Mísia - Ruas (2009)

Ruas (2009)

Disc1: Lisboarium - 1. Que Fazes Aí, Lisboa / 2. Joana Rosa / 3. Conjugar Lisboa / 4. Venho De Longe Lisboa / 5. Fado Da Rua Da Bica / 6. Rapsódia Dos 3 Poetas / 7. Fado De Santa Catarina / 8. É Noite Na Mouraria / 9. Fado Inventaire / 10. Lisboa Não Sejas Francesa (Extrait) / 11. Autopsicografia / 12. Um Raio De Luz Ardente / 13. Canção De Lisboa

Disc 2: Tourists​ - 1. Biraz Kül Biraz Duman / 2. Hurt / 3. Fallaste Corazón / 4. Mi Sono Innamorata Di Te / 5. Pour Ne Pas Vivre Seul / 6. Como El Agua / 7. Era De Maggio / 8. Love Will Tear Us Appart / 9. Aishuh Hatoba / 10. Attendez Que Ma Joie Revienne / 11. Rosa Dos Ventos

Lisboarium

Tourists

Que fazes aí, Lisboa

Que fazes aí, Lisboa / De olhos fincados no rio / Os olhos não são amarras / Para prender o navio / O barco que ontem partiu / Partiu e não volta mais / Chora lágrimas de pedra / Em cada esquina do cais / Lisboa, velha Lisboa / Mãe pobre á beira do rio / Seja o xaile dos meus ombros / Agasalho do teu frio

Qué haces ahí, Lisboa 

Qué haces ahí, Lisboa / Con los ojos clavados en el río / Lo ojos no son amarras / Para sujetar el navío / El barco que ayer partió / Partió y no vuelve más / Llora lágrimas de piedra / En cada esquina del muelle / Lisboa, vieja Lisboa / Madre pobre a la vera del río / Que sea el chal de mis hombros / Consuelo para tu frío

Joana Rosa

Joana Rosa, obi di mar / Tchomal pa el, lá di cidadi / M´ton resolviiébai / Pa torna volta, num dia bonito / Ti felicidadi / Ba pa Lisboa, adeus jam´bai / M´tem irmons, família pa tudo lado / Poço di negro, bairro di sorti / Mala na mon perdida lá na mundo / Cais di sodré sardinha bibu / Quem crê, quem crê / Pode escondjê / Rabidanti na cidadi / Boca modjado, soriso aberto de ingenuidadi / Ba pa Lisboa, Adeus ´jam´bai / M´tem irmons, família pa tudo lado / Entristecê, m´chora m´bebê / Longi di terra, m´fica co sodadi...

Joana Rosa

Joana Rosa, ouviu o mar / Chamar por ela, lá da cidade / E resolveu então partir / Para voltar, num lindo dia / Á felicidade / Foi para Lisboa, adeus cá vou / Tenho irmãos, família em toda parte / Poço dos Negros, Bairro da Sorte / Mala na mão, perdida na cidade / Cais do Sodré, sardinha "biba" / Quem quer, quem quer / Pode escolher / Canto pregão pela cidade / Boca tão fresca, sorriso aberto de ingenuidade / Foi para Lisboa, adeus ´cá vou / Tenho irmãos, família em toda a parte / Entristeceu, chorou, bebeu / Longe da terra ficou com a saudade...

Joana Rosa

Joana Rosa escuchó el mar / Que la llamaba desde la ciudad / Y decidió entonces partir / Para volver en un lindo día / A la felicidad / Fue hacia Lisboa, adiós, voy allá / Tengo hermanos, familia en todas partes / Pozo de los Negros, Barrio de la Suerte / maleta en la mano, perdida en la ciudad / Cais de Sodré, sardina "biba" / Quién quiere, quién quiere / Se puede escoger / Canto de pregón por la ciudad / Boca tan fresca, sonrisa abierta por la ingenuidad / Fue hacia Lisboa, adiós, voy allá / Tengo hermanos, familia en todas partes / Se entristeció, lloró, bebió / Lejos de la tierra se quedó con la saudade...

Conjugar Lisboa

Nesta Lisboa princesa / Filha estrela da mãe d'água / Alfama minha tristeza / Chafarizo a minha mágoa / Bato sonhos em Castelo / No Desterro do cansaço / Com Pontinhas de cabelo / No Terreiro onde passo / Restelos do que vivi / Bem ficam noutras Mercês / Quando Rossio por ti / Portelo Cais de Sodrés / Mas quando tu me Xabregas / Não me deixo Saldanhar / Só te Tejo se navegas / Nas ondas do Lumiar / E porque Politeamo / Picoas cada vez mais / À janela me Moiramo / A ver se és tu que Olivais / Eu Areeiro, tu Chelas / Se ela Parque, Amoreiras / Mas se Intendente dou por ela / Que Marvila, tu Telheiras / Ando a conjugar Lisboa / A ver se o Salitre passa / Pois nada nos Madragoa / Se é feito com ar de Graça

Conjugar Lisboa

En esta Lisboa princesa / Hija estrella de la madre del agua / Alfama mi tristeza / Chafarizo mi pena / Bato sueños en Castelo / En el Desterro del cansancio / Con Pontinhas de cabello / Por el Terreiro donde paso / Restelos de lo que viví / Bien quedan en otras Mercês / Cuando Rossio por ti / El portal es Cais de Sodrés / Pero cuando tú me Xabregas / No me dejo Saldanhar / Sólo te Tejo si navegas / En las olas de Lumiar / Y porque Politeamo / Picoas cada vez más / A la ventana me Moiramo / A ver si es tú quien Olivais / Yo Areeiro, tú Chelas / Si ella Parque, Amoreiras / Pero si Intendente doy por ella / Qué Marvila, tú Telheiras / Estoy conjugando Lisboa / A ver si el Salitre pasa / Pues nada nos Madragoa / Si está hecho con aire de Graça

Venho de longe, Lisboa

Venho a ti de mãos abertas / Como se fossem de espanto / Trago a chama dos poetas / Sob uma vela de pranto / Venho a ti de mãos fechadas / Como se fossem de bruma / Trago a flor das madrugadas / Nos meus cabelos de espuma / Venho de longe, Lisboa / Desaguar no teu regaço / O meu corpo de canoa / Amortalhado de espaço / Venho de longe, Lisboa / Agasalhar no teu cais / O meu corpo de falua / Despido nos temporais / Venho a ti de mãos vazias / Perdi sonhos no caminho / Quero pousar os meus dias / No teu vestido de linho / Venho a ti de pés descalços / Como se fossem de vento / Sou a sombra de dois braços / Na loja do esquecimento / Só tu sabes o meu nome / Por isso a ti me confio / Com fados mata-me a fome / Com penas tira-me o frio / Quero voar no teu sono / Como a gaivota no rio / Que viveu por não ter dono / Que morreu por desafio

Vengo de lejos, Lisboa

Vengo a ti con las manos abiertas / Como si fuesen de espanto / Traigo la llama de los poetas / Bajo una vela de llanto / Vengo a ti con las manos cerradas / Como si fuesen de bruma / Traigo la flor de las madrugadas / En mis cabellos de espuma / Vengo de lejos, Lisboa / A desaguar en tu regazo / Mi cuerpo de canoa / Amortajado de espacio / Vengo de lejos, Lisboa / A abrigarme en tu puerto / Mi cuerpo de falúa / Desnudo en los temporales / Vengo a ti de manos vacías / Perdí sueños en el camino / Quiero posar mis días / En tu vestido de lino / Vengo a ti con pies descalzos / Como si fuesen de viento / Soy la sombra de dos brazos / En la tienda del olvido / Sólo tú sabes mi nombre / Por eso a ti me confío / Con fados mátame el hambre / Con penas quítame el frío / Quiero volar en tu sueño / Como la gaviota en el río / Que vivió por no tener dueño / Que murió por desafío

Fado da Rua da Bica

Tenho a pele branca de Lisboa / E o cabelo curto duma noite feliz / Mas os seios cal, parede de minha casa / Já não sentem teu corpo encostar-se / Pra receber o calor da manhã / Deste longo e impossível inverno / Teus braços longos e desertos / Como domingos nas avenidas novas / Ja não cruzam a estreita rua dos meus / Tua boca faz doerem-me os versos / Que tua e minha língua não sentem / Que a minha língua canta para os outros / E se o mundo fosses tu, meu amor / Inventava uma alegria qualquer / Se ele fosse teu rosto nas minhas pernas / Não amava só o exilio onde moro / Mas teus olhos são o céu de Lisboa / No fim da tarde calma no miradouro / Já não te atreves sobre o meu corpo / Como pardais nas amuradas do castelo / Já não atiras com toda a tua vida / Da ponte abaixo para o Tejo que eu sou / Teus olhos estão cegos de azul / Para tudo aquilo que nos ja fomos / Nunca mais desceste a Rua da Bica / Pedalando atrás deste coração / Pedalando atrás desta minha vontade / Que duvidaste ser a minha tua / Tão triste não esfolares os joelhos / P'lo meu pescoço e colo abaixo / Tenho a pele branca de Lisboa / E o cabelo curto de uma noite feliz

Fado da Rua da Bica

Tengo la piel blanca de Lisboa / Y el cabello corto de una noche feliz / Pero los pechos de cal, pared de mi casa / Ya no sienten tu cuerpo apoyarse / Para sentir el calor de la mañana / De este largo e imposible invierno / Tus brazos largos y desiertos / Como domingos en las avenidas nuevas / Ya no cruzan la estrecha calle de los míos / Tu boca hace que me duelan los versos / Que tu lengua y la mía no sienten / Que mi lengua canta para los otros / Y si el mundo fueses tú, mi amor / Me inventaría cualquier alegría / Si él fuese tu rostro en mis piernas / No amaría sólo el exilio en el que vivo / Pero tus ojos son el cielo de Lisboa / Al final de la tarde serena en el mirador / Ya no te atreves sobre mi cuerpo / Como gorriones en las murallas del castillo / Ya no te abalanzas con toda tu vida / Del puente hacia abajo a ese Tajo que soy yo / Tus ojos están ciegos de azul / Para todo aquello que fuimos / Nunca más bajaste la Rua da Bica / Pedaleando detrás de este corazón / Pedaleando detrás de este deseo mío / Que dudaste que fuese mío y tuyo / Tan triste en los arañazos de las rodillas / Por mi garganta y por mi cuello hacia abajo / Tengo la piel blanca de Lisboa / Y el cabello corto de una noche feliz

Rapsódia dos 3 poetas

Levo ao ombro as esquinas / Trago varandas no peito / E as pedras pequeninas / São a cama onde me deito / Andava a lua nos céus / Como o seu bando de estrelas / Pelo chão em desalinho / Vinha longe a madrugada / Os veludos pareciam / Ondas de sangue e de vinho / Um pouco mais de sol eu era brasa / Um pouco mais de azul eu era além / Para atingir, faltou-me um golpe d'asa / Se ao menos eu permanecesse aquém... / Volteiam dentro de mim / Milagres uivos castelos / Altas torres de marfim / Volteiam dentro de mim / Forças de luz pesadelos / Chamaste-me tua vida / Eu a alma quero ser / A vida acaba na morte / Alma não pode morrer

Rapsodia de los 3 poetas

Llevo a los hombros las esquinas / Traigo balcones en el pecho / Y las piedras pequeñitas / Son la cama donde me acuesto / Estaba la luna en los cielos / Con su pandilla de estrellas / Por el suelo en desorden / Venía de lejos la madrugada / Los terciopelos parecían / Olas de sangre y de vino / Un poco más de sol y requemaba / Un poco más de azul y estaba lejos / Para llegar, me faltó un golpe de ala / Si al menos yo permaneciese de este lado... / Se revuelven en mi interior / Milagros, aullidos, castillos / Altas torres de marfil / Se revuelven en mi interior / Fuerzas de luz, pesadillas / Me llamaste tu vida / Yo el alma quiero ser / La vida acaba en la muerte / El alma no puede morir

Fado de Santa Catarina

Quero a luz leve e vibrante / De Lisboa ribeirinha / Fazer menos vida errante / Ter uma casa bem minha / Casa antigua, casa nova / Mas de traça pombalina / Meu corção posto à prova / Junto a Santa Catarina / Ver do alto o rio, espelho / Que a certas horas revela / Algum quadro de Botelho / A entrar-me pela janela / Durante o dia divide-a / Fronteira de sombra e luz / Marcada por uma orquidea / Que num copo de água pus / E se à noite tem perfume / Que as rosas rubras lhe dão / A lua dá-lhe um volume / Musical de solidão / Não é preciso mais nada / Sobre a mesa pão e vinho / A porta fica encostada / Empurra-a devagarinho

Fado de Santa Catarina

Quiero la luz leve y vibrante / De la Lisboa costera / Hacer menos vida errante / Tener una casa muy mía / Casa antigua, casa nueva / Pero de estilo pombalino / Mi corazón puesto a prueba / Junto a Santa Catarina / Ver desde lo alto el río, espejo / Que a ciertas horas muestra / Algún cuadro de Botelho / Entrándome por la ventana / Durante el día la divide / Frontera de sombra y luz / Marcada por una orquídea / Que en un vaso de agua puse / Y si por la noche tiene perfume / Que las rosas rojas le dan / La luna le da una forma / Musical de soledad / No es preciso nada más / Sobre la mesa pan y vino / La puerta queda entornada / Empújala despacito

É noite na Mouraria

Uma guitarra baixinho / Numa viela sombria / Derrama um fado velhinho / É noite na Mouraria / Apita um barco no Tejo / Na rua passa um rufia / Em cada boca há um beijo / É noite na Mouraria / Tudo é fado, tudo é vida / Tudo é amor sem guarida / Dor, sentimento, alegria / Tudo é fado, tudo é sorte / Retalhos de vida e morte / É noite na Mouraria / Cai o luar na viela / Perdida a saudade ao vento / No céu queima-se uma estrela / Na ruela há um lamento / Lamento de amor que é fado / Dando ao pensar nostalgia / O tempo passa apressado / É noite na Mouraria

Es de noche en Mouraria

Una guitarra bajito / En un callón sombrío / Derrama un fado viejecito / Es de noche en Mouraria / Silba un barco en el Tajo / Por una calle pasa un rufián / En cada boca hay un beso / Es de noche en Mouraria / Todo es fado, todo es vida / Todo es amor sin guarida / Dolor, sentimiento, alegría / Todo es fado, todo es suerte / Retazos de vida y muerte / Es de noche en Mouraria / La luz de la luna cae en el callejón / La saudade perdida al viento / En el cielo se quema una estrella / En la callejuela un lamento / Lamento de amor que es fado / Dando pensamientos de nostalgia / El tiempo pasa apresurado / Es de noche en Mouaria

Lisboa não sejas francesa

Lisboa não sejas francesa / Com toda a certeza não vais ser feliz / Lisboa, que ideia daninha / Vaidosa alfacinha, casar com Paris / Lisboa, tens cá namorados / Que dizem, coitados, com alma na voz / Lisboa não sejas francesa / Tu és portuguesa, tu és só p'ra nós

Lisboa, no seas francesa 

Lisboa, no seas francesa / Con toda certeza no vas a ser feliz / Lisboa, que idea maliciosa / Vanidosa alfacinha, casarte con París / Lisboa, tienes aquí enamorados / Que dicen, pobrecitos, con el alma en la voz / Lisboa, no seas francesa / Tú eres portuguesa, tú eres sólo para nosotros

Autopsicografia

O poeta é um fingidor / Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente / E os que lêem o que escreve / Na dor lida sentem bem / Não as duas que ele teve / Mas só a que eles não têm / E assim nas calhas de roda / Gira, a entreter a razão / Esse comboio de corda / Que se chama coração

Autopsicografía 

El poeta es un fingidor / Finge tan completamente / Que llega a fingir que es dolor / El dolor que de veras siente / Y los que leen lo que escribe / En el dolor leído perciben bien / No los dos que él tuvo / Si no sólo el que ellos no tienen / Y así en los raíles / Gira para entretener la razón / Ese tren de cuerda / Que se llama corazón

Um raio de luz ardente

És um raio de luz / Na minha vida / Um pequeno e bom raio de luz / Na minha vida / E essa luz clara e branca que tens / É que ilumina / Todos os passos que me levam até ti / És mais quente que o sol / Quando amanhece / Brilhas mais do que as estrelas do céu / Quando anoitece / E esse raio de luz que tu és / Nunca se esquece / De iluminar cada momento para mim / Abraçar-te por fim / Por muitos anos / Devolvendo à realidade o que sonhámos / Desejava dedicar-me assim / Por muitos anos / E nunca mais renunciar a este amor / Deixa-me ser como tu / Um raio de luz ardente / Deixa-me ser como tu és / Luz e Amor somente / Eu queria ser como tu / E abraçar-te contente / Numa só esfera de luz / Eternamente presente

Un rayo de luz ardiente

Eres un rayo de luz / En mi vida / Un pequeño y buen rayo de luz / En mi vida / Y esa luz clara y blanca que tienes / Es la que ilumina / Todos los pasos que me llevan hasta ti / Eres más caliente que el sol / Cuando amanece / Brillas más que las estrellas del cielo / Cuando anochece / Y ese rayo de luz que tú eres / Nunca se olvida / De iluminar cada momento para mí / Abrazarte por fin / Por muchos años / Devolviendo a la realidad lo que soñamos / Desearía dedicarme así / Por muchos años / Y no renunciar nunca más a este amor / Déjame ser como tú / Un rayo de luz ardiente / Déjame ser como tú eres / Luz y amor solamente / Yo quería ser como tú / Y abrazarte contenta / En una sola esfera de luz / Eternamente presente

Canção de Lisboa

Vejo do cais mil janelas / Da minha velha Lisboa / Vejo Alfama das vielas / O Castelo, a Madragoa / E os meus olhos rasos de água / Deixam por toda a cidade / A minha prece de mágoa / Nesta canção de saudade: / Quando eu partir / Reza por mim Lisboa / Que eu vou sentir Lisboa / Penas sem fim Lisboa / Saudade atroz / Que o coração magoa / E a minha voz entoa / Feita canção Lisboa / E se ao voltar / Me vires chorar, perdoa / Que eu abra a porta à tristeza / Para depois rir à toa / Tenho a certeza / Que ao ver as ruas / Tal qual hoje as vejo / Nesse teu ar de rainha do Tejo / Hei-de beijar-te Lisboa / Hei-de beijar com ternura / As tuas sete colinas / E vou andar à procura / De mim p'las esquinas / E tu Lisboa / Hás-de vir aqui ao cais / Como agora / P'ra eu te dizer a rir / O que hoje minha alma chora

Canción de Lisboa

Veo desde el puerto mil ventanas / De mi vieja Lisboa / Veo Alfama de las callejuelas / El Castillo, Madragoa / Y mis ojos inundados de agua / Dejan por toda la ciudad / Mi súplica de amargura / En esta canción de saudade: / Cuando me marche / Reza por mí, Lisboa / Que yo voy a sentir, Lisboa / Penas sin fin, Lisboa / Saudade atroz / Que hiere el corazón / Y que mi voz entona / Hecha canción, Lisboa / Y si al volver / Me vieras llorar, perdona / Que yo le abra la puerta a la tristeza / Para después reír como una loca / Tengo la certeza / De que al ver las calles / Tal como hoy las veo / En ese aire tuyo de reina del Tajo / Habré de besarte, Lisboa / Habré de besar con ternura / Tus siete colinas / E iré en busca / De mí por las esquinas / Y tú, Lisboa / Vendrás aquí, al puerto / Como ahora / Para que yo te diga riendo / Lo que hoy mi alma llora

1. Biraz Kül Biraz Duman (Texto en turco)
​2. Hurt (Texto en inglés)
3.Fallaste Corazón (Texto en castellano)
​4. Mi Sono Innamorata Di Te (Texto en italiano)
​5. Pour Ne Pas Vivre Seul (texto en francés)
​6. Como El Agua (Texto en castellano)
7. Era De Maggio (Texto en napolitano)
​8.Love Will Tear Us Appart (Texto en inglés)
​9. Aishuh Hatoba (Texto en japonés)
​10. Attendez Que Ma Joie Revienne (Texto en francés)

Rosa dos ventos

E do amor gritou-se o escândalo / Do medo criou-se o trágico / No rosto pintou-se o pálido / E não rolou uma lágrima / Nem uma lástima para socorrer / E na gente deu o hábito / De caminhar pelas trevas / De murmurar entre as pregas / De tirar leite das pedras / De ver o tempo correr / Mas sob o sono dos séculos / Amanheceu o espetáculo / Como uma chuva de pétalas / Como se o céu vendo as penas / Morresse de pena / E chovesse o perdão / E a prudência dos sábios / Nem ousou conter nos lábios / O sorriso e a paixão / Pois transbordando de flores / A calma dos lagos zangou-se / A rosa-dos-ventos danou-se / O leito do rio fartou-se / E inundou de água doce / A amargura do mar / Numa enchente amazônica / Numa explosão atlântica / E a multidão vendo em pânico / E a multidão vendo atônita / Ainda que tarde / O seu despertar

Rosa de los vientos

Y del amor se gritó el escándalo / Del miedo se creó lo trágico / En el rostro se pintó lo pálido / Y no corrió una lágrima / Ni una lástima para socorrer / Y en la gente se produjo la costumbre / De caminar por la oscuridad / De murmurar entre arrugas / De sacar leche a las piedras / De ver el tiempo correr / Pero bajo el sonido de los siglos / Amaneció el espectáculo / Como una lluvia de pétalos / Como si el cielo viendo las penas / Muriese de pena / Y lloviese el perdón / Y la prudencia de los sabios / Ni se atrevió a contener en los labios / La sonrisa y la pasión / Pues desbordado de flores / La calma de los lagos se enfadó / La rosa de los vientos se dañó / El lecho del río se hartó / E inundó de agua dulce / La amargura del mar / En una inundación amazónica / En una explosión atlántica / Y la multitud viendo aterrada / Y la multitud viendo atónita / Aunque sea tarde / Su despertar

¡Crea tu página web gratis! Esta página web fue creada con Webnode. Crea tu propia web gratis hoy mismo! Comenzar