem-se ao meu lado / Rio Minho é rio norte / Rio Lima é rio sul / Depois o mar continua / Aquela fronteira azul / Rio Minho é rio norte / Rio Lima é rio sul / E tudo é mar tenebroso / Para além do rio Minho / Espanha que o luar banha / E que em meu sonho adivinho / E tudo é mar tenebroso / Para além do rio Minho

Frontera

Ay, caminos de la frontera / ¿Por qué me debéis guardar? / Más allá son tierras de España / Quien las descubre a la luz de la luna / Ay caminos de la frontera / ¿Por qué me debéis guardar? / Oh, aguas del río Miño / ¿Por qué me habéis de llorar? / Todos los mozos de la frontera / Tienen alma para cantar / Oh, aguas del río Miño / ¿Por qué me habéis de llorar? / Murallas del mar hermoso / Álcense a mi lado / Ya veo el mar tenebroso / Detrás del mar azulado / Murallas del mar hermoso / Álcense a mi lado / Río Miño es río norte / Río Lima es río sur / Después el mar continúa / Aquella frontera azul / Río Miño es río norte / Río Lima es río sur / Y todo es mar tenebroso / Más allá del río Miño / España, que la luna baña / Y que en mi sueño adivino / Y todo es mar tenebroso / Más allá del río Miño

Alfama

Quando Lisboa anoitece / Como um veleiro sem velas / Alfama toda parece / Uma casa sem janelas / Aonde o povo arrefece / É numa água furtada / Num espaço roubado à mágoa / Que Alfama fica fechada / Em quatro paredes d'água / Quatro paredes de pranto / Quatro muros de ansiedade / Que à noite fazem o canto / Que se acende na cidade / Fechada em seu desencanto / Alfama cheira a saudade / Alfama não cheira a fado / Cheira a povo, a solidão / Cheira a silêncio magoado / Sabe a tristeza com pão / Alfama não cheira a fado / Mas não tem outra canção

Alfama 

Cuando Lisboa anochece / Como un velero sin velas / Alfama toda parece / Una casa sin ventanas / Donde el pueblo se entristece / Es en una buhardilla / En un espacio robado a la amargura / Donde Alfama se queda cerrada / En cuatro paredes de agua / Cuatro paredes de llanto / Cuatro muros de ansiedad / Que por la noche comienzan un canto / Que se eleva a la ciudad / Encerrada en su desencanto / Alfama huele a saudade / Alfama no huele a fado / Huele a pueblo, a soledad / Huele a silencio herido / Sabe a tristeza con pan / Alfama no huele a fado / Pero no tiene otra canción

Tasco da Mouraria

Cresce a noite pelas ruas de Lisboa / E os meninos como eu foram dormir / Só eu fico com o sonho que já voa / Nesta estranha minha forma de sentir / Deixo o quarto com passinhos de menina / Num silêncio que respeita o mais sagrado / Quando o brilho dos meus olhos na cortina / Se deleitam ao ouvir cantar o fado / Meu amor, vai-te deitar, já é tarde / Diz meu pai sempre que vem perto de mim / Nesse misto de orgulho e de saudade / De quem sente um novo amor no meu jardim / E adormeço nos seus braços de guitarra / Doce embalo que renasce a cada dia / Esse sonho de cantar a madrugada / Que foi berço num tasco da Mouraria

Tasca de Mouraria 

Crece la noche por las calles de Lisboa / Y los niños como yo ya se fueron a dormir / Sólo quedo yo con un sueño que ya vuela / En esta extraña forma mía de sentir / Dejo el cuarto con pasitos de niña / En un silencio que respeta lo más sagrado / Cuando el brillo de mis ojos en la cortina / Se deleitan al oír cantar fado / Amor mío, ve a acostarte, ya es tarde / Dice mi padre siempre que viene cerca de mí / En esa mezcla de orgullo y de saudade / De quien siente un nuevo amor en su jardín / Y me adormezco en sus brazos de guitarra / Dulce acunar que renace cada día / Ese sueño de cantar la madrugada / Que fue cuna en una tasca de Mouraria

Alma de vento

Traz o vento as horas / Em que o amor em mim refez / Entre o medo e as demoras / Os silêncios sem "porquês" / Vão no vento os medos / Que soubeste à minha voz / Guardo ao vento os meus segredos / E a razão de sermos nós / Meu amor / Às ruas da cidade / Canto o amor / Na voz de uma saudade / Que o amor / É um fado sem idade / Vem no vento a chuva / Que se entrega ao meu olhar / Quando a alma em mim se curva / E teima em não querer quebrar / E quando o tempo levar o sal do pranto / Apagando a dor do fim / Escondo-me num fado e canto / Como canta o vento em mim / Meu amor / Às ruas da cidade / Canto amor / Na voz de uma saudade / Quando o amor / É mais que uma ansiedade / É a dor / Dum fado sem idade...

Alma de viento 

Trae el viento las horas / En que el amor en mí se renueva / Entre el miedo y las demoras / Los silencios sin "porqués" / Van en el viento los miedos / Que supiste por mi voz / Guardo al viento mis secretos / Y la razón de que seamos nosotros / Mi amor / A las calles de la ciudad / Canto el amor / En la voz de una saudade / Que el amor / Es un fado sin edad / Viene en el viento la lluvia / Que se entrega a mi mirada / Cuando el alma en mí se curva / Y persiste en no querer quebrarse / Y cuando el tiempo se lleve la sal del llanto / Apagando el dolor del fin / Me escondo en un fado y canto / Como canta el viento en mí / Mi amor / A las calles de la ciudad / Canto el amor / En la voz de una saudade / Que el amor / Es un fado sin edad...

Se eu mandasse nas palavras

Como se eu mandasse nas palabras / Pediram-me que a dor fosse um sorriso / Como se eu mandasse nas palabras / Disseram-me ser louca e ser juízo / Como se eu mandasse nas palabras / Falaram-me que a água era o deserto / Como se eu mandasse nas palabras / Disseram ser o mesmo o longe e o perto / Palabras não são só aquilo que eu oiço / Não peçam que eu lhes ganhe ou não as sinta / Palavras são demais para o que posso / Não queiram que eu as vença ou que lhes minta / Como se eu mandasse nas palabras / Quiseram que trocasse Sol por Lua / Como se eu mandasse nas palabras / Disseram-me que amar-te era ser tua / Como se eu mandasse nas palabras / Quiseram que emendasse o que está escrito / Para quê? Se eu mandasse nas palabras / Daria agora o dito por não dito / Palabras não são só aquilo que oiço / Não peçam que eu lhes ganhe ou que não as sinta / Palavras são demais para o que posso / Não queiram que eus as vença ou que lhe minta

Si yo mandase en las palabras

Como si yo mandase en las palabras / Me pidieron que el dolor fuese una sonrisa / Como si yo mandase en las palabras / Me dijeron que fuese locura y juicio / Como si yo mandase en las palabras / Me dijeron que el agua era desierto / Como si yo mandase en las palabras / Me dijeron que era lo mismo lejos y cerca / Palabras no son sólo aquello que yo escucho / No pidan que yo las conquiste o las sienta / Palabras son demasiado para lo que puedo / No quieran que yo las venza o que les mienta / Como si yo mandase en las palabras / Quisieron que cambiase el sol por luna / Como si yo mandase en las palabras Me dijeron que amarte era ser tuya / Como si yo mandase en las palabras Quisieron que enmendase lo que está escrito / ¿Para qué? Si yo mandase en las palabras / Daría ahora lo dicho por no dicho / Palabras no son sólo aquello que yo escucho / No pidan que yo las conquiste o las sienta / Palabras son demasiado para lo que puedo / No quieran que yo las venza o que les mienta

As guitarras

As guitarras são um dom de Deus / As guitarras dão um som à vida / E as canções que encantam todos os corações / Ficam mais bonitas / As guitarras são amores meus / Sons talhados como pedras finas / E as canções que aquecem todas as paixões / Ficam mais bonitas / Meu amor / Vem sonhar / Que ao som das guitarras / Esquecem-se as guerras / Vai-se a dor / Meu amor / Vem cantar / Junto com as guitarras

Las guitarras 

Las guitarras son un don de Dios / Las guitarras dan un sonido a la vida / Y las canciones que encantan todos los corazones / Quedan más bonitas / las guitarras son mis amores / Sonidos tallados con piedras finas / Y las canciones que calientan todas las pasiones / Quedan más bonitas / Amor mío / Ven a soñar / Que al son de las guitarras / Se olvidan las penas / Se va el dolor / Amor mío / Ven a cantar / Junto a las guitarras

Pequenas verdades

No meu deserto de água / Não havia luz para te olhar / Tive que roubar a lua / Para te poder iluminar / Quando iluminei o teu rosto / Fez-se dia no meu corpo / Enquanto eu te iluminava / Minha alma nascia de novo / São as pequenas verdades / As que guiam o meu caminho / Verdades brancas / Como a manhã / Que abre a janela do nosso destino / Como o teu olhar / Quando tu me olhas / Como a tua lembrança / Depois de partires / É verdade que a sombra do ar me queima / E é verdade que sem ti eu morro de pena / Misteriosa era a tua boca / Misterioso o meu lamento / Mas não sei se o nosso amor de primavera / Foi mentira ou uma paixão verdadeira / Quando a solidão regresse / Cega de amor irei até à morte / As verdades só existem pelos recantos da mente / Essa pequenas verdades que giram o meu caminho

Pequeñas verdades 

En mi desierto de agua / No había luz para mirarte / Tuve que robar la luna / Para poderte iluminar / Cuando iluminé tu rostro / Se hizo día en mi cuerpo / Y mientras yo te iluminaba / Mi alma nacía de nuevo / Son las pequeñas verdades / Las que guían mi camino / Verdades blancas / Como la mañana / Que abre la ventana de nuestro destino / Como tu mirada / Cuando tú me miras / Como tu recuerdo / Después de que partas / Es verdad que la sombra del aire me quema / Y es verdad que sin ti yo muero de pena / Misteriosa era tu boca / Misterioso mi lamento / Pero no sé si nuestro amor de primavera / Fue mentira o una pasión verdadera / Cuando la soledad regrese / Ciega de amor iré hasta la muerte / Las verdades sólo existen por los escondrijos de la muerte / Esas pequeñas verdades que tuercen mi camino

Morada aberta

Diz me rio que conheço / Como não conheco a mim / Quanta magua vai correr / Até o desamor ter fim / Tu nem me ouves lanceiro / Por entre vales e montes / Matando a sede ao salgueiro / Lavando a alma das fontes / Vi o meu amor partir / Num comboio de vaidades / Foi à procura de mundo / No carrossel das cidades / Onde o viver é folgado / E dizem não há solidão / Mas eu no meu descampado / Não tenho essa ilusão / Se eu fosse nuvem branca / E não um farrapo de gente / Vertia-me aguaceiro / Dentro da tua corrente / E assim corria sem dor / Sem de mim querer saber / E como tu nesse rumor / Amava sem me prender / Vem rio que se faz tarde / Para chegares a parte incerta / Espalha por esses montes / Que tenho a morada aberta

Morada aberta 

Dime río que conozco / Como no me conozco ni a mí / Cuanto dolor ha de correr / Hasta que el desamor tenga fin / Tú ni me oyes, lancero / Por entre valles y montes / Matando de sed al sauce / Lavando el alma de las fuentes / Vi a mi amor partir / En un tren de vanidades / Fui en busca del mundo / En el carrusel de las ciudades / Donde el vivir es placentero / Y dicen que no hay soledad / Pero yo en mi descampado / No tengo esa ilusión / Si yo fuese nube blanca / Y no un andrajo de persona / Me vertería como aguacero / Dentro de tu corriente / Y así correr sin dolor / Sin querer saber de mí / Y como tú en ese rumor / Amaría sin atarme / Ven, río, que se hace tarde / Para que llegues a parte insegura / Dispérsate por esos montes / Que tengo la morada abierta

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