Ricardo Ribeiro - Largo da Memória (2013)


Largo da memória (2013)

1.- Destino marcado / 2.- Corrido à antiga portuguesa / 3.- De locura em locura / 4.- Entrega / 5.- Nas linhas da minha mão / 6.- Ternura / 7.- Não rias / 8.- De mim para ninguém / 9.- Malhas do amor / 10.- Fado do Alentejo / 11.- Tarab / 12.- O segredo das palavras / 13.- Cantiga de seguir / 14.- Romance / 15.- Quando nascente / 16.- Fado é canto peregrino

Destino marcado

O fado tem não sei o que / Que prende a vida da gente / O nada que se não fez / Um tudo que a gente sente / O nada que se não fez / Um tudo que a gente sente / Eu dei a vida a valer / Nada demais me podia dar / Agora para viver / Vivo sim, mas a cantar / Agora para viver / Vivo sim, mas a cantar / Tinha o destino marcado / Pois logo de pequenino / Fiz do destino dum fado / O fado do meu destino / Fiz do destino um fado / O fado do meu destino / Se a tristeza ao fado assiste / E o fado assim nos trazia / Prefiro ser sempre triste / Para não morrer de alegria / Na minha vida renasce / Neste meu canto o fado / Cada um é pra o que nasce / E eu nasci para o fado / Cada um é pra o que nasce / E eu nasci para o fado

Destino marcado

El fado tienen un no sé qué / Que atrapa la vida de la gente / La nada que no se realiza / Un todo que la gente siente / La nada que no se realiza / Un todo que la gente siente / Yo día a la vida su valor / Nada más me puede dar / Ahora para vivir / Vivo si es para cantar / Ahora para vivir / Vivo si es para cantar / Tenía el destino marcado / Pues ya desde pequeñito / Hice del destino de un fado / El fado de mi destino / Hice del destino de un fado / El fado de mi destino / Si la tristeza asiste al fado / Y el fado así nos guía / Prefiero estar siempre triste / Para no morir de alegría / En mi vida renace / En este canto mío el fado / Cada uno está destinado para lo que nace / Y yo nacía para el fado / Cada uno está destinado para lo que nace / Y yo nacía para el fado

Corrido à antiga portuguesa

Vou cantar ao jeito antigo / Um corrido do passado / Vamos lá ver se consigo / Dar-lhe alma e corpo de fado / Como aprendi, assim faço / Meu mestre assim me ensinou / Desatar a voz do laço / Do medo que me amarrou / Genuíno, como sou / E sem temer o perigo / No estilar em que me digo / Nada, de certo, garanto / Na minha forma de canto / Vou cantar ao jeito antigo / Não cuidem que isto é correr / É cadência ritmada / Que às vezes sai soluçada / Mesmo que seja sem querer / Não é por muito saber / Por muito ou pouco letrado / É por sentir tal agrado / Neste poema, ao meu jeito / Por deixar sair do peito / Um corrido do passado / Memórias que me deixaram / Antigas vozes que ouvi / Meu coração abraçaram / E moram agora aqui / Não foi tempo que perdi / Dando ao fado terno abrigo / Traze-lo sempre comigo / Foi bem maior que ganhei / Se bem o canto não sei / Vamos lá ver se consigo / Há quem lhe aponte um renovo / Pra nos levar em enganos / Quem tem uns duzentos anos / Como é que pode ser novo? / Não vás em cantigas povo / Assim nos reza o ditado / Mas eu, não sou só passado / Sou verso futuro, audaz / Vamos ver se sou capaz / Dar-lhe alma e corpo de fado

Corrido antiguo a la portuguesa

Voy a cantar al modo antiguo / Un corrido del pasado / Vamos a ver si consigo / Darle alma y cuerpo de fado / Como aprendí, así lo hago / Mi maestro así me enseñó / A desatar la voz del nudo / Del miedo que me amarró / Genuino, como soy / Y sin temer el peligro / Del estilo en que hablo / Nada, por cierto, garantizo / En mi forma de cantar / Voy a cantar al modo antiguo / No crean que esto es correr / Es cadencia ritmada / Que a veces sale compuesta / Aunque sea sin querer / No es por saber mucho / Por ser muy letrado o poco / Es por sentir tal agrado / En este poema, a mi manera / Por dejar que salga del pecho / Un corrido del pasado / Memorias que me dejaron / Antiguas voces que oí / Que abrazaron mi corazón / Y ahora viven aquí / No fue tiempo perdido / Darle al fado tierno abrigo / Traerlo siempre conmigo / Fue un bien mayor lo que gané / Si lo canto bien no lo sé / Vamos a ver si lo consigo / Hay quien le señala una renovación / Para llevarnos a engaño / Quien tiene unos doscientos años / ¿Cómo podría ser nuevo? / No te vas en cantos, pueblo / Así reza el refrán / Pero yo, no soy sólo pasado / Soy verso futuro, audaz / Vamos a ver si soy capaz / De darle alma y cuerpo de fado

Vou de locura em locura

Vou, de locura em locura / Como quem anda à procura / Duma constante ilusão / Velho sonho em que persigo / Uma voz, um rostro amigo / Perdido na multidão / Vou, de locura em locura / Que o próprio vento murmura / Promessas dum bem ausente / Que estranha alma é a minha / Que se sente tão sozinha / Entre tanta e tanta gente! / Vou, de locura em locura / Como quem anda à procura / Duma alma fugidia / Olhos perdidos nos céus / Eu canto, pedindo a Deus / P'ra me encontrar cualquer dia

Vou de locura em locura

Voy de locura en locura / Como quien está buscando / Una constante ilusión / Viejo sueño en que persigo / Un voz, un rostro amigo / Perdido en la multitud / Voy de locura en locura / Que el mismo viento murmura / Promesas de un bien ausente / ¡Qué extraña alma es la mía / Que se siente tan sola / Entre tanta y tanta gente! / Voy de locura en locura / Como quien está buscando / Un alma huidiza / Ojos perdidos en los cielos / Yo canto, pidiendo a Dios / Que yo me encuentre cualquier día

Entrega

Descalço venho dos confins da infância / E a minha infância ainda não morreu / Atrás de mim em face inda distante / Menino Deus Jesus da minha infância / Tudo o que tenho e nada tenho é teu / Venho da estranha noite dos poetas / Noite em que o mundo nunca me entendeu / E trago as mãos vazias dos poetas / Menino Deus amigo dos poetas / Tudo o que tenho e nada tenho é teu / Feriu-me um dardo ensanguentando as ruas / Onde o demónio em vão me apareceu / Porque as estrelas todas eram tuas / Menino irmão dos que eram pelas ruas / Tudo o que tenho e nada tenho é teu / Quem te ignorar, ignora os que são tristes / Óh meu irmão Jesus triste como eu / Óh meu irmão Menino de olhos tristes / Nada mais tenho além de uns olhos tristes / Mas o que tenho e nada tenho é teu

Entrega

Descalzo vengo desde los confines de la infancia / Y mi infancia aún no murió / Detrás de mí y de frente aún distante / Niño Dios, Jesús de mi infancia / Todo lo que tengo, y nada tengo, es tuyo / Vengo de la extraña noche de los poetas / Noche en la que el mundo nunca me entendió / Y traigo las manos vacías de los poetas / Niño Dios amigo de los poetas / Todo lo que tengo, y nada tengo, es tuyo / Me hirió una flecha ensangrentando las calles / Donde el demonio en vano se me apareció / Porque todas las estrellas eran tuyas / Niño hermano de los que estaban por las calles / Todo lo que tengo y nada tengo es tuyo / Quien te ignora, ignora a los que están tristes / Oh, hermano mío Jesús, triste como yo / Oh, hermano mío, Niño de ojos tristes / No tengo nada además de estos ojos tristes / Pero lo que tengo, y nada tengo, es tuyo

Nas linhas da minha mão

Leu a cigana o teu fado / Na palma da minha mão / Tens o destino fechado / Nos muros desta prisão / Mas nem assim tu entendes / Que um dia hás-de ser minha / E juras que não te rendes / Às loas d'uma adivinha / Tu desdenhas do meu beijo / E foges do meu abraço / Se eu digo que te desejo / Dás em fingir embaraço / Mas bem sabes que é escusado / Iludir esta paixão / Tens o teu fado bordado / Nas linhas da minha mão

En las líneas de mi mano

Leyó la gitana tu destino / En la palma de mi mano / Tienes el destino cerrado / En los muros de esta prisión / pero ni así entiendes / Que un día has de ser mía / Y juras que no te rindes / A las loas de una adivina / Tu rechazas mi beso / Y huyes de mi abrazo / Si yo digo que te deseo / Tu finges estar molesta / Pero sabes bien que es absurdo / Eludir esta pasión / Tienes tu destino bordado / En las líneas de mi mano

Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol, / que é feito de ternura amarrotada, / da frescura que vem depois do sol, / quando depois do sol não vem mais nada... / Olho a roupa no chão: que tempestade! / Há restos de ternura pelo meio, / como vultos perdidos na cidade / onde uma tempestade sobreveio... / Começas a vestir-te, lentamente, / e é ternura também que vou vestindo, / para enfrentar lá fora aquela gente / que da nossa ternura anda sorrindo... / Mas ninguém sonha a pressa com que nós / a despimos assim que estamos sós!

Ternura

Retiro de tus hombros la sábana / Que está hecha de ternura arrugada, / de la frescura que viene después del sol, / cuando después del sol no viene nada más... / Miro la ropa en el suelo: ¡qué tempestad! / Hay restos de ternura por en medio, / como rostros perdidos por la ciudad / A la que le sobrevino la tempestad... / Comienzas a vestirte, lentamente, / y es también a la ternura a la que yo voy vistiendo, / para que se enfrente allí fuera a aquella gente / que de nuestra ternura se va riendo... / Pero nadie sueña la prisa con que nosotros / La desnudamos apenas estamos solos

Não rias

Não sei porque razão te quero tanto / E é louco por ti, meu coração / Não sei porque razão este meu pranto / Só riso te provoca, sem razão / Não rias meu amor / Da minha grande dor / Não rias por favor do meu sofrer / Tem cuidado comigo / Talvez p'ra teu castigo / A sorte à minha porta vá bater / Podes pasar na vida sem cuidados / E podes fazer juras, a mentir / Mas olha meu amor, estás enganada / Que a vida não é só levada a rir

Não rias

No sé por qué razón te quiero tanto / Y está loco por ti mi corazón / No sé por qué razón este llanto mío / Sólo risa te provoca, sin razón / No rías, mi amor / De mi gran dolor / No te rías por favor de mi sufrir / Ten cuidado conmigo / Tal vez para castigo tuyo / La suerte va a llamar a mi puerta / Puedes pasar la vida sin preocupaciones / Y puedes hacer juramentos, mentir / Pero mira, mi amor, estás engañada / Que la vida no es solamente reír 

De mim para ninguém

De mim para ninguém, mais outro fado triste / Fado que às vezes canto para ninguém ouvir / Muito embora a ninguém, meu coração insiste / Neste fado que em pranto se transforma a seguir / De mim para ninguém que me deixou tristonho / E nem sequer merece meus olhos a chorar / Ninguém que foi alguém e destruiu meu sonho / E o coração esquece que não deve lembrar / Alguém que se perdeu nas ruas da ansiedade / Que viveu a meu lado e a quem eu já quis bem / Alguém que enegreceu as ruas da cidade / Inspirou este fado, de mim para ninguém

De mí para nadie

De mí para nadie, un triste fado más / Fado que a veces canto para que nadie lo oiga / Mucho más allá a nadie le insiste mi corazón / En este fado que en llanto se transforma después / De mí para nadie que me dejó entristecido / Y ni siquiera merece que mis ojos lloren / Nadie que fue alguien y destruyó mi sueño / Y el corazón olvida que no debe recordar / Alguien que se perdió en las calles de la ansiedad / Que vivió a mi lado y que yo quise bien / Alguien que ennegreció las calles de la ciudad / Inspiró este fado de mí para nadie

Malhas do amor

Estavas linda, sedutora / Qual tarde primaveril / Bela como o mês de Abril / Sem ares de grande senhora / Vinhas pela rua fora / Ao ver-te, disse bons dias / Fingindo que me não vias / Puxaste ao vestido a malha / Se a memória me não falha / Foi quando malha vestias / Segui-te, fui atrevido / Começando por dizer / Como gostava de ser / As malhas do seu vestido / Quase perdi o sentido / Ao reparar que me ouvias / Sorrindo, nada dizias / Mas foi assim, minha gralha / Que me prendeste na malha / Do vestido que trazias

Faldas de amor

Estabas linda, seductora / Como tarde primaveral / Bella como el mes de abril / Sin aires de gran señora / Venías por la calle / Al verte dije: buenos días / Fingiendo que no me veías / Te recogiste la falda del vestido / Si la memoria no me falla / Fue cuando vestías falda / Te seguí, fui atrevido / Comenzando por decir / Cuánto me gustaría ser / La falda de tu vestido / Casi perdí el sentido / Cuando me di cuenta de que me oías / Sonriendo, nada decías / Pero fue así, mi garza / Que me enredaste en la red / Del vestido que traías

Fado do Alentejo

Ó terra morena deitada ao sol / Quero ser a alma do ganhão / Cheia de horizonte, cântico de fonte / Catedral do trigo, azeite e pão / Ó terra morena deitada ao sol / Quero ser a alma da cegonha / Que sobe no vento e ouve o lamento / Do homem, que ao sul, trabalha e sonha / Alentejo das casas de cal / Alentejo do sobro e do sal / Alentejo do poejo, alecrim / Alentejo das terras sem fim / Ó terra morena deitada ao sol / Quero ser a alma do sobreiro / Estática, selvagem, dona da paisagem / Afrontando o tempo de corpo inteiro

Fado do Alentejo

Oh, tierra morena tumbada al sol / Quiero ser el alma del jornalero / Llena de horizonte, cántico de fuente / Catedral de trigo, aceite y pan / Oh, tierra morena tumbada al sol / Quiero ser el alma de la cigüeña / Que sube por el viento y escucha el lamento / Del hombre que en el sur trabaja y sueña / Alentejo de las casas de cal / Alentejo de alcornoque y de sal / Alentejo de menta, romero / Alentejo de las tierras sin fin / Oh, tierra morena tumbada al sol / Quiero ser el alma del alcornoque / Estática, salvaje, dueña del paisaje / Afrontando el tiempo de cuerpo entero

Tarab

Daquele que dá menos do que pode / Nunca elogies o desprendimento / Se o vesgo, de olhar baixo, acode / Não é p'la modéstia que ele sente / Ocultar o defeito é seu intento / Não admires a nobreza que é recente / Nem julgues estrela, na fronte do cavalo / A mancha que fez a rédea ao segurá-lo / Quantos adornaram a noite da pobreza / Com o doce orvalho da sua bondade / Que como lágrima, brilhou de beleza / Quem dirá ao seu bondoso coração / Que fiz este poema em seu louvor / Com rimas e beijos que deixo em sua mão?

Tarab

De aquel que dé menos de lo que puede / Nunca elogies el desprendimiento / Si el extravío de un mirar bajo acude / No es por la modestia que él siente / Ocultar el defecto es su intención / No admires la nobleza que es reciente / Ni juzgues la estrella en la frente del caballo / La mancha que hace la rienda al agarrarlo / Cuantos adornaron la noche de la pobreza / Con el dulce orvallo de su bondad / Que como la lágrima, brilló de belleza / ¿Quién dirá a su bondadoso corazón / Que hizo este poema en su elogio / Con rimas y besos que dejó en su mano?

O segredo das palavras

No dia em que eu roubar à palavra, o silêncio / Capaz de sobrepor o sonho à realidade / Terá cada criança, um novo olhar sem medo / E colo na mentira os lábios da verdade / Ouvindo dizer fome, as sílabas do trigo / Virão cobrir a terra em vagas de alimento / Baixinho, direi dor, diante de um mendigo / As letras vão chorar sem pausas no lamento / Mal grite liberdade, o ódio e a tortura / Aceitam rendição a um amor profundo / E porque um novo tempo então se configura / A paz vai disparar sorrisos sobre o mundo

El secreto de las palabras

El día en que le robe a la palabra el silencio / Capaz de sobreponer el sueño a la realidad / Tendrá cada niño una nueva mirada, sin miedo / Y pego a la mentira los labios de la verdad / Escuchando decir hambre a las sílabas del trigo / Vendrán a cubrir la tierra con olas de alimentos / Bajito, diré dolor, frente a un mendigo / Las letras van a llorar sin pausas en el lamento / Apenas grite libertad, el odio y la tortura / Aceptan la rendición de un amor profundo / Y porque un nuevo tiempo entonces se configura / La paz va a disparar sonrisas sobre el mundo

Cantigas de seguir

Meu amor disse que eu tinha / Uns olhos como gaivotas / E uma boca onde começa / O mar de todas as rotas / O mundo dá tanta volta / Quem dera que fora assim / E que numa dessas voltas / Tu viesses para mim / Sei que ele um dia virá / Assim, muito de repente / Como se o mar e o vento / Nascessem dentro da gente

Cantigas de seguir

Mi amor dijo que yo tenía / Unos ojos como gaviotas / Y una boca donde comienza / El mar de todas las rutas / El mundo da tantas vueltas / Ojalá fuera así / Y que en una de esas vueltas / Tú vinieses hacia mí / Sé que él un día vendrá / Así, muy de repente / Como si el mar y el viento / Naciesen dentro de la gente

Romance

Por noite velha, truz, truz / Bateram à minha porta / Donde vens, ó minha alma / Venho morta quase morta / Já eu mal a conhecia / De tão mudada que vinha / Trazia todas quebradas / Suas asas de andorinha / Mandei-lhe fazer a ceia / Do melhor manjar que havia / De onde vens, ó minha amada / Que já mal te conhecia / Mas a minh'alma calada / Olhava e não respondia / E nos seus formosos olhos / Quantas tristezas havia / Mandei-lhe fazer a cama / Da melhor roupa que tinha / Por cima, damasco roxo / Por baixo, cambraia fina / Dorme, dorme, ó minha alma / Dorme e para te embalar / A boca me está cantando / Com vontade de chorar

Romance

En la noche vieja, toc-toc / Llamaron a mi puerta / ¿De dónde vienes, oh, alma mía? / Vengo muerta, casi muerta / Ya apenas la conocía / De tan cambiada que venía / Traía todas quebradas / Sus alas de golondrina / Le mandé hacer la cena / Del mejor manjar que había / ¿De dónde vienes, oh, mi amada? / Que apenas te conocía / Pero mi alma callada / Miraba y no respondía / Y en sus ojos hermosos / Cuántas tristezas había / Le mandé hacer la cama / Con la mejor ropa que tenía / Por encima, damasco rojo / Por debajo, batista fina / Duerme, duerme, oh, alma mía / Duerme y para acunarte / La boca me está cantando / Con deseos de llorar

Fado é canto peregrino

Fado é canto peregrino / Fado de ontem é saudade / Fado de hoje é ansiedade / O de amanhã é o destino / Nasce quando nasce a lua / Morre ao alvor matutino / Vagueia de rua em rua / Fado é canto peregrino / Se recorda uma aventura / Da risonha mocidade / É lembrança que perdura / Fado de ontem é saudade / Canto da alma perdida / Pelos cantos da cidade / É mágoa da própria vida / Fado de hoje é ansiedade / Tem sempre um quê de pecado / Algo também de divino / Amor que passou é fado / O de amanhã é destino

Fado es canto peregrino

Fado es canto peregrino / Fado de ayer es saudade / Fado de hoy es ansiedad / El de mañana es destino / Nace cuando nace la luna / Muere al albor matinal / Vaga de calle en calle / Fado es canto peregrino / Se recuerda una aventura / De risueña juventud / Es recuerdo que perdura / Fado de ayer es saudade / Canto del alma perdida / Por las esquinas de la ciudad / es amargura de la propia vida / Fado de hoy es ansiedad / Tiene siempre un algo de pecado / Algo también de divino / El amor que pasó es fado / El de mañana es destino

¡Crea tu página web gratis! Esta página web fue creada con Webnode. Crea tu propia web gratis hoy mismo! Comenzar