Ricardo Ribeiro - Hoje é assim, amanhã não sei (2016)



Hoje é assim, amanhã, não sei (2016)

1.- Estrada da Vida / 2.- Nos Dias de Hoje / 3.- Fadinho Alentejano / 4.- Eu Sei que Sou Demais / 5.- Soneto de Mal Amar / 6.- Rondel do Alentejo / 7.- Portugal / 8.- Canção das Águas Claras / 9.- Malaventurado / 10.- Chanson d' Automne / 11.- Voy / 12.- Nos Gestos Nos Sentidos / 13.- Serenata do Adeus / 14.- Último Poema /

Estrada da vida

Ó estrada do meu destino / Onde, feito peregrino / Meu coração se perdeu / Estrada da vida / Feita de dor e d'esperança / Quem a subiu não se cansa / Que o diga quem a desceu / Estrada da vida / Longa estrada por onde eu sigo / Sem ter mesmo um braço amigo / Onde me possa apoiar / Estrada da vida / É onde os passos mal dados / Ficam p'ra sempre marcados / Como na carne a sangrar / Volta depressa / Ó minha esp'rança perdida / Um rumo certo na vida / Quero por fim encontar

Camino de la vida

Oh, camino de mi destino / Donde, hecho peregrino / Mi corazón se perdió / Camino de la vida / Hecho de dolor y esperanza / Quién lo subió no se cansa / Que lo diga quien la bajó / Camino de la vida / Largo camino por donde sigo / Sin tener ni un brazo amigo / Donde me pueda apoyar / Camino de la vida / Es donde los pasos apenas dados / Quedan como siempre marcados / Como la carne al sangrar / Vuelve deprisa, oh, mi esperanza perdida / Un rumbo cierto en la vida / Quiero por fin encontrar

Nos dias de hoje 

Nos dias de hoje ninguém sabe a quantas anda / Manda quem pode, pode quam manda / Nos dias de hoje não sentimos confiança / Salva-se a musica e siga a dança / Nos dias de hoje ninguém sabe o que o espera / Se é inverno ou primavera, indiferença ou compaixão / Nos dias de hoje a justiça não impera / A igualdade desespera, é confusa a confusão / Salva-se o amor / Salva-se a esperança / Salvam-se os olhos duma criança / Salva-se a honra / Salva-se a paz / Salvam-se os beijos que tu me dás / Nos dias de hoje ninguém sabe o amanhã / E fazer planos é coisa vã / Nos dias de hoje já não há motivação / P'ra dar às balas o coração / Nos dias de hoje ninguém sabe o que o espera / Se é um sonho ou uma quimera ter saudades do futuro / Nos dias de hoje ninguém põe as mãos no fogo / Por um amanhã mais novo, por um amanhã mais puro

En los días de hoy 

En los días de hoy nadie sabe en qué anda / Manda quien puede, puede quien manda / En lo días de hoy no sentimos confianza / Que se salve la música y que siga la danza / En los días de hoy nadie sabe qué le espera / Si es invierno o primavera, indiferencia o compasión / En los días de hoy la justicia no impera / la igualdad desespera, es confusa la confusión / Se salva el amor / Se salva la esperanza / Se salvan los ojos de un niño / Se salva la honra / Se salva la paz/ Se salvan los besos que tú me das / En los días de hoy nadie conoce el mañana / Y hacer planes es cosa vana / En los días de hoy ya no hay motivación / Para dar a la balas el corazón /En los días de hoy nadie sabe qué le espera / Si es un sueño o una quimera tener saudades del futuro / En los días de hoy nadie pone las manos en el fuego / Por un mañana más nuevo, por un mañana más puro    

Fadinho Alentejano

Linda cara que tu tens... já sei / Quando chagas noite fora / À espera à porta da casa / Está o teu pai que te adora / Lindos olhos tem o mocho... piu / Quando a noite vem chegando / P'ra deixar passar a noite / Uma moda eu vou cantando / Muda a água às azeitonas / Rega bem os teus tomates / Tem lá cuidado com a horta / O cravo já está no vaso / Sim senhora, por acaso / Abalaste p'ra Lisboa... pois / Deixaste-me ao pé da porta / Tu seguiste o teu caminho / A minha alma ficou torta / Quando cheguei ao Barreiro... já fui / Lisboa estava fechada / Voltei p'ra casa a cantar / Uma vida abençoada

Fadito Alentejano

Linda cara que tú tienes... ya sé / Cuando llegas tarde en la noche / Esperando en la puerta de la casa / Está tu padre que te adora / Lindos ojos tiene el búho...pío /Cuando la noche va llegando / Para dejar pasar la noche / Un son voy cantando / Cambia el agua a las aceitunas / Riega bien tus tomates / Ten cuidado de la huerta / El clavel ya está en el jarrón / Si señora, por casualidad / Huiste hacia Lisboa... sí / Me dejaste junto a la puerta / Tú seguiste tu camino / Mi alma quedó torcida / Cuando llegué a Barreiro... ya fui / Lisboa estaba cerrada / Volví a casa a cantar / Una vida bendita  

Eu sei que sou demais 

Eu sei que sou demais na tua vida / Eu sei que nem me vês tão apagada / Apenas uma sombra indefinida / O resto duma voz triste, cansada / Eu sei que sou demais na tua vida / De tudo quanto fui, não sou mais nada / Ai quem me dera prender o teu futuro / E uni-lo ao meu, assim de tal maneira / Como a hera verde se prende ao velho muro / E ali fica pela vida inteira / Eu sei que sou demais na tua vida / Eu sei que nada tens para me dar / E sei que nesta luta estou vencida / Por outro amor que tens no meu lugar / Mas sei amor, que tu na minha vida / Ninguém, jamais ninguém, pode apagar

Yo sé que estoy de más 

Yo sé que estoy de más en tu vida / Yo sé que ni me ves tan apagada / Apenas una sombra indefinida / El resto de una voz triste, cansada / Yo sé que estoy de más en tu vida / De todo cuanto fui, ya no soy nada / Ay, quién me diera atrapar tu futuro / Y unirlo al mío, así de tal manera / Como la hiedra verde se une al viejo muro / Y se queda allí por toda la vida / Yo sé que estoy de más en tu vida / Yo sé que nada tienes para darme / Yo sé que en esta lucha estoy vencida / Por otro amor que tienes en mi lugar / Pero sé, amor, que tú en mi vida / Nadie, jamás nadie, lo puede borrar

Soneto de Mal Amar

Invento-te recordo-te distorço / A tua imagem mal e bem amada / Sou apenas a forja em que me forço / A fazer das palavras tudo ou nada / A palavra desejo incendiada / Lambendo a trave mestra do teu corpo / A palavra ciúme atormentada / A provar-me que ainda não estou morto / E as coisas que eu não disse? Que não digo? / Meu terraço de ausência meu castigo / Meu pântano de rosas afogadas / Por ti me reconheço e contradigo / Chão das palavras mágoa joio e trigo / Apenas por ternura levedadas

Soneto del mal amar 

Te invento, te recuerdo distorsiono / Tu imagen mal y bien amada / Soy apenas la forja en que me esfuerzo / En hacer de las palabras todo o nada / La palabra deseo incendiada / Lamiendo la viga maestra de tu cuerpo / La palabra celos atormentada / Probándome que todavía no estoy muerto / ¿Y las cosas que no dije? ¿Las que no digo? / Mi terraza de ausencia, mi castigo / Mi pantano de rosas ahogadas / Por ti me reconozco y contradigo / Suelo de palabras amargura cizaña y trigo / Apenas por ternura fermentadas

Rondel do Alentejo

Em minarete / Mate / Bate / Leve / Verde neve / Minuete / De luar / Meia-Noite / Do segredo / No penedo / Duma noite / De luar / Olhos caros / De morgada / Enfeitada / Com preparos / De luar / Rompem fogo / Pandeiretas / Morenitas / Bailam tetas / E bonitas / Bailam chitas / E jaquetas / São as fitas / Desafogo / De luar / Voa o xaile / Andorinha / Pelo baile / E a vida / Doentinha / E a ermida / Ao luar / Laçarote / Escarlate / De cocote / Alegria / De Maria / La-ri-rate / Em folia / De luar / Giram pés / Giram passos / Girassóis / E os bonés / E os braços / Destes dois / Giram laços / Ao luar / O colete / Desta Virgem / Endoidece / Como o S / Do foguete / Em vertigem / De luar / Em minarete / Mate / Bate / Leve / Verde neve / Minuete / De luar

Rondel del Alentejo

En minarete / Mate / Bate / Leve / Verde nieve / Minueto / De luz de luna / Media noche / Del secreto / En el peñasco / De una noche / De luz de luz de luna / Ojos queridos / De primogénita / Embellecida / Con arreglos / De luz de luna / Rompen fuego / Panderetas / Morenitas / Bailan tetas / Y bonitas / Bailan onzas / E chaquetas / Son las cintas / Desahogo / De luz de luna / Vuela el chal / Golondrina / Por el baile / Y la vida / Enfermita / Y la ermita / A la luz de luna / un gran lazo / Escarlata / De mujer galante / Alegría / De María / La-ri-rate / En jugueteo / De luz de luna / Giran pies / Giran pasos / Girasoles / Y los bonetes / Y los brazos / De estos dos / Giran lazos / A la luz de la luna / El chaleco / De esta virgen / Adolece / Como la S / Del cohete / En extravío / De luz de luna / En minarete / Mate / Bate / Leve / Verde nieve / Minueto / De luz de luna

Portugal

E depois, olhos de sal / Porque foste ao areal / Da nossa costa de mar? / E te perdeste de vista / Nas naus partindo à conquista / Do que quiseste sonhar? / E depois havia o vento / Beijando a todo o momento / O ventre das caravelas / Marujos olhando os céus / Mal crendo nos olhos seus / Na prenhez das suas velas / E depois tornam viagem / Trazem mundos na bagagem / Assim se cumpriu a história / Voltaste de novo à terra / Lavraste o chão e a guerra / E vives só dessa glória / E depois, muito bailaste / Essa epopeia cantaste / Mas para nada, afinal / Tu não ligaste, e magoa / À mensagem de Pessoa / P'ra se cumprir Portugal

Portugal

Y después, ojos de sal / ¿Por qué fuiste al arenal / De nuestra costa de mar? / ¿Y te pediste de vista / En las naves que parten a la conquista / De lo que quisiste soñar? / Y después estaba el viento / Besando en todo momento / El vientre de las carabelas / Marineros mirando a los cielos / Creyendo apenas en sus ojos / En la preñez de sus velas / Y después tornan el viaje / Traen mundos en su bagaje / Así se cumplió la historia / Volviste de nuevo a tierra / Labraste el suelo y la guerra / Y vives sólo se esa gloria / Y después, mucho bailaste / Esa epopeya cantaste / Pero al final para nada / Tú no te enlazaste, y duele / Al mensaje de Pessoa / Para que se cumpla Portugal  

Canção das águas claras

Águas claras, águas claras / Que dos rochedos caíam / Morreram as águas claras / Onde os meus sonhos bebiam / Era o sol, era a lua / Era a flor que aparecia / A solidão da rua / Também toda lá bebia / Agora a mágoa me acena / Das minhas mãos agitadas / Quem dera fossem penas / Os rochedos de águas claras / Dessa paisagem não sei / Nem a saudade precisa / Coração, eu não parei / Tira-me a hora indecisa / Do tempo que era quimera / Não quero que tenha fim / Porque é que o tempo não espera / Nem nunca esperou por mim

Canción de las aguas claras

Aguas claras, aguas claras / Que de los roquedales caían / Murieron las aguas claras / Donde mis sueños bebían / Era el sol, era la luna / Era la flor que aparecía /La soledad de la calle / También toda allí bebía / Ahora la amargura me hace señales / De mis manos agitadas / Ojalá fuesen penas / Los roquedales de las aguas claras / De ese paisaje no sé / Ni la saudade precisa / Corazón, no me detuve / Quítame la hora indecisa / Del tiempo que era quimera / No quiero que tenga fin / Puesto que el tiempo no espera / Y nunca esperó por mí 

Malaventurado

Mudei terra, mudei vida / Mudei paixão em paixão / Vi a alma de mim partida / Nunca de meu coração / Vi minha dor despedida / E eu, mal aventurado / Morro-me, andando assim / Entre cuidado e cuidado / Eu morrera e acabara / E meu mal fora acabado / Não vira tal perdição / De mim e de tanta coisa / Perdido tudo em vão / Porque a paixão não repousa / Em outra maior paixão / Oh! quem bem aventurado / Fora já se me matara / Minha dor ou meu cuidado

Malaventurado

Cambié tierras, cambié vida / Cambié pasión por pasión / Vi el alma de mi partida / Nunca de mi corazón / Vi mi dolor despedido / Y yo, malaventurado / Me muero, andando así / Entre cuidado y cuidado / Si yo muriera y acabara / Y mi mal fuese acabado / No vería tal perdición / De mí y de tantas cosas / Perdido todo en vano / Porque la pasión no reposa / En otra mayor pasión / ¡Oh, qué bienaventurado! / Sería si me matara / Mi dolor o mi cuidado

Nos gestos nos sentidos 

Nos gestos nos sentidos, que nós somos / Pensamos coisas loucas de prazer / Andamos pelo mundo insistimos / Na fúria de amar e de viver / Um olhar para ti na noite dos desejos / Sentir o teu corpo em tempestade / Calar a tua boca com mil beijos / Num tempo de sonho e realidade / Cantar-te a madrugada em pensamento / Dizer-te o adeus de regressar / Na vida que nós somos não há tempo / De sermos um do outro e de ficar

En los gestos, en los sentidos 

En los gestos, en los sentidos que nosotros somos / Pensamos cosas locas del placer / Andamos por el mundo, insistimos / En la furia de amar y de vivir / Una mirada para ti en la noche de los deseos / Sentir tu cuerpo en tempestad / Callar tu boca con mil besos / En un tiempo de sueño y realidad / cantarte de madrugada en el pensamiento / Decirte el adiós de regresar / En la vida que nosotros somos no hay tiempo / De ser uno de otro y de quedarse 

Serenata do Adeus

Ai, a lua que no céu surgiu / Não é a mesma que te viu / Nascer nos braços meus / Cai, a noite sobre o nosso amor / E agora só restou do amor / Uma palavra: Adeus / Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora / Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora / É refletir na lágrima, um momento breve / De uma estrela pura cuja luz morreu / Ai, mulher, estrela a refulgir / Parte, mas antes de partir / Rasga meu coração / Crava as garras no meu peito em dor / E esvai em sangue todo o amor / Toda desilusão / Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora / Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora / É refletir na lágrima um momento breve / De uma estrela pura / Cuja luz morreu / Numa noite escura / Triste como eu

Serenata del adiós 

Ay, la luna que en el cielo surgió / No es la misma que te vio / Nacer en mis brazos / Cae la noche sobre nuestro amor / Y ahora sólo quedó del amor / Una palabra: adiós / Ay, qué deseo de quedarse teniendo que irse / Ay, que amar es irse muriendo por la vida / Y reflejar en la lágrima un momento breve / De una estrella pura cuya luz murió / Ay, mujer, estrella que reluce / Parte, pero antes de partir / Rasga mi corazón / Clava las garras en mi pecho dolorido / Y disipa en sangre todo el amor / Toda la desilusión / Ay, qué deseo de quedarse teniendo que irse / Ay, que amar es irse muriendo por la vida / Y reflejar en la lágrima un momento breve / De una estrella pura cuya luz murió / En una noche oscura / Triste como yo 

Último poema

Então até amanhã meu dia triste / Na taverna da noite do meu fado / Onde canto o amor que não existe / Neste meu amanhã abandonado / Grito dentro de mim a noite e o dia / Nesta hora do sonho mais profundo / Que regressa na voz da despedida / Com que te vejo por estar no mundo / Nas palavras amadas que perdi / O ontem que tu foste já me foge / Então até amanhã, disseste, e eu vi / Que o amanhã não chega ao ontem de hoje

Último poema

Entonces, hasta mañana, mi día triste / En la taberna de la noche de mi fado / Donde canto al amor que no existe / En este mañana mío abandonado / Grito dentro de mí de noche y día / En esta hora del sueño más profundo /Que regresa en la voz de la despedida /Con que te veo por estar en el mundo / En las palabras amadas que perdí / El ayer que tú fuiste ya me huye / Entonces hasta mañana, te dije, y vi / Que el mañana no llega al ayer de hoy

¡Crea tu página web gratis! Esta página web fue creada con Webnode. Crea tu propia web gratis hoy mismo! Comenzar