Dulce Pontes - Momentos (2009)

Momentos (2009)

CD1: 1. Fadinho serrano / 2. Verde pino verde mastro / 3. Júlia Galdéria / 4. Medo / 5. Lágrima / 6. Naufrágio / 7. Fado os maias / 8. Uma mulher na cidade / 9. Canção do mar

CD2: 1. Canção de embalar / 2. O infante / 3. No ano que vem / 4. Por esse mar / 5. Todos somos um (dueto com Jose Carreras) / 6. Amor a portugal - Your love / 7. O mar e tu (dueto com George Dalaras) / 8. Nu (Instrumental)

Fadinho serrano

Muito boa noite, senhoras, senhores / Lá na minha terra há bons cantadores / Há bons cantadores, boas cantadeiras / Choram as casadas, cantam as solteiras / Cantam as solteiras cantigas de amores / Muito boa noite, senhoras, senhores / Fadinho serrano és tão ao meu gosto / Fadinho catita, sempre bem disposto / Sempre bem disposto, seja tarde ou cedo / Fazer bons amigos é o teu segredo / É o teu segredo sorrir ao desgosto / Fadinho serrano sempre bem disposto / Fiar-se em mulheres é crer no diabo / São todas iguais, ao fim, ao cabo / Ao fim ao cabo, moça que namora / Se vai em cantigas, essa é a que te chora / Essa é a que te chora, com esta me acabo / Fiar-se nos homens é crer no diabo / Essa é a que te chora, com esta me acabo / Fiar-se nos homens é o nosso fado

Fadiño serrano

Muy buenas noche, señoras, señores / Allí en mi tierra hay buenos cantores / Hay buenos cantores, hay buenas cantoras / Lloran las casadas, cantan las solteras / Cantan las solteras cantares de amores / Muy buenas noche, señoras, señores / El fadiño serrano es tan de mi gusto / Fadiño garrido, siempre bien dispuesto / Siempre bien dispuesto, sea tarde o temprano / Hacer buenos amigos es tu secreto / Es tu secreto sonreírle al disgusto / Fadiño serrano, siempre bien dispuesto / Fiarse de mujeres es creer en el diablo / Son todas iguales al fin y al cabo / Al fin y al cabo, moza que enamora / Se va en cantares, esa es la que te llora / Esa es la que te llora, y con esto acabo / Fiarse de los hombres es creer en el diablo / Esa es la que te llora, y con esto acabo / Fiarse de los hombres es nuestro fado

Verde pino, verde mastro

Não há flor do verde pino que responda / A quem, como eu, dorme singela / O meu amigo anda no mar e eu já fui onda / Marinheira e aberta! / Pesa-me todo este corpo que é o meu / Represado, como água sem destino / Anda no mar o meu amigo, ó verde pino / Ó verde mastro da terra até ao céu! / Soubera eu do meu amigo / E não estivera só comigo! / Que onda redonda eu era para ele / Quando, fagueiro, desejo nos levava / Ao lume de água e à flor da pele / Pelo tempo que mais tempo desdobrava! / E como, da perdida donzelia / Me arranquei para aquela tempestade / Onde se diz, duma vez, toda a verdade / Que é a um tempo, verdade e fantasia / Soubera eu do meu amigo / E não estivera só comigo / Que sou agora, ó verde pino, ó verde mastro / Aqui prantado e sem poderes largar? / Na mágoa destes olhos, só um rastro / Da água verdadeira doutro mar / Soubera eu enfim do meu amigo / E não estivera só comigo, em mim

Verde pino, verde tronco

No hay flor de verde pino que responda / A quien, como yo, duerme sola / Mi amigo está en el mar y ya fui ola / ¡Marinera y abierta ! / Me pesa todo este cuerpo que es el mío / Represado, como agua sin destino / Mi amigo está en el mar, oh, verde pino / ¡Verde mástil de la tierra al cielo! / Si yo supiera de mi amigo / Y no estuviera a solas conmigo / Qué ola redonda sería yo para él / Cuando, agradable, el deseo nos llevaba / A la lumbre del agua y a flor de piel / ¡Por el tiempo que más tiempo desdoblaba! / Y como, con la doncellez perdida / Me arranqué para aquella tempestad / Donde se dice, de una vez, toda la verdad / Que es a un tiempo verdad y fantasía / Si yo supiera de mi amigo / Y no estuviera a solas conmigo / ¿Qué soy ahora, oh, verde pino, oh, verde mástil / Aquí plantado y sin poder irme? / En la amargura de estos ojos, sólo un rastro / Del agua verdadera de otro mar / Si supiera, en fin, de mi amigo / Y no estuviera a solas conmigo

Júlia Galderia

A Júlia Galdéria / Viveu na miséria / Foi ela a culpada / Marido não tinha / Vivia sozinha / Ali na lançada / Vivia contente / Olhava para a gente / Com ar de chalaça / E tudo o que tinha / Uma garrafinha / Da velha cachaça! / A Júlia Galdéria / Um dia morreu / Foi a Taberna do Cinco / A que mais sofreu... / Oh Júlia Galderia / Tua triste história! / Mas eu não estou esquecido / E tenho bebido / Em tua memoria! / Caías aqui / Caías ali / E punhas-te em pé / Pelo S. Martinho / Bebias bom vinho / E bom agua pé! / Júlia malcriada / Estás alcoolizada / É esse o mistério! / Vazaste o baril / Esticaste o pernil / Foste parar ao cemitério...

Júlia Galderia

Júlia Galdéria / Vivió en la miseria / Fue ella la culpable / No tenía marido / Vivía solita / Allá en el arroyo / Vivía contenta / Miraba a la gente / Con aire mordaz / Y todo lo que tenía / Una botellita / De vieja cachaza / Júlia Galdéria / Un día murió / Fue la Taberna do Cinco / La que más sufrió... / Oh, Júlia Galdéria / ¡Tu triste historia! / pero yo no la he olvidado / Y he bebido / ¡En tu memoria! / Caías aquí / Caías allí / Y te ponías en pie / Por San Martinho / Bebías buen vino / Y buen orujo / Júlia malcriada / Estás alcoholizada / Y ese es el misterio / Vaciaste el barril / Estiraste la pata / Y fuiste a parar al cementerio...

Medo

Quem dorme à noite comigo / É meu segredo / Mas se insistirem, lhes digo / O medo mora comigo / Mas só o medo, mas só o medo / E cedo porque me embala / Num vai-vem de solidão / É com silêncio que fala / Com voz de móvel que estala / E nos perturba a razão / Gritar quem pode salvar-me / Do que está dentro de mim / Gostava até de matar-me / Mas eu sei que ele há-de esperar-me / Ao pé da ponte do fim

Miedo

Quien duerme por la noche conmigo / Es mi secreto / Pero si insisten, les digo / El miedo vive conmigo / pero sólo el miedo, pero sólo el miedo / Y cedo porque me acuna / En un vaivén de soledad / Y es con silencio que me habla / Con voz de mueble que cruje / Y nos perturba la razón / Gritar quién puede salvarme / De lo que está dentro de mí / Quisiera incluso matarme / Pero sé que él ha de esperarme / Junto al puente del fin

Lágrima: en el CD «Lágrimas» (1993)

Naufrágio

Pus o meu sonho no navio / E o navio em cima do mar / Depois abri o mar com as mãos / Com as mãos para o meu sonho naufragar / Minhas mãos ainda estão molhadas / Do azul, do azul das ondas entreabertas / E a côr que escorre dos meus dedos / Colore as areias desertas / O vento vem vindo de longe / A noite se curva de frio / Debaixo da água vai morrendo / Vai morrendo o meu sonho dentro do navio / Chorarei quando fôr preciso para fazer / Para fazer com que o mar cresça / E o meu navio chegue ao fundo / E o meu sonho desapareça

Naufragio

Puse mi sueño en el navío / Y el navío encima del mar / Después abrí el mar con las manos / Con las manos para que mi sueño naufragara / Mis manos aún están mojadas / Del azul, el azul de las olas entreabiertas / Y el color que escurre desde mis dedos / Tiñe las arenas desiertas / El viento ha venido de lejos / La noche se curva de frío / Debajo del agua va muriendo / Va muriendo mi sueño dentro del navío / Lloraré cuanto sea preciso para hacer / Para hacer que el mar crezca / Y mi navío llegue al fondo / Y mi sueño desaparezca

Fado os maias

O coração amordaçado / Bate calado quase, deixou de bater... / Esta paixão, sabe a pecado e dor / A febre de te ter, mal de amor e prazer / É ir ao céu e não entrar / Por ser um pecador / É partir e ficar / Naufragar num mar de amor / Nasceu no céu do teu olhar / Um sol abrasador / Que me seduz com a sua luz e o seu calor... / Há andorinhas a voar / Para o sul no céu azul / E eu a morrer, a sofrer / Por te amar / E a febre de te ter / A dor de te perder amor / A crescer, a crescer mais

Fado de los mayos

El corazón amordazado / Late casi callado, dejó de latir... Esta pasión, sabe a pecado y dolor / La fiebre de tenerte, mal de amor y placer / E ir al cielo y no entrar / Por ser un pecador / Y partir y quedarse / Naufragar en un mar de amor / Nació en el cielo de tu mirada / Un sol abrasador / Que me seduce con su luz y su calor... / Hay golondrinas volando / Hacia el sur en el cielo azul / Y yo muriendo, sufriendo / por amarte / Y la fiebre de tenerte / Al dolor de perderte, amor / Creciendo, creciendo más

Uma mulher na cidade

Agarro a madrugada / Como se fosse uma criança / Uma roseira entrelaçada / Uma videira de esperança / Tal qual o corpo da cidade / Que manhã cedo ensaia a dança / De quem, por força da vontade / De trabalhar nunca se cansa / Vou pela rua desta lua / Que no meu Tejo acende o rio / Vou por Lisboa, maré nua / Que desagua no Rossio / Eu sou a mulher na cidade / Que manhã cedo acorda e canta / E por amar a liberdade / Com a cidade se levanta / Vou pela estrada deslumbrada / Da lua cheia de Lisboa / Até que a lua apaixonada / Cresce na vela da canoa / Sou a gaivota que derrota / Todo o mau tempo no mar alto / Eu sou a mulher que transporta / A maré povo em sobressalto! / E quando agarro a madrugada / Colho a manhã como uma flor / À beira mágoa desfolhada / Um malmequer azul na cor / O malmequer da liberdade / Que bem me quer como ninguém / O malmequer desta cidade / Que me quer bem, que me quer bem / Nas minhas mãos a madrugada / Abriu a flor de Abril também / A flor sem medo perfumada / Com o aroma que o mar tem / Flor de Lisboa bem amada / Que mal me quis, que me quer bem

Una mujer en la ciudad 

Atrapo la madrugada / Como si fuese un niño / Un rosal entretejido / Una cepa de esperanza / Igual que el cuerpo de la ciudad / Que por la mañana temprano ensaya la danza / De aquellos, que a fuerza de voluntad / Nunca se cansan de trabajar / Recorro la calle con esta luna / Que en mi Tajo se ilumina temprano / Voy por Lisboa, marea desnuda / Que desemboca en el Rossio / Soy una mujer en la ciudad / Que por la mañana temprano se despierta y canta / Y por amor a la libertad / Con la ciudad se levanta / Voy por la calle deslumbrada / Por la luna llena de Lisboa / Hasta que la luna enamorada / Crece en la vela de la canoa / Soy la gaviota que derrota / Cualquier mal tiempo en altamar / Soy la mujer que transporta / La marea de gente asustada / Y cuando atrapo la madrugada / Capturo la mañana como una flor / Al borde de la pena desflorada / Una margarita de color azul / La margarita de la libertad / Que me quiere como nadie / La margarita de esta ciudad / Que me quiere, que me quiere / En mis manos, la madrugada / Abrió también la flor de abril / La flor sin miedo, perfumada / Con el aroma del mar / Flor de Lisboa, bien amada / Que no me quería pero ahora me quiere

Canção do mar: en el CD «Lágrimas» (1993)

Canção de embalar

Dorme meu menino a estrela d'alva / Já a procurei e não a vi / Se ela não vier de madrugada / Outra que eu souber será p'ra ti / Outra que eu souber na noite escura / Sobre o teu sorriso de encantar / Ouvirás cantando nas alturas / Trovas e cantigas de embalar / Trovas e cantigas muito belas / Afina a garganta meu cantor / Quando a luz se apaga nas janelas / Perde a estrela d'alva o seu fulgor / Perde a estrela d'alva pequenina / Se outra não vier para a render / Dorme qu'inda a noite é uma menina / Deixa-a vir também adormecer

Canción de cuna

Duerme mi niño la estrella del alba / Ya la busqué y no la vi / Si ella no viniese de madrugada / Otra que yo suba será para ti / Otra que yo suba en la noche oscura / Sobre tu sonrisa de hechizar / Escucharás cantar en las alturas / Trovas y cantigas de cuna / Trovas y cantigas muy bellas / Afina la garganta mi cantor / Cuando la luz se apaga en las ventanas / Pierde la estrella del alba su fulgor / Pierde la estrella del alba pequeñita / Si no viniese otra a sustituirla / Duerme, que aún la noche es niña / Déjala venir también a adormecerse

O infante: en el CD «Caminhos» (1996)

No ano que vem

As pedras não são de ninguém em Jerusalém / De cada pedra o dono é o tempo que tem / São pedras sobre pedras, dizem Jerusalém / As pedras falam, falam, mas ninguém ouve bem... / E a história recomeça sempre em Jerusalém / E mais as mil histórias que essa história contém / Histórias de amor e sangue erguem Jerusalém / E a mais linda história começou em Belém... / A palavra brotou da boca dum homem bom / De Gaza a Ramallah, e de Jenin a Hebron! / E tanto faz / Se é guerra ou paz / No ano que vem / Jerusalém / Tanto nasci / Tanto morri / No ano que vem / Jerusalém! / A dor que reconstrói cada palavra de bem / Mas é como se aqui não estivesse ninguém...

El año que viene

Las piedras no son de nadie en Jerusalén / De cada piedra el dueño es el tiempo que tiene / Son piedras sobre piedras, dicen Jerusalén / Las piedras hablan, hablan, pero nadie oye bien... / Y la historia recomienza siempre en Jerusalén / Y son más de mil las historias que esta historia contiene / Historias de amor y sangre yerguen Jerusalén / La historia más linda comenzó en Belén... / La palabra brotó de la boca de un hombre bueno / ¡De Gaza a Ramallah, y de Jenin a Hebrón! / Y tanto da / Que haya guerra o paz / El año que viene / Jerusalén / Tanto nací / Tanto morí / El año que viene / Jerusalén / El dolor que reconstruye cada palabra de bien / Pero es como si aquí nadie estuviese...

Por ese mar

À volta das velas voei / Naus e caravelas guiei / Por esse mar... / Mil vezes parti e cheguei / O rumo perdi e achei / Por esse mar... / Fui céu e fui sol / Raio de luar / E fui farol sereia / A mão de Deus / Ao leme a navegar / E fui voz a gritar / Terra á vista / No pano da vela pintei / Uma cruz singela / E zarpei por esse mar... / Sempre mais além quis chegar / Terras de ninguém encontrar / Ousei sonhar...

Por ese mar

Volé a la vuelta de las velas / Guié naves y carabelas / Por ese mar... / Mil veces partí y llegué / Perdí el rumbo y encontré / Por ese mar... / Fui cielo y fui sol / Y fui faro sereno / De la mano de Dios / Navegando al timón / Y fui voz que gritaba / Tierra a la vista / En la tela de la vela pinté / Una cruz simple / Y zarpé por ese mar... / Siempre quiso llegar alguien más / Tierras que nadre encontrara / Me atreví a soñar...

Todos somos um

Há um sol que não se vê / Brilhando intenso, sem saber porquê / Vive em nosso olhar, no céu e no mar / Todos somos um / A mãe Lua vem pousar / Em seu regaço para nos embalar / Vês como sorri? / Buraquinho no céu, dentro outro lugar / Feel as a child, no place for hanger, sorrow or pride / If we can make a change, so deep inside / The purest love of all / Fly like a bird, no space, no time / Your wings wide unfurled, release your mind / And sing unfolded wings, the sweetest song of all / Hay un sol que no se ve / Brillando intenso sin saber por qué / Su abrazo es la vida, su abrazo es amor / Un sol embriagador / Madre luna abrázanos / Con tu sonrisa tierna míranos / Danos tú la vida, danos tu calor / Unidos en el amor / One world, one love, one-way of giving / One heart, one hope, one world for giving / One world of wonders, one vision, for all / Deep within the shade of night, / A song of one can sing, is burning bright / Mother moon who shares our skies / Gaze down and find the love light in our eyes

Todos somos uno

*Hay un sol que no se ve / Brillando intenso sin saber por qué / Vive en nuestra mirada, en el cielo y en el mar / Todos somos uno / La madre Luna se viene a posar / En su regazo para acunarnos / ¿Ves como sonríe? / Agujerito en el cielo, dentro otro lugar*

Amor a Portugal - Your love

O dia há-de nascer / Rasgar a escuridão / Fazer o sonho amanhecer / Ao som da canção / E então... / O amor há-de vencer / E a alma libertar / Mil fogos ardem sem se ver / Na luz do nosso olhar / Your strength has made me strong / Though life tore us apart / And now when the night seems long / Your love shines in my heart...

Amor a Portugal - Your love

*El día ha de nacer / Rasgar la oscuridad / Hacer el sueño amanecer / Al son de una canción / Y entonces... / El amor ha de vencer / Y liberar el alma / Mil fuegos arden sin ser vistos / En la luz de nuestra mirada*

O mar e tu

Sentir em nós / Sentir em nós / Uma razão / Para não ficarmos sós / E nesse abraço forte / Sentir o mar / Na nossa voz / Chorar como quem sonha / Sempre navegar / Nas velas rubras deste amor / Ao longe a barca louca perde o norte / Ammore mio / Si nun ce stess'o mare e tu / Nun ce stesse manch'io / Ammore mio / L'ammore esiste quanno nuje / Stamme vicino a Dio / Ammore / / No teu olhar / Um espelho de água / A vida a navegar / Por entre sonho e a mágoa / Sem um adeus sequer / E mansamente / Talvez no mar / Eu deita em espuma encontre / O sol do teu olhar / Voga ao de leve, meu amor / Ao longe a barca nua a todo a pano / Ammore mio / Si nun ce stess'o mare e tu / Nun ce stesse manch'io / Ammore mio / L'ammore esiste quanno nuje / Stamme vicino a Dio / Ammore Ammore mio / Si nun ce stess'o mare e tu / Nun ce stesse manch'io / Ammore mio / L'ammore esiste quanno nuje / Stamme vicino a Dio / Ammore

El mar y tú

*Sentir en nosotros / Sentir en nosotros / Una razón / Para no encontrarnos solos / Y en ese fuerte abrazo / Sentir el mar / En nuestra voz / Llorar como quien sueña / Siempre navegar / En las velas rojas de este amor / A lo lejos la barca loca pierde el norte*

*En tu mirada / Un espejo de agua / La vida que navega / Por entre el sueño y el dolor / Sin un adiós siquiera / Y mansamente / Tal vez en el mar / Yo encuentre acostada en la espuma / El sol de tu mirada / Remando al timón, mi amor / A lo lejos la barca desnuda a toda velocidad*

¡Crea tu página web gratis! Esta página web fue creada con Webnode. Crea tu propia web gratis hoy mismo! Comenzar