Mísia - Drama Box (2005)

Drama Box (2005)
1. Ese Momento / 2. Te Extraño / 3. Fogo Preso / 4. Fogo Preso / 5. Anjo Inútil / 6. Fado Do Lugar-Comun / 7. E Se A Morte Me Despisse / 8. Gaivota Doente / 9. Se O Nosso Mundo Anoiteceu / 10. Cicatrizes / 11. Fado Adivinha II / 12. Coração Agulha / 13. Naranjo en Flor / 14. Los Mareados / 15. Yo Soy María / 16. Fogo Preso
Ese momento
Ese momento, cuando tus pasos / van sonando en la escalera. / me vuelvo loca, mi sangre hierve / y mi pulso se acelera. / Y me imagino la humedad / de tu esperado respirar, / y me estremezco de saber / cómo te voy a conquistar... / Ese momento que considero / tan egoístamente mío. / Ese momento donde se acaban / expresiones y palabras. / Cuando tus manos se depositan / en la fiebre de mi tiempo. / Ese momento yo no creo / que se pueda describir. / Es llanto risa, vida plena, / una forma de morir. / Ese momento te considero / tan egoístamente mío... / Ese momento yo lo espero / siempre y cada atardecer, / miro la puerta, ese espacio, / donde vas a aparecer. / Ese momento te considero / tan egoístamente mío. / Ese momento, cuando tus pasos / van sonando en la escalera. / Me vuelvo loca, mi sangre hierve / y mi pulso se acelera. / Y me imagino la humedad / de tu esperado respirar, / y me estremezco de saber / cómo te voy a conquistar. / Ese momento que considero / tan egoístamente mío... / Ese momento yo lo espero siempre, / y cada atardecer / miro la puerta, ese espacio, / donde vas a aparecer. / Ese momento te considero / tan egoístamente... mío...
Te extraño
Te extraño, / Cuando camino, cuando lloro, cuando rio, / Cuando el sol brilla, cuando hace mucho frio, / Porque te siento como algo muy mío. / Te extraño, / Como los arboles extrañan el otoño, / En esas noches que no concilio el sueño, / No te imaginas amor como te extraño. / Te extraño, / En cada paso que siento solitario, / Cada momento que estoy viviendo a diario, / Estoy muriendo amor porque te extraño. / Te extraño, / Cuando la aurora comienza a dar colores, / Con tus virtudes con todos tus errores, / Por lo que quieras no se pero te extraño.
Fogo preso
Quando
se ateia em nós um fogo preso / O corpo a corpo em que ele vai girando / Faz o
meu corpo arder no teu aceso / E nos calcina e assim nos vai matando / Essa luz
repentina / Até perder alento / E então é quando / A sombra se ilumina / E é
tudo esquecimento / Tão violento e brando / Sacode a luz o nosso ser surpreso /
E devastados nós vamos a seu mando / Nessa prisão o mundo perde o peso / E em
fogo preso à noite as chamas vão pairando / E vãose libertando / Fogo e
contentamento / A revoar num bando / De beijos tão sem tento / Que não sabemos
quando / São fogo, ou água, ou vento / A revoar num bando / De beijos tão sem
tento / Que perdem o comando / Do próprio esquecimento
Fuego artificial
Cuando se nos enciende un fuego artificial / El cuerpo a cuerpo en el que va girando / Hace que en tu fulgor arda mi cuerpo / Nos calcina, y así nos va matando / Esa luz repentina / Quedamos sin aliento / Y justo entonces / La sombra se ilumina / Y ya todo es olvido / Tan dulce y tan violento / La luz agita nuestro ser perplejo / Y somos devastados por sus órdenes / En tal prisión pierde su peso el mundo / Y las llamas se vuelven fuego artificial / Y se van liberando / El fuego y el contento / Revolando en un bando / De besos tan sin tiento / Que no sabemos cuándo / Son fuego, o agua, o viento / Revolando en un bando / De besos tan sin tiento / Que pierden el control / Del propio aturdimiento
Anjo inútil
Passou um anjo de rastos / Na
selva da minha vida / O sangue dele nos cardos / Ainda hoje tem vida / Deixou
as asas na febre / De me levar mais além / Por esse amor que me têve / Ameio-o
como a ninguém
Ángel inútil
Un ángel pasó rastrero / Por la selva de mi vida / Y sangre suya en los cardos / Todavía hoy tiene vida / Las alas dejó en la fiebre / De llevarme más allá / Por ese amor que me tuvo / Yo como a nadie lo amé
Fado
do lugar-comum
Vida
amarga a que passei / De infortúnios sem história / Governou-a a dura lei /
Vida amarga a que passei / Do amor e da desmemória / Tristes palavras ao vento
/ Fui deitando devagar / Sabiam ao meu lamento / Tristes palavras ao vento /
Eram meu jogo de azar / Tenho os olhos rasos de água / E em tanta melancolia /
Como flor feita da mágoa / Tenho os olhos rasos de água / Nos limos da maresia
/ A chorar mal reconheço / O coração tão estranho / Assim virado do avesso / A
chorar mal reconheço / A voz com que o acompanho / Meu pobre contentamento / Meus
nervos então arrase / Ao ver momento a momento / Meu pobre contentamento / Ter
falhado, estando quase / Ah, fado, és lugar-comum / Sustentas-me o coração /
Sem lhe fazer bem nenhum / Ah, fado, és lugar-comum / E pura contradição
Fado del lugar común
¡Qué
vida amarga pasé / De infortunios sin historia! / La rigió una dura ley / ¡Qué
vida amarga pasé / De amor y de desmemoria! / Tristes palabras al viento / Fui
dejando sin cesar / Sabían a mi lamento / Tristes palabras al viento / Eran mi
juego de azar / Mis ojos rebosan de agua / Y en tanta melancolía / Como flor
hecha de pena / Mis ojos rebosan de agua / Al bajar la marejada / Al llorar mal
reconozco / El corazón tan extraño / Así, vuelto al otro lado / Al llorar mal
reconozco / La voz con que lo acompaño / Y que mi pobre contento / Mis nervios
un día arrase / Al ver momento a momento / Que ese mi pobre contento / Ha
fallado, estando a punto / Fado, eres lugar común / Sustentas mi corazón / Sin
hacerle ningún bien / Fado, eres lugar común / Y pura contradicción
E
se a morte me despisse
Andam
palavras na noite / Cansadas de me chamar / Trago os meus lábios salgados / E
algas no paladar / Aberta a porta selada / Sou pensada já não penso / Se a musa
fica calada / Como dizer o silêncio / Inúteis os meus anéis / Já os troquei por
poemas / Se hão de perder-se os papéis / Voam com as minhas penas / Só sei que
neste destino / Vou atrás do que não sei / E já me sinto cansada / Dos passos
que nunca dei / Ficou entre nós o tempo / Que fica uma andorinha / Deu-nos essa
primavera / Porque deu tudo o que tinha / Ficou a morte caida / Antes do tempo
no chão / E uma estatua dividida / Pela linha do coração / Há dias em que sou
monja / Há outros em que sou fêmea / E embruxada na fogueira / Do amor ponho
mais lenha / Como se eu já existisse / Antes do sol e da lua / E se a morte me
despisse / E eu não me sentisse nua / Quando me derem por morta / Lágrimas nem
uma pinga / Um trevo de quatro folhas / Tenho debaixo da língua / E nada de
biografia / Senão a da lua nova / O que escreverem um dia / Os astros na minha
cova
Si la muerte me desnudase
Hay
palabras en la noche / Cansadas de andar llamándome / Tengo los labios salados
/ Y algas en el paladar / La puerta sellada abierta / Soy pensada, ya no pienso
/ Si está callada la musa / Cómo decir el silencio / Inútiles mis anillos / Ya
los cambié por poemas / De perderse los papeles / Que se vuelen con mis penas /
Sólo sé que en mi destino / Voy tras de lo que no sé / Y ya me siento cansada /
De pasos que nunca di / Quedó el tiempo entre nosotros / Que queda una golondrina
/ Nos dio aquella primavera / Porque era cuanto tenía / Quedó la muerte caída /
Antes de tiempo en el suelo / Y una estatua, por la línea / Del corazón
dividida / Hay días en que soy monja / Y hay otros en que soy hembra /
Embrujada, y en la hoguera / Del amor pongo más leña / Como si yo ya existiese
/ Antes que el sol y la luna / Y al desnudarme la muerte / No me sintiese
desnuda / Cuando ya me den por muerta / No quiero ver ni una lágrima / Un
trébol de cuatro hojas / Escondo bajo la lengua / Y sin más biografía / Que
cuando es nueva la luna: / Lo que escriban algún día / Las estrellas en mi
tumba
Gaivota
doente
Perguntei ao mar salgado / Pela gaivota doente / Por seu voo
desenhado / À crista da ondas rente / Seu bico tocava a espuma / E nas asas
transportava / Branco estilhaço de bruma / Que à luz do sol faiscava / Viveu na
rosa dos ventos / Nos halos da maresia / E
entre os algodões cinzentos / Das nuvens quando as havia / Mas o mar já não a
expela / Não vem mais à maré vaza / Nem às nuvens aparéela / Nem o vento é sua
casa / Digo ao mar salgado assim: / Nuncamais ninguém a viu / Nem voa dentro de
mim / Porque o meu amor partiu
Gaviota enferma
Le pregunté al mar salado / Por una gaviota enferma / Por su vuelo delineado / En la cresta de las olas / Rozaba el pico la espuma / Y en las alas transportaba / Blancas astillas de bruma / Que a la luz del sol brillaban / En la rosa de los vientos / Vivió, y en la marejada / Y entre grises algodones / De las nubes, cuando había / Mas ya el mar no la refleja / Ni vuelve en marea baja / Ni las nubes apareja / Ni el viento es ahora su casa / Digo al mar salado así: / Nunca nadie más la vio / Ni vuela dentro de mí / Porque mi amor se marchó
Se
o nosso mundo anoiteceu
Se
o nosso mundo anoiteceu / Pergunto às portas fechadas / Por tudo o que se
perdeu / No silêncio das horas caladas / Às sombras que me rodeiam / Respondem
palavras distantes / Vozes mudas que incendeiam / Mágoa e água dos instantes /
Vivemos nessa ilusão / Marés de um mar invisível / Anoiteceu a solidão / Noite
cega e impossível / Lágrimas e horas são segredos / Fomos um país que morreu /
Ondas mortas nos rochedos / Se o nosso mundo anoiteceu
Si anocheció nuestro mundo
Si
anocheció nuestro mundo / Pregunto a las puertas cerradas / Por todo lo que se
perdió / En el silencio de las horas calladas / Las sombras que me rodean /
Responden palabras distantes / Voces mudas que incendian / Pena y agua de los
instantes / En esa ilusión vivimos / Mareas de un mar invisible / Anocheció en
la soledad / Noche ciega e imposible / Lágrimas y horas son secretos / Fuimos
un país que murió / Olas muertas en las rocas / Si nuestro mundo anocheció
Cicatrizes
Na
pele, na alma e fundo nas entrañas / Marcou-me a vida com as suas garras / E
deixou-me à mercê das suas manhas / Com mordaças algemas e amarras / Com erros
e acertos e verdade / E lágrimas e risos e cantigas / Fui provando o sabor da
liberdade / Contrapondo poemas a intrigas / Porque a alma era branca em seus
matizes / Porque a pele era branda em seu veludo / Guardei como trofeus as
cicatrizes / De pôr as mãos em lama em fogo em tudo / Teus beijos a molhar cada
rasgão / Ao menos que refresquem seus sinais: / As marcas da que fui 'inda lá
estão / Mas cicatrizam bem, não sofro mais
Cicatrices
En
la piel, en el alma, en las entrañas / La vida me ha marcado con sus garras / Y
a merced me ha dejado de sus mañas / Con mordazas, con grillos, con amarras /
Con errores y aciertos y verdad / Y lágrimas y risas y canciones / Fui probando
el sabor a libertad / Y a intrigas contrapuse mis poemas / Porque el alma era
blanca en sus matices / Y la piel era suave terciopelo / Cual trofeos guardé
las cicatrices / En mis manos de filos y de fuegos / Al mojar con tus besos
cada tajo / Que refresquen al menos sus señales: / Marcas de la que fui siguen
quedando / Mas cicatrizan bien, y ya no sufro
Fado adivinha II
Quem
se dá quem se recusa / Quem procura quem alcanza / Quem defende quem acusa /
Quem se gasta quem descansa / Quem faz nós quem os desata / Quem morre quem
resucita / Quem dá a vida quem mata / Quem duvida e acredita / Quem afirma quem
desdiz / Quem se arrepende quem não / Quem é feliz infeliz / Quem é quem é
coração
Fado adivina II
Quién se entrega quién se niega / Quién busca quién lo consigue / Quién defiende quién acusa / Quién se agota quién descansa / Quién anuda quién desata / Quién muere quién resucita / Quién da la vida quién mata / Quién tiene dudas quién cree / Quién afirma quién desmiente / Quién se arrepiente quién no / Quién es feliz infeliz / Quién es quién es corazón
Coração agulha
Deverias ter sido tu / Com esse
coração agulha / A vazar os olhos / De quem o bem te fez / Deverias ter sido tu
/ Com esses pés de ninguém / Que de esmagar / Só não esmagam uma uva / Deverias
ter sido tu / Que me chamavas poço / E vir abeirar-me / Com a tua paixão de
nunca cair / Deverias ter sido tu / Com esse copo na mão / E cheio de sorrisos
/ A brindar às camas seguintes / Deverias ter sido tu, sim / E estar aqui
comigo / Com estas mãos no rosto / E as minhas lágrimas sem doerem um pouco
Coração aguja
Deberías haber sido tú / Con ese corazón aguja / De vaciar los ojos / De aquel que te hace bien / Deberías haber sido tú / Con esos pies de nadie / Que al aplastar / Sólo no aplastan una uva / Deberías haber sido tú / Que me llamabas pozo / Y asomarme / Con tu pasión de nunca caer / Deberías haber sido tú / Con ese vaso en la mano / Y lleno de sonrisas / Que brindar en las siguientes camas / Deberías haber sido tú, sí / Y estar aquí conmigo / Con estas manos en la cara / Y mis lágrimas sin doler un poco
Naranjo en flor
Era más blanda que el agua, / que el agua blanda, / era
más fresca que el rio, / naranjo en flor... /
Y en esa calle de estío, / calle
perdida, / dejo un pedazo de vida / y
se marchó... / Primero hay que
saber sufrir, / después amar, después partir / y
al fin andar sin pensamientos... /
perfume de naranjo en flor, / promesas
vanas de un amor / que se escaparon en el viento... / Después,
qué importa el después? / toda mi vida es el ayer / que
me detiene en el pasado, / eterna y vieja juventud / que
me ha dejado acobardado / como un pájaro sin luz. / Que
le habrán hecho mis manos? / que le habrán hecho /
para dejarme en el pecho / tanto
dolor? / Dolor de vieja arboleda, / canción
de espina / con un pedazo de vida, / naranjo
en flor...
Los mareados
Rara/ Como
encendida/ Te halle bebiendo/ Linda y fatal./ Bebías/ Y en el fragor del champagne/ Loca reías/ Por no
llorar./ Pena/ Me dio
encontrarte/ Pues al mirarte/ Yo vi
brillar tus ojos/ Con un eléctrico ardor/ Tus bellos ojos que tanto adore./ Esta noche/ Amiga mía/ El alcohol nos ha embriagado/ Que me importa que se rían/ Y nos llamen los mareados/ Cada cual tiene sus penas/ Y nosotros las tenemos/ Esta noche beberemos/ Porque ya no volveremos/ A vernos más./ Hoy vas a
entrar en mi pasado/ En el pasado de mi vida/ Tres cosas lleva el alma herida/ Amor, pesar, dolor. / Hoy vas a entrar en mi
pasado/ Hoy nuevas sendas tomaremos/ Que grande ha sido nuestro amor / Y sin embargo, ay, mira lo que quedo.
Yo soy María
Yo soy María / De Buenos Aires / De Buenos Aires María,
¿no ven quién soy yo? / María Tango, María del arrabal, / María noche, María
pasión fatal, / María del amor de / ¡Buenos Aires soy yo! / Yo soy María / De
Buenos Aires / Si en este barrio la gente pregunta quién soy, / Pronto muy bien
lo sabrán / Las hembras que me envidiarán, / Y cada macho a mis pies / Como un
ratón / En mi trampa ha de caer. / Yo soy María / De Buenos Aires / ¡Soy la más
bruja cantando y amando también! / Si el bandoneón me provoca... tiará, tatá! /
Le muerdo fuerte la boca... tiará, tatá! / Con diez espasmos en flor que yo
tengo en mi ser. / Siempre me digo / ¡Dale María! / Cuando un misterio me viene
trepando la voz, / Y canto un tango que jamás nadie cantó / Y sueño un sueño
que nadie jamás soñó: / Porque el mañana es hoy / Con el ayer después, ¡che! / Yo
soy María / De Buenos Aires / De Buenos Aires María, ¡yo soy mi ciudad! / María
Tango, María del arrabal, / María noche, María pasión fatal, / María del amor
de / ¡Buenos Aires soy yo! /
Fuego artificial
Cuando se nos enciende un fuego artificial / El cuerpo a cuerpo en el que va girando / Hace que en tu fulgor arda mi cuerpo / Nos calcina, y así nos va matando / Esa luz repentina / Quedamos sin aliento / Y justo entonces / La sombra se ilumina / Y ya todo es olvido / Tan dulce y tan violento / La luz agita nuestro ser perplejo / Y somos devastados por sus órdenes / En tal prisión pierde su peso el mundo / Y las llamas se vuelven fuego artificial / Y se van liberando / El fuego y el contento / Revolando en un bando / De besos tan sin tiento / Que no sabemos cuándo / Son fuego, o agua, o viento / Revolando en un bando / De besos tan sin tiento / Que pierden el control / Del propio aturdimiento